Em 2021, montante gasto com sabonetes, papel higiênico, absorvente, desodorante, entre outros itens foi de R$ 1.042.138.675. Crescimentos de consumo e preços explicam aumento, aponta economistas. Moradores carentes relatam dificuldades para garantir o básico. Gastos com higiene e cuidados pessoais aumentam 30% em Campinas cuidados pessoais. Em números absolutos, o montante saiu de R$ 1.042.138.675 para R$ 1.356.259.556. Para fazer o calculado, o IPC Maps levou em conta despesas com perfume, creme, bronzeador, maquiagem, sabonete, papel higiênico, absorvente e desodorante, além de outros produtos para cabelo, pele, boca e unha. LEIA TAMBÉM ‘Vilões da sobrevivência’: g1 faz ‘raio-X’ da Ceasa Campinas e mostra os efeitos da crise econômica no mercado à solidariedade No levantamento, os especialistas identificaram que dois fatores explicam o aumento de gastos na metrópole: Crescimento do consumo Aumento de custos dos produtos, já que muitos têm matéria-prima importada, por exemplo. “Muitos desses bens dependem de preços que são determinados lá fora, no mercado internacional, como o petróleo. O preço do petróleo acaba impactando no preço do plástico, que é derivado do petróleo e vai nas embalagens desses bens. Isso encarecendo os itens de higiene”, diz Saulo Abouchedid, professor de economia da Facamp. Gastos com produtos de higiene aumentaram em Campinas em 2022 Reprodução/EPTV Dificuldades com o básico Com o aumento dos preços, os produtos de higiene pessoal se tornaram itens de luxo para moradores da baixa renda. A maior dificuldade na aquisição, inclusive, explica a queda no consumo de quase 24% entre 2021 e 2022 entre essa população. Elza Santos mora no bairro Jardim Rosália IV, uma das regiões mais carentes de Campinas. Ela afirma que não tem condições de comprar todos os itens de higiene e cuidados pessoais que precisa. “Isso fica por último. Se deu, compra. Se não dar, fica sem comprar. Se eu for comprar um shampoo, e o shampoo custa R$ 12, eu vou comprar o que custa R$ 7, só que os cabelos não agradecem, mas fazer o quê? Protetor solar nem se fala. É uma das coisas que mais precisamos, mas não tem como comprar.” Para Abouchedid, a dificuldade de famílias em garantir a aquisição de itens básicos deve nortear políticas públicas para resolver o problema. “Com a diminuição no consumo de itens básicos, como são os itens de higiene, a priorização, entre itens essenciais, é um caso de política de Estado, de combate à desigualdade”, completa. Moradores de bairros carentes de Campinas enfrentam dificuldades para adquirir produtos de higiene Reprodução/EPTV VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1