Serpente descoberta na Bahia ganha nome em homenagem ao cantor Caetano Veloso

Campinas e Região



Pesquisa revelou ao todo quatro espécies novas exclusivas da Mata Atlântica; Serpentes fazem parte do gênero popularmente conhecido como cobras-cegas. Nova espécie de cobra-cega ganhou nome em homenagem ao Caetano Veloso Foto: Roberta Graboski A natureza sempre nos impressiona de alguma forma. Seja por sua imensidão ou pela diversidade de flora e fauna. Prova disso, é que o investigador descobriu quatro novas espécies de serpentes endêmicas da Mata Atlântica brasileira. Uma delas foi batizada em homenagem ao cantor e compositor baiano Caetano Veloso, que completou 80 anos em 2022. O estudo foi publicado por uma equipe internacional de biólogos latino-americanos orientados pela pesquisadora Roberta Graboski. As novas espécies se dividem em dois estados. “Uma das serpentes ocorre em áreas próximas às praias no Espírito Santo e as outras três são restritas às matas da Bahia, incluindo uma espécie do litoral, outra do interior e outra das zonas mais altas na Chapada Diamantina”, conta um cientista. De acordo com a pesquisadora, as novas espécies fazem parte do gênero Amerotyphlops, conhecidas popularmente como cobras-cegas por terem olhos muito pequenos cobertos por escamas. “A visão não é uma função bem desenvolvida nessas serpentes que vivem debaixo da terra. Longe de serem temíveis predadores, pois as cobras-cegas não possuem veneno e se alimentam apenas de cupins e formigas”, detalha ela. O resultado vem de parcerias feitas com o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e no Museu Paraense Emílio Goeldi, no coração da Amazônia, que vem estudando a evolução dessas pequenas e notáveis ​​serpentes desde 2011. A equipe utilizou dados moleculares e tomografias computadorizadas do crânio para identificar as novas espécies. espécies”, afirma a Dra. Graboski. Homenagem ao Caetano Veloso? Transa, de Caetano Veloso. Segundo a pesquisadora Roberta, Caetano menciona cobras e serpentes em algumas de suas músicas, talvez por simpatizar com esses animais ou por sua simbologia espiritual. uma grande fã, Caetano é ativista pela conservação ambiental, dando voz à preservação da Floresta Amazônica e à resiliência indígena, apoiando ações como o movimento 342 Amazônia. Caetano é patrimônio cultural do Brasil. Espero que ele goste desta homenagem, pois além da música, ele será imortalizado para a ciência agora”. Espécie vive debaixo da terra e não é venenosa Foto: Roberta Graboski Espécies ameaçadas? Graboski afirma que a Mata Atlântica está entre as regiões de maior biodiversidade do mundo, mas também entre as mais ameaçadas, sendo recordista de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. “Por isso é importante conhecermos sua diversidade para podermos conservar a floresta e as espécies que ali moram”, explica. As novas espécies descritas foram chamadas pela equipe de Amerotyphlops illusorium, A. martis, A. montanum e A. caetanoi. “A espécie (A. illusorium) faz alusão a sua natureza críptica. Já a (A. martis), faz referência à sua morfologia. Já a (A. montanum) se deve ao seu hábito de viver em zonas altas. E a (A. Caetanoi) vem da homenagem ao cantor e compositor baiano Caetano Veloso”, detalha. Vive no subsolo, em áreas de campos, cerrados, florestas e planícies Giselda Person / TG ​​Diversidade de espécies A descrição das quatro novas espécies de cobras-cegas aumenta consideravelmente a diversidade desse grupo de serpentes, mas elas ainda podem ser raras e difíceis de estão achadas. Na última Lista Vermelha de Serpentes do Brasil publicada em 2018 pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, três espécies deste gênero foram consideradas ameaçadas de extinção. O destino das novas espécies é incerto, pois possivelmente já houve sob ameaça de extinção. “Os autores do estudo sugerem que elas devam se juntar ao contingente de espécies ameaçadas, e chamam a atenção sobre a importância de preservar os últimos remanescentes de Mata Atlântica, bem como das áreas costeiras altamente impactadas pela especulação imobiliária”, alerta Graboski.

Fonte G1

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