São Paulo – A equipe de transição do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), empenhou esforços para tentar convencer o ministro da Economia, Paulo Guedes, a assumir a Secretaria da Fazenda no futuro governo paulista, mas ouviu uma resposta nada animadora para o que é considerado um desejo pessoal de Tarcísio.
O entrave, segundo auxiliar próximo ao governador eleito, é que o comando da Fazenda estadual seria um cargo “pequeno” para aquele que já foi chamado de supermistro do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nas últimas semanas, Tarcísio incumbiu ao coordenador da transição paulista, Guilherme Afif, que foi assessor especial de Guedes no Ministério da Economia e é amigo do ministro, a missão de tentar convencê-lo. Até agora, as conversas não surtiram efeito.
Guedes tem dito nos bastidores que pretendem tirar umas férias a partir de janeiro, quando encerram o governo Bolsonaro e, consequentemente, sua passagem pelo superministério da Economia, que uniu os ministérios da Fazenda, Planejamento e da Indústria e Comércio. A tendência é que ele volte a atuar na iniciativa privada.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já disse que pretende reverter a atual formação da Esplanada e recriar massas que foram extintas ou fundidas no governo Bolsonaro.
Em São Paulo, a Secretaria da Fazenda também foi fundida com a de Planejamento, mas, ainda assim, tem uma herança cultural interna ao do ministério chefiado por Guedes, ao qual estão vinculados outros 12 órgãos de o governo e mais de dez estatais.
O atual secretário da Fazenda paulista é o economista Felipe Salto, que está cotado para assumir a Secretaria do Tesouro Nacional no governo Lula.
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Plano B
Caso Guedes não aceitasse o convite de Tarcísio, hipótese considerada mais provável pelo governador eleito, o secretário da Fazenda deveria ser o economista Samuel Kinoshita, que também foi assessor especial do Ministério da Economia e deixou o cargo para coordenar o plano econômico do programa de governo de Tarcísio na campanha.
Segundo auxiliares, Guedes tem colaborado com Tarcísio na transição, trocando informações, enquanto Kinoshita já está empenhado em na análise do Orçamento de 2023, planejado pelo governo de Rodrigo Garcia (PSDB) e que será votado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) até o fim do ano.
Meirelles
Se Paulo Guedes mudar de ideia e topar desembarcar no governo paulista, ele trilhará caminho semelhante ao ex-ministro Henrique Meirelles (União), que comandou o Ministério da Fazenda (nome antigo da pasta) no governo Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018, e depois se tornou titular da pasta no estado na gestão João Doria.
A diferença é que entre os dois cargos Meirelles disputou a eleição presidencial de 2018, vencida por Bolsonaro. Nos bastidores, a ida do ex-ministro de Temer para o secretariado de Doria em 2019 estava associada a uma pretensão de concorrer novamente a uma carga eletiva.
Neste ano, Meirelles deixou o cargo na data limit para disputar a eleição, mas acabou não lançando candidatura. Diferentemente dele, Paulo Guedes, até agora, não esboçou nenhuma intenção de se aventurar em uma campanha política no futuro.
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