Flagrantes sobre serpentes estão entre as notícias mais lidas do site; registros inéditos também marcaram o ano. Confira a retrospectiva do TG de 2022 Arte/TG O ano de 2022 foi muito especial para o programa Terra da Gente, que completou em junho 25 anos de história. Para comemorar o aniversário exibimos o especial “Terra Brasilis”, uma série de reportagens que, em oito episódios, conta histórias sobre a Mata Atlântica a partir do olhar de José de Anchieta. Para essa produção as equipes do TG “viajaram no tempo” através das cartas do missionário e reconstruíram cenas para ilustrar a história do europeu em algum território brasileiro, o contato com os indígenas e com a natureza. Mamíferos, aves, peixes, árvores, flores, plantas medicinais, paisagens, técnicas de pesca, rituais e lendas são mostrados em detalhes. No site do TG compartilhamos cada uma das reportagens especiais de aniversário, assim como os bastidores do Terra Brasilis; mas a programação contorno com muitas outras notícias sobre natureza. Reveja gratuitamente todos os episódios da série de reportagens ‘Terra Brasilis’ no Globoplay Bastidores: produção do especial ‘Terra Brasilis’ envolvendou mais de cem pessoas Mamíferos, aves, peixes, árvores, flores, plantas medicinais, paisagens, técnicas de pesca, rituais e lendas são mostradas em detalhes. Marcelo Moraes Retrospectiva site TG Com mais de um milhão de cliques a matéria mais lida do ano foi um flagrante de cobras-verdes entrelaçadas, penduradas sob os galhos de um pé de mexerica. O registro feito por Telmo Santos, morador de Santo Antônio da Patrulha (RS), não só viralizou nas redes como também foi tema de uma nota científica publicada pelas biólogas Karina Banci e Silara Batista. No estudo, os especialistas identificaram o fenômeno como agregação reprodutiva, comportamento que tem como objetivo o sucesso da reprodução da espécie por meio da cópula. Bombou no g1: cacho de cobras Editoria de Arte/g1 Outro flagrante que chamou bastante atenção foi o primeiro registro do mundo de uma anaconda mutante, fotografado pelo biólogo Afonso Mendes em Belém (PA). No clique é possível observar uma sucuri-verde (Eunectes murinus) de pele amarela, resultado do xantismo, uma anomalia que altera o pigmento da pele do animal para tons amarelados. A sucuri foi resgatada em 2020 pelo Batalhão de Polícia Ambiental de Belém (PA), em uma área urbana, no entanto, o artigo com o registro inédito só foi publicado neste ano, pela Herpetological Review. Sucuri-verde de pele amarela, cores resultantes do xantismo, uma anomalia que altera o pigmento da pele do animal para tons amarelados. Afonso Mendes/Arquivo Pessoal Das serpentes aos felinos, outro destaque do site foi um encontro inusitado (e bastante oferecido) da estudante de turismo María José Fallas com uma onça-parda durante uma trilha no Parque Nacional do Corcovado, na Costa Rica. A experiência não foi uma observação simples do felino na natureza: o animal se aproximou do ponto de encostar as patas em Maria. “Senti emoção e medo ao mesmo tempo, então fiquei parada. comecei a tremer e tentei avisar meus amigos sobre o que estava sentindo. Ela ficou pertinho por uns cinco minutos, me cheirou, fez a pata e tocou minha perna. Pude sentir as almofadas da pata do felino”, conto a estudante ao Terra da Gente em janeiro deste ano. Onça-parda se aproxima de estudante de turismo durante trilha na Costa Rica Natureza em pauta Com tamanha variedade de espécies da fauna e flora em todo o mundo a natureza é tema diário de reportagens do TG. Mas alguns fatos do ano de 2022 ganharam atenção global. É o caso da soltura das ararinhas-azuis, espécie típica da Bahia que estava extinta na natureza há mais de duas décadas e voltou a voar pela Caatinga no dia 11/06, quando oito indivíduos ganharam vida livre em Curaçá (BA). Neste mês de dezembro outras 12 aves foram soltas na mesma região. As solturas gradativas fazem parte de um projeto de reintrodução da espécie na natureza. O trabalho começou com o rastreamento das últimas ararinhas-azuis que existiam no mundo, todas em cativeiros. A maior parte, segundo os investigadores, foi encontrada no Catar. Mais de 100 aves foram resgatadas e levadas para o viveiro da ONG alemã ACTP, no país europeu. Na instituição, as ararinhas passaram por um processo de reprodução natural e também reprodução artificial, para então alguns exemplares foram trazidos para o Brasil. Hoje, existem pouco mais de 200 ararinhas-azuis no mundo. Como estão as ararinhas-azuis devolvidas à natureza na Bahia? Conheça um centro de reprodução que se dedica a salvar as ararinhas-azuis, espécie declarada extinta na natureza. Terra da Gente Outro fato importante para o futuro das espécies foi a atualização da Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. Os novos dados, publicados no dia 08/06, apontam que o país tem 1.249 espécies e subespécies da fauna ameaçadas, sendo que 219 foram recém-inseridas na lista (41 aves; 35 anfíbios; 3 mamíferos; 7 peixes marinhos; 35 peixes continentais ; 24 invertebrados aquáticos e 74 invertebrados terrestres). A atualização também trouxe boas notícias: 144 espécies e subespécies saíram da lista, sendo 18 aves; 16 anfíbios; 9 répteis; 11 mamíferos; 9 peixes marinhos; 56 peixes continentais; 15 invertebrados aquáticos e 10 invertebrados terrestres. Clique e confira o documento completo Registros inéditos Ao longo desses 25 anos de TG aguardaram que a natureza surpreende diariamente, basta estarmos atentos e dedicados a ela. Entre centenas de observações, registros e flagrantes da fauna e da flora realizados ao longo de 2022 alguns vídeos inéditos se destacam no acervo do programa. Tangarazinho é uma das aves brasileiras que ocorrem em áreas preservadas Ananda Porto/TG Pela primeira vez em 25 anos exibimos a dança nupcial da rendeira (Manacus manacus) e do tangarazinho (licura militaris). Mestre da conquista: macho de rendeira ‘dá show’ com piruetas para seduzir parceira Artista por natureza: tangarazinho canta e dança ‘nos palcos’ da Mata Atlântica Endêmica do Brasil, o tangarazinho ocorre na Mata Atlântica desde o sul da Bahia até o sul de Santa Catarina. “Há também uma população na região central de Goiás, nos fragmentos remanescentes da Mata Atlântica do Rio Corumbá”, conta o ornitólogo Luciano Lima, que reforça um detalhe importante: é o macho que faz a dança diante da fêmea. “Ele realiza um ‘vai e vem’ de um galho a outro, lembrando o ato de costurar, o que lhe rendeu o nome regional, no litoral sul de São Paulo, de tangará-rendeira'”.
Fonte G1