O protetor dos animais Gleison Willy, que socorreu o cachorro baleado por um motociclista em via pública na manhã do último sábado de novembro (26/11), está à procura de um lar para o animal.
Segundo Gleison, Bredy, como é carinhosamente chamado pela vizinhança da região do Jóquei Clube de Brasília, onde ocorreu o crime, se recupera sem dificuldades da cirurgia para a retirada da bala que ficou alojada. Ele recebeu alta da clínica veterinária que o acolheu para o procedimento hospitalar, nessa segunda-feira (5/12).
“Ele está bem. Agora, precisa de um tutor e de uma casa para viver. Queremos que ele saia dessa condição de vulnerabilidade nas ruas. Não temos como mantê-lo aqui nas redondezas. Queremos achar uma família que possa dar carinho e amá-lo como ele merece”, pontuou o ativista.
Veja a imagem de Bredy após a alta:
Feira de adoção Amigos do Bredy
Na região onde Bredy vivia antes de ser atingido pelo tiro, há pelo menos outros quatro cachorros que também esperam por um lar. Pensando no bem-estar dos animais, moradores da região que monitoram os cães dia a dia decidiram realizar uma campanha batizada de Feira de adoção “Amigos do Bredy”.
Conheça os cães disponíveis para adoção:
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“São animais sociáveis e brincalhões. Às vezes, têm o instinto animal, mas nada grave. Muita gente não gosta da presença desses bichos na região e nós acabamos sofrendo com isso por não ter como abrigá-los. A gente faz o que pode. Tenta prender para que não sejam seguidos, mas nem sempre participem contê-los”, afirmou Gleison.
Quem tiver interesse em conhecer melhor os animais para adotá-los, pode entrar em contato com Gleison pelo telefone: (61) 99881-3006.
Perfil de adoção no DF
Segundo levantamento realizado pela +Pet Brasília, 41% das famílias do Distrito Federal ouvidas para a produção do estudo têm, pelo menos, um cão sem raça definida (SRD). Ocupam o segundo e o terceiro lugar na preferência dos tutores das raças Shih Tzu (12%) e Poodle (10%). Entre os que têm gatos, este índice de preferência pelos animais SRD mais que dobra (87%), seguido pelos siameses (12%) e persas (10%).
Realizada em 2021, a pesquisa +Pet ouviu chefes de família com renda superior a R$ 8 mil e 55% deles afirmaram já possuir animais de estimação em casa ou ter a intenção de comprar ou adotar um animalzinho nos próximos 12 meses.
Mas por quais motivos os vira-latas atraem tanta gente? Segundo especialistas, pets sem raça definida tendem a ser dóceis, muito leais e, além disso, têm uma grande facilidade de aprendizado.
“De forma geral os vira-latas costumam ser muito inteligentes e aprender rápido. Com isso, aumenta muito o sentimento da importância social em adoção, que é uma palavra muito forte e traz contribuição para a sociedade. A questão de ser dócil vai muito da forma como a pessoa cria o cachorro”, explica Herbert Justo, médico veterinário e um dos sócios-diretores da marca +Pet, que chegou a Brasília, em novembro, com uma nova proposta de atendimento de saúde veterinários para cães e gatos.
O caso Bredy
Câmeras de segurança na região do Jóquei Clube de Brasília registraram o momento em que o cachorro foi baleado pelo motociclista, um policial civil, em via pública. O caso aconteceu em 26 de novembro, por volta das 8h.
Após o ocorrido, o agente se apresentou espontaneamente na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), para informar os fatos. O policial disse à corporação que saiu de casa com o filho na garupa quando uma motocicleta foi cercada por cachorros que tentaram atacar os dois. Para evitar as mordidas, o agente alegou que, primeiro, tentou chutar os animais; depois, atirou para “afastar os cães”.
As imagens são fortes e mostram quando o policial civil trafega pela pista da região quando atira no cachorro, que estava em companhia de, ao menos, outros quatro cães.
No vídeo, aparecem os animais próximos à motocicleta. O condutor, acompanhado pelo filho na garupa, puxa a arma da cintura e dispara.
Em seguida, os cães não atingidos se aproximam do animal ferido, na tentativa de ajudá-lo, enquanto o cão baleado agoniza no asfalto.
As imagens são fortes:
O tiro acertou a mandíbula de Bredy, segundo testemunhas. A bala ficou alojada, mas o animal, felizmente, não morreu.
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O policial, que não teve a identidade divulgada, disse que recebeu mordidas em outra ocasião e que, à época, moradores e o síndico do condomínio em frente ao local do ocorrido souberam da situação.
A corregedoria da PCDF apura o fato, por se tratar de ocorrência que envolve policial civil.