Para economistas, apesar da animação do setor com pacote de incentivos do governo federal, ainda não é possível avaliar os efeitos uma vez que os reflexos levaram a ser sentidos na segunda quinzena de junho. Especialista ressalta que melhora nas vendas era esperada após anos ruinas com reflexos da pandemia. Carros novos Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi Campinas (SP) encerrou o primeiro semestre com alta de 28,3% no número de novos carros emplacados na comparação com o mesmo período de 2022. Os dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mostram que a venda de veículos na metrópole só ficou abaixo dos registrados no período pré-pandemia. Entre janeiro e junho, foram emplacados 7.492 veículos novos em Campinas (SP) – 1.759 apenas no último mês. No mesmo período do ano anterior, foram 5.838. Segundo a associação dos concessionários, o programa do governo federal para baratear carros populares teve impacto positivo a partir da segunda quinzena de junho. Carro zero com desconto: recursos usados atingem R$ 560 milhões e já consomem valor extra do programa Para os economistas Roberto Brito de Carvalho, professor da PUC-Campinas, apesar da animação do setor com o pacote de incentivo do governo, ainda é cedo para avaliar os reais impactos das medidas para o setor. Ele classifica a alta nas vendas como um movimento esperado após períodos ruínas da indústria e da economia por reflexos da pandemia da Covid-19 e crises com insumos. “A rigor as medidas do governo começam a fazer efeito na segunda quinzena, portanto muito no final do semestre. Os números do semestre mostram um sinal de retomada, mas com a clareza de que nos anos anteriores ainda estava na pandemia. A gente começa a ter uma dinâmica um pouco diferente, mas ainda insuficiente para manter os patamares ou até mesmo experiências dos períodos pré-pandemia”, explica. O economista Roberto Brito de Carvalho Departamento de Comunicação PUC-Campinas Motos Depois de expandir negócios durante a pandemia, a venda de motos novos deu uma arrefecida em Campinas (SP), mas os números do primeiro semestre de 2023 ainda seguem em patamares elevados. Na comparação com os primeiros seis meses de 2022, houve queda de 9,7% no total de emplacamentos, mas as 3.714 motos novas vendidas entre janeiro e junho de 2023 representam o segundo maior volume de negócios dos últimos cinco anos. Roberto Brito de Carvalho ressalta que o setor registrou um “boom” por três grandes fatores: a substituição durante a pandemia de meios de transporte coletivo por indivíduo; os custos com combustíveis e manutenção de carros, com as pessoas com orçamento achatados; e a busca de oportunidades de trabalho diante das perdas de emprego. “Esses três motivos fizeram com que houvesse um excesso de demanda. Um acréscimo nos períodos de 2021 e 2022, sendo que agora, em 2023, estamos retomando uma normalidade, a pandemia já está superada”, diz. Venda de motos ainda segue em patamares elevados, mas abaixo do primeiro semestre de 2022 Jefferson Barbosa/EPTV Segundo a Fenabrave, as motos continuam sendo uma opção para transporte individual, em substituição ao transporte coletivo e ao automóvel, assim como fonte de renda, para pessoas que operam na área de serviços de entrega/delivery. “O segmento de motocicletas se mantém aquecido, mesmo com a desaceleração registrada em junho, mas entendo que esta é uma categoria que tem resultados acumulados bastante consistentes ao longo de 2023”, diz Andreta Jr., presidente da Fenabrave. “Talvez estamos entrando num processo de acomodação do mercado de motocicletas, aquilo que deveria ser dado o tamanho da nossa população e o interesse pelo bem”, completa o economista. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas.
Fonte G1