Irã faz primeira execução de manifestante condenado por protestos

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O Irã executou, nesta quinta-feira (8/12), um homem acusado de ferir um policial da força paramilitar Basich, durante os protestos que tomaram conta do país há quase três meses, segundo a mídia local. Esta é a primeira sentença de morte executada por Teerã por conta das manifestações.

Mohsen Shekari foi executado esta manhã, após ser declarado culpado pelo Tribunal Revolucionário, acusado de “fazer guerra contra Deus”. Ele teria esfaqueado um agente paramilitar e bloqueado uma avenida durante um protesto na capital Teerã, em 25 de setembro.

Além de Shekari, outros 11 cidadãos iranianos condenados à morte correm o risco de sofrer o mesmo destino por participação nos atos contra as imposições de comportamento e vestimenta, características do governo do país.

Julgamento

De acordo com a agência de notícias Mizan Online, 0 veredito preliminar do caso foi anunciado em 1º de novembro pelo Tribunal Revolucionário de Teerã. A Suprema Corte rejeitou um recurso de apelação em 20 de novembro, o que levou à execução da sentença.

A Justiça iraniana afirma que Shekari foi declarado culpado de ter lutado e sacado “a arma com a intenção de matar, provocar terror e perturbar a ordem e a segurança da sociedade”.

“Ele feriu de maneira intencional um basich com arma branca, enquanto este cumpria o seu dever e bloqueou a avenida Sattar Khan em Teerã”, diz uma agência.

O ativista de Direitos Humanos do Irã, Mahmood Amiry-Moghaddam, afirmou que as sentenças de morte de manifestação começarão a ser interrompidas diariamente, a menos que a comunidade internacional se mobiliza.

“Foi negado a ele o direito de ter um advogado durante os processos interrogatórios e demais procedimentos legais. As confissões forçadas com lesões a faca foram ao ar horas após a execução”, afirmou. “A Human Rights condena sua execução nos termos mais fortes possíveis e insta a comunidade internacional a interromper a execução dos manifestantes”.

Manifestações

O país enfrenta uma forte onda de protestos desde a morte da jovem curda Mahsa Amini, 22 anos, em setembro. Ela havia sido presa pelos aguardados por desrespeitar o uso obrigatório do véu islâmico.

O Ministério do Interior iraniano comunicou que houve mais de 300 mortes desde o início das manifestações. Entre as vítimas, estão agentes das forças de segurança, manifestantes e participantes de grupos armados considerados contrarrevolucionários.

As autoridades, que se referem às manifestações como “distúrbios”, acusam com frequência os Estados Unidos e aliados ocidentais, assim como grupos curdos no exterior, de estimular o movimento de protestos sem precedentes.

Fonte Metropoles

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