Campinas acata contralaudo e reduz para 75 n° de árvores que serão extraídas do Bosque dos Jequitibás

Campinas e Região



Inicialmente, a prefeitura havia previsto de 111 espécies, mas reconsiderou. Apesar da definição sobre a voz, o manejo ainda depende da autorização do conselho de SP. Bosque dos Jequitibás, em Campinas, segue fechado Reprodução/EPTV A Prefeitura de Campinas (SP) acatou o contralaudo elaborado a pedido da Comissão de Arborização da Câmara de Vereadores e precedeu o número de árvores e exemplares arbóreos que devem ser extraídos do Bosque dos Jequitibás . Agora, a Secretaria de Serviços Públicos prevê remover 75 espécies, e não mais 111, como previsto pelo Departamento de Parques e Jardins (DPJ) inicialmente. A diferença entre as dimensões se deu em relação às plantas vivas, já que o contralaudo permitiu que 36, dentre as 83 então condenadas pela prefeitura, poderiam ser mantidas: 33 árvores e mais três exemplares arbóreos. Por outro lado, as duas partes concordaram com a remoção de 28 árvores mortas. Apesar da definição sobre o número, o manejo ainda depende de uma autorização do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat). A necessidade ocorre porque o bosque é patrimônio estadual e foi tombado em 1970. “A Secretaria de Serviços Públicos fará a remoção de 75 árvores no Bosque dos Jequitibás, em acordo comum com o relatório da Comissão de Arborização da Câmara dos Vereadores. Este trabalho feito quando o manejo for autorizado pelo Condephaat. A situação das demais árvores será reavaliada, individualmente, do ponto de vista técnico, durante o período de manejo”, diz nota enviada ao g1. O espaço está fechado desde 24 de janeiro, data em que um eucalipto caiu na Lagoa do Taquaral e provocou a morte de uma menina de 7 anos. Na ocasião, uma jovem de 27 também ficou gravemente ferida e precisou ficar dez dias internada para procedimentos hospitalares, antes de ser liberada. Após a tragédia, a prefeitura protegeu todos os parques e bosques para ações de visitação, podas e extrações de plantas com o objetivo de evitar novos acidentes. Desde esses dados, 23 das 25 estruturas já voltaram a receber o público. Além do Bosque dos Jequitibás, o Bosque dos Artistas também segue fechado. LEIA TAMBÉM Tragédia no Taquaral: polícia relata inquérito à Justiça e diz que laudos indicaram chuva como motivo da queda de eucalipto sobre criança Árvores caídas no Bosque dos Jequitibás após temporal no início do ano Arquivo pessoal Outras medidas A Secretaria de Serviços Públicos informou, ainda, que as outras medidas apontadas no contralaudo serão reavaliadas durante o período de manejo das plantas. São elas: Fechamento da chamada “trilha da figueira”, que liga a Grande Figueira na entrada do Bosque ao Museu de História Natural, e restauração da área com plantio de mudas de árvores nativas; Eliminação das espécies exóticas na área interna do parque, dentre elas, Melia azedarach, Caryota urens, Hovenia dulcis, Ligustrum lucidum, Leucaena leucocephala, Mangifera indica, Eryobotria japonica, Syngonium podophyllum; Realizar o manejo programado de lianas e demais trepadeiras que afetam a estrutura e o funcionamento do dossel; Planejamento, implantação e manutenção da arborização urbana no entorno do parque, priorizando as espécies nativas de ocorrência local, de modo a minimizar os impactos do isolamento do fragmento na matriz urbana; Desenvolver e praticar atividades educativas permanentes, como estratégia na orientação de visitantes tanto de escolas, como do público em geral; Desenvolver um programa de identificação e coleta da flora arbórea em Trilhas Ecológicas nos parques de Campinas visando a conservação de espécies raras e ameaçadas de extinção, bem como com potencial de uso na arborização urbana e recuperação de áreas degradadas; Instalação de deck elevado nas proximidades de árvores como o jequitibá (sustentado por cabeamentos) e figueira, de maneira a destacar a importância desses exemplares aproximar-os da obstrução e impedir vandalismo e destruição/compactação do sítio, no entorno das raízes desses exemplares, criando locais de contemplação, estar e confraternização; Instalação de dispositivos artísticos de suporte nas árvores a serem preservadas, em conjunto com placas de educação ambiental destacando a importância desses exemplares na dinâmica florestal, na disponibilidade de recursos para abelhas nativas e fauna, classe sucessional e patrimônio do conforto térmico e sombreamento exercido pelo dossel florestal. Morte de morador em 2022 O laudo usado pela Secretaria de Serviços Públicos foi produzido após a morte de um técnico em eletrônica atingido por uma figueira branca de 35 metros que caiu durante um temporal em 28 de dezembro de 2022. Documentos obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação mostra que, nos últimos cinco anos, a prefeitura só realizou laudo técnico sobre árvores do Bosque após o acidente. Imagem mostra carro atingido por figueira gigante em Campinas Lucílio Ferreira Junior VÍDEOS: confira mais destaques da região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

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