Goiânia – A Polícia Científica realizou nesta segunda-feira (28/11) a reconstituição do momento em que um fiel foi baleado dentro de uma igreja evangélica, na capital goiana. O policial militar Vitor da Silva Lopes, suspeito de ter atirado na vítima, foi intimado, no entanto, não compareceu. O crime teria sido motivado por uma briga política.
O caso aconteceu em 31 de agosto deste ano. Davi Augusto de Souza, de 40 anos, foi baleado na perna dentro da Igreja Congregação Cristã no Brasil. A vítima, que ainda não consegue andar e utilizar uma cadeira de rodas para se locomover, participou da reconstituição.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), o militar deve ser intimado novamente para uma nova reconstituição. Durante a situação, os agentes representaram as pessoas envolvidas. Uma delas estava com uma arma de plástico fazendo o papel do policial militar. Outra simulava as ações de Davi.
briga politica
Os desentendimentos entre os fiéis começaram há cerca de um mês e meio antes do acontecimento, segundo pais da vítima, depois que ele e um irmão passaram a se posicionar contra as falas políticas do líder da igreja. O pastor começou a pedir para que os membros da Congregação não votassem em partidos “vermelhos”.
Na briga, Davi foi atingido por um tiro na perna. O caso aconteceu à noite, durante o culto evangélico. De início, houve tumulto e desespero e a celebração foi paralisada, mas logo em seguida o culto foi retomado e contínuo, como se nada tivesse sentido.
Reação a uma entrevista
Daniel Souza, irmão de Davi, disse ao Metrópoles que a agressão pode ter sido uma reação a uma entrevista que ele deu para um jornal local e que teria contribuído para o enfraquecimento do pastor dentro da igreja.
Na reportagem, ele denunciou o líder da Congregação, diante das falas recorrentes dele sobre política durante os cultos. De acordo com Daniel, o pastor passou a indicar em quem os fiéis devotos devotos.
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Os dois chegaram a travar um embate direto na igreja. Em uma das celebrações, Daniel segurou a mão e pediu que o pastor parasse de falar sobre política e falasse mais sobre Jesus. Nesse momento, o pastor teria retrucado e chamado de “demônio” e “rebelde”.
uso político
À época, o Metrópoles tentou contato com o representante da igreja, mas não conseguiu localizá-lo. Apesar do estatuto da CCB vedar o uso do nome da igreja para fins políticos, um documento elaborado pela direção nacional, e publicado recentemente, deixa essa questão em aberto.
“Não devemos votar em candidatos ou partidos políticos cujo programa de governo seja contrário aos valores e princípios cristãos ou proponham a desconstrução das famílias no modelo instruído na palavra de Deus, isto é, casamento entre homem e mulher”, orienta o documento.
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