Quantas vidas cabem em uma sacada?

Campinas e Região



Observadora registra variedade impressionante de espécies na área externa do apartamento; ela encontra na natureza a paz para conviver com o luto da perda da mãe. Quantas vidas cabem em uma sacada? Você já contemplou a natureza hoje? Muitas vezes pela correria do dia a dia deixamos de admirá-la e até mesmo conservará-la. E se você acha que para apreciá-la é preciso ir para as zonas rurais ou mesmo para as florestas, o apartamento da Camilla Rodrigues Guimarães, no Centro de Serra Negra (SP), é prova contrária disso. “Moro no terceiro andar e começou a montar a sacada para os passarinhos em 2017, quando meu pai me deu uma casinha que ele mesmo fez, mas tive que me mudar de cidade naquele mesmo ano. Voltei para o apartamento em janeiro deste ano com propósito de cura, pois vivo um luto pela morte da minha mãe. Trouxe as plantas dela, pois ela dizia que se tivesse plantado, eles viriam mais, e é realmente assim. Eles pousam na babosa e na jade. Os passarinhos me reencontraram e eu encontrei a paz. Além do meu amor, eu os ofereço banana, mamão, abacate, laranja, água com açúcar, vitamina, tenébrio e água para que tomem banho. Um verdadeiro spa”, detalhamento carinhosamente a engenheira civil. Camilla busca na natureza a paz para enfrentar os desafios da vida. Camilla Rodrigues Guimarães Uma variedade de espécies de aves que visitam a área externa do apartamento da Camilla é impressionante. “Primeiro vieram os beija-flores aproveitando os bebedouros e depois apareceram muitos sanhaços, saíras, sabiás, cambacicas, gaturamos, maritacas, pássaro-preto, bem-te-vi-do-peito-amarelo e até o bem-te-vi- rajado. Inclusive, o rajado fez ninho aqui na casinha da sacada e nasceram quatro filhotes”, relata. O bem-te-vi-rajado (Myiodynastes maculatus) escolheu a “suíte master” da sacada da Camilla para ser seu lar. Camilla Rodrigues Guimarães O bem-te-vi-rajado é uma espécie migratória que viaja da Amazônia para o Sudeste para se reproduzir. “Nunca tinha visto ele por aqui, mas ele me encontrou. Pude registrar todo o processo. A montagem do ninho, os ovos , a alimentação dos filhotes e a mãe os ensinando a voar. Percebi que eles são territorialistas, pois não permitiam a aproximação de outros passarinhos, principalmente o sabiá. Então decida comprar outras casinhas e assim pude dividir o espaço e continuar a receber a visita de todos” , enaltece. A mamãe rajada costuma trazer insetos para s eus filhotes. Camilla Rodrigues Guimarães Camilla trabalha 100% em home office e tem a oportunidade de estar na próxima dessa calmaria que só a natureza traz. “Tenho o privilégio de sempre estar perto deles. Quando estou triste basta silenciar e apreciar o canto, o chamado, o jeitinho de cada um deles. Alguns já me reconhecem e assoviam para mim. É a verdadeira paz que eu precisava. Hoje é um hobby. Almoço todos os dias os observando e se percebeu que acabou alguma fruta, largo tudo e abasteço. Primeiro eles, depois eu. E é assim que vivo”, descreve. Ela diz que ao receber a visita das aves, sente a presença de Deus e da mãe dela. “Eles me mostram o quanto sou abençoadoda e que não estou sozinha. Muitas vezes me pego chorando. Eles sentem a minha tristeza, mas também sentem a minha alegria”, emoção. Camilla também pratica a observação de aves fora de casa. “Passarinhar é demais. Se vejo um joão-de-barro na rua, por exemplo, já saio instruído Joãooo”, brinca e conclui. Outros registros de vida na sacada Os sabiás também são hóspedes com direito ao “all inclusive”. Camilla Rodrigues Guimarães A diversidade de espécies “inquilinas” da Camilla impressiona! Camilla Rodrigues Guimarães Os psitacídeos têm entrada e saída liberadas no spa! Camila Rodrigues Guimarães

Fonte G1

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