O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desaprovou o projeto de construção do Parque Marina Sul às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Sul, em Brasília.
A proposta integra o Masterplan para a Orla do Lago Paranoá. Porém, recentemente, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal (Seduh) fez mudanças no projeto referente à marina, ao lado da Ponte da Garças, e submeteu o documento com as alterações ao Iphan, que indicou “expansão exacerbada”.
Um dos motivos para a desaprovação é o aumento do número de vagas para veículos, que passou de 65 para 200. Outro ponto questionado pelo Iphan é que as edificações previstas, antes estruturas de pavilhões com varandas, passaram para edifícios de três pavimentos.
Veja o projeto:
A Seduh aumentou as áreas previstas para construção sob argumento de que as empresas que fizeram os estudos do termo de referência alegaram que a limitação dos espaços edificáveis “não daria sustentação econômica para o projeto”.
O Iphan disse que a preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (CUB), tombado como patrimônio, é dever do Estado e “impõe limites para a exploração econômica”.
“Assim sendo, é indicado buscar outras estratégias de viabilidade econômica que não impliquem na alteração substancial da concepção urbanística da Orla proposta pelo Masterplan, e que tenham impacto reduzido sobre a escala bucólica do Conjunto Urbanístico de Brasília, tendo por objetivo a preservação e conservação ecológica e patrimoniais integrados”, escreveu o Iphan.
Segundo o órgão federal, “a perspectiva de edificações em área pública e a expansão exacerbada da área construída tem o risco de comprometer gravemente uma das características essenciais a serem mantidas no Conjunto Urbanístico de Brasília”.
Por se tratar de uma área tombada, todas as alterações em torno do Lago Sul devem ser aprovadas pelo Iphan.
Leia o parecer do Iphan:
Parecer Do Iphan Sobre Parque Marina Sul por metrópoles no Scribd