Comércio ilegal de mercadoria para garimpo de ouro era feito por empresa de Paulínia que concentrava 90% do mercado no Brasil, diz PF

Campinas e Região



A Polícia Federal e o Ibama cumpriram 14 mandados de prisão e mais 49 de busca e apreensão em sete estados, sendo a maioria no Mato Grosso. Esquema causador de prejuízo ao meio ambiente estimado em R$ 1,1 bilhão. A PF cumpre 14 mandados de prisão e 49 de busca em operação contra crimes ambientais garimpo ilegal de ouro no país. Ela foi um dos alvos da operação conjunta com o Ibama que cumpriu 63 mandados de prisão e busca e apreensão em sete estados nesta quinta-feira (1º). A ação também foca em crimes ambientais associados ao comércio ilegal, como transporte irregular e liberação do produto de forma prejudicial na natureza, chegando a afetar a saúde de animais e pessoas. Este metal é tóxico e pode causar danos irreversíveis no sistema nervoso central até levar à morte. “Hoje a gente tem um desvio dessa mercadoria para os garimpos ilegais, por exemplo. Ele vem de uma cadeia que sofre um esquentamento e ele é transportado até chegar em locais que tem interesse. Esse uso nos garimpos, ele não conta com as medidas mitigadoras essenciais para que esse mercado não chegue na cadeia trófica e monitore a saúde das pessoas e o meio ambiente”, explicou Tatiana Leite, coordenadora geral de fiscalização ambiental do Ibama. Além da companhia com registro em Paulínia, a PF identificou outras empresas de fachada em outros estados – incluindo uma que funcionava em uma imobiliária – que usavam dados e documentações falsas. Elas importavam a mercadoria de forma irregular e inseriam no sistema de controle do Ibama uma quantidade diferente da comercializada. As atividades das empresas envolvidas no processo serão suspensas, concluiu o Ibama. Esta é a maior operação contrabando de mercadoria da história da Polícia Federal, segundo a corporação. Investigação desde 2013 A operação, denominada Hermes, é fruto de investigação desde 2013, quando uma empresa de Joiville (SC) se revelou como detentora de 90% do mercado nacional do metal pesado e foi fechada pela vigilância após constatação de irregularidades. Em 2018, a Polícia Federal e o órgão ambiental descobriram que os criminosos mudaram a sede para Paulínia, no interior de São Paulo. Desde então a PF e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) solicitaram o rastreamento do destino do mercado e, além de localizar as empresas legais, também verificaram licenças de territórios sendo descumpridas em garimpos. No caso de Paulínia, a foi fechada no fim do ano passado companhia por conta das irregularidades. A estimativa da polícia e do órgão ambiental, até o fim das apurações, é que cerca de 7 toneladas do metal tenham sido incorporadas de maneira irregular no sistema de controle do Ibama, o Cadastro Técnico Federal (CTF). Os prejuízos ambientais e financeiros foram estimados em R$ 1,1 bilhão, e a Justiça autorizou o sequestro e indisponibilidade de bens dos investigados. Ao todo, os crimes investigados são: crimes ambientais, mineração ilegal de ouro, comércio ilegal de mercadoria, organização e associação criminosa, receptação, contrabando, falsidade documental e lavagem de dinheiro. Arma apreendida pela Polícia Federal em Cuiabá (MT) durante operação contra garimpo ilegal de ouro Polícia Federal/Divulgação Mandados em 7 estados Os alvos incluem residências, sedes de empresas, depósitos e áreas de mineração. As medidas judiciais foram determinadas pela 1ª Vara Federal em Campinas. Os policiais federais embarcaram nesta quarta-feira (30) no Aeroporto Internacional de Viracopos rumo a Mato Grosso, onde estão 22 mandados de prisão e houve uma prisão em flagrante por porte de arma. Medidas judiciais 5 mandados de prisão preventiva – cidades ainda não divulgadas. 9 mandados de prisão temporária, com duração de até 5 dias – cidades ainda não divulgadas. 49 mandados de busca em municípios nos estados do Mato Grosso (MT) – que concentra a maior parte -, São Paulo (SP), Goiás (GO), Santa Catarina (SC), Rio Grande do Sul (RS) e Rondônia (RO ). Fiscalização do Ibama também no Pará (PA). Policiais federais de Campinas em reunião sobre operação de combate ao garimpo ilegal de ouro Polícia Federal/Divulgação Cidades com mandados Aripuanã (MT): 3 de busca e apreensão, sendo um em área de garimpo Poconé (MT): 3 de busca e apreensão, sendo dois em área de garimpo Cuiabá (MT): 22, houve arma apreendida e prisão em flagrante Nossa Senhora do Livramento (MT): 2, ambos em áreas de garimpo Sinop (MT): 1 Várzea Grande (MT): 1 Rondonópolis ( MT): 1 Goiânia (GO): 1 Porto Velho (RO): 1 Santos (SP): 1 Campinas (SP): 1 Arujá (SP): 3 São Paulo (SP): 4 Santa Bárbara d’Oeste (SP) : 1 Paulínia (SP): 1 Indaial (SC): 1 Timbó (SC): 1 Caxias do Sul (RS): 1 Produto de reciclagem ou importação A PF explicouu que não é feito no Brasil a herança da natureza, então ele precisa ser importado ou recuperado por meio de reciclagem de resíduos, como lâmpadas e materiais odontológicos. “Enviando legal a origem, os proprietários têm direito a lançar seus créditos em quilogramas no sistema de controle de mercadoria do CTF e realizar vendas para empresas licenciadas pelos órgãos ambientais estaduais. sistema e, a partir daí, a aceitação de créditos virtuais fictícios que acobertam vendas e transporte de mercadoria real sem origem legal”, explicou a PF. Botijão de mercadoria foi apreendido em operação da PF com Ibama contra garimpo ilegal Polícia Federal/Divulgação Fiscalização do Ibama De acordo com a PF, a operação engloba, concomitantemente, a fiscalização de áreas de mineração pelo Ibama, com a possibilidade de aplicação de multas, suspensão de atividades e embargos. O foco é o Cadastro Técnico Federal. O órgão federal também apura condutas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas com a importação e comércio de mercadorias, recicladoras de resíduos e mineradoras de ouro com sedes em municípios nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso e Pará. O Cadastro Técnico Federal prevê que toda a recepção e uso de mercadoria metálica no Brasil deva ocorrer em estrito cumprimento da legislação. “Esse escopo institucional é chave para a implementação da Convenção Internacional de Minamata, ratificada pelo Brasil em 8/8/2017, após aprovação pela ONU”, disse a corporação. Fiscalização do Ibama na operação da PF de Campinas de combate ao garimpo ilegal de ouro e uso do abastecimento da Polícia Federal/Divulgação VÍDEOS: confira outros destaques da região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *