Estudo é realizado por entidade de Campinas desde 2015 coordenado por especialista da Unicamp. Dados mapearam o comportamento da população para fazer alerta no mês de conscientização sobre o câncer de pele. Torcedora usa protetor solar Marcos Serra Lima/g1 Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Cosmetologia de Campinas (SP) indicou que, em 2022, 71% da população brasileira disse não usar protetor solar diariamente. O estudo realizado com a população de 27 estados brasileiros já teve seis edições desde 2015, e o atual é o mais baixo desde 2017. O alto preço do produto é apontado como um dos percentuais voltados para a baixa adesão à proteção. Os resultados também revelaram que 55% das pessoas não sabem a quantidade ideal de protetor a ser aplicada sobre a pele contra os raios solares negativos, UVA e UVB. Os dados foram divulgados como um alerta da campanha Dezembro Laranja, de prevenção ao câncer de pele, já que o protetor pode prevenir a doença, além de danos estéticos, como o envelhecimento precoce. O especialista em Ciências Médicas, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lucas Portilho, que lidera o estudo desde 2015, reforça a preocupação com os dados coletados. “Em todos os números, o levantamento de 2022 indica uma situação preocupante, que coloca em alerta a comunidade médica. Desde 2014, quando realizamos a primeira pesquisa, os números já eram altos, mas hoje estamos falando em quase dois terços da população brasileira exposta sem qualquer filtro à radiação ultravioleta. Além disso, sem saber quanto aplicar, a pessoa pode achar que está protegida quando, na verdade, tem áreas descobertas na pele.”, observa. Dados da pesquisa Ao longo das seis edições, o estudo sobre a utilização de fotoproteção foi realizado em nível nacional, através do Instituto de Cosmetologia da metrópole. Confira abaixo o percentual de população que diz não usar o protetor solar diário ao longo dos anos: 2015: 53% 2016: 65% 2017: 72,5% 2019: 60% 2021: 62,2% 2022: 71% Na pesquisa recente , 1.871 pessoas foram ouvidas em 27 estados brasileiros. Para Portilho, a redução do uso do filtro solar, comparando os anos de 2019, 2021 e 2022, pode estar associada ao preço do produto e também a eficiência das campanhas de conscientização. “A redução no uso do filtro solar mostra que campanhas de conscientização precisam ser mais eficientes para que o brasileiro assimile uma rotina de aplicar fotoprotetores. Talvez pelo alto custo e pela situação de crise financeira que se instaurou no país, a proteção solar passou a segundo plano no consumo do brasileiro.”, afirma. Além disso, o estudo também revelou outros dados comportamentais dos brasileiros em relação ao uso da proteção: Os fatores de proteção solar (FPS) preferidos pelos consumidores 30, 50 e 60; 57% das pessoas que usam protetor não reaplicam ao longo do dia 52% não usam filtro solar em dias nublados 46% se expõem ao sol apenas pela manhã, por acreditar ser o horário mais seguro 12% usam roupas como barreiras de proteção 10% consultam um dermatologista para indicação de melhor filtro. Reflexos da pandemia Também no último levantamento, foram revelados hábitos que são reflexos da pandemia de Covid-19. Entre os 62% afirmaram que deixaram de usar os filtros solares durante o período de quarentena. Para o especialista, que também atua no desenvolvimento de fotoprotetores, este é um dado com potencial para impactar o aumento no número de pessoas que não aplicam diariamente o protetor. “É urgente que se façam ações permanentes de conscientização sobre a necessidade diária dos fotoprotetores e a aplicação correta dos filtros solares como forma de prevenção e saúde.” conclui, Lucas. Prática de bronzeamento De acordo com o levantamento, 27% dos brasileiros consideram o bronzeamento uma prática saudável. Para Lucas, esse fator está relacionado com a cultura do país, que nem sempre está associado a hábitos de saúde, considerando que, por se localizar em uma região tropical, o Brasil detém um dos maiores índices de incidência de raios ultravioleta do planeta. Além disso, o especialista destaca que é preciso cuidado com a radiação UVB, que pode causar queimaduras solares. E que a proteção não deve se restringir apenas às praias e piscinas. “Há também os raios UVA, que atravessam vidros e janelas e penetram profundamente na pele, chegando à derme, onde estão como fibras de colágeno e elastina. Os radicais livres gerados por esta radiação promovem a degradação dessas fibras e causam fotoenvelhecimento, rugas, linhas de expressão, flacidez e manchas.” , destaca. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1