Vinho bom é vinho caro? g1 mostra como escolher bebida sem compromisso orçamento

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O inverno torna-se uma bebida mais atraente para diferentes ocasiões. Conheça os principais tipos, o que torna alguns rótulos tão exclusivos e veja como selecionar boas garrafas por menos de R$ 100. Vinhos Marcello Casal Jr/Agência Brasil Quando a temperatura cai, automaticamente o clima fica propício para a degustação de um bom vinho. Nas prateleiras de supermercados, lojas especializadas e empórios, as opções são diversas e os preços também. Ao redor do mundo, existem garrafas de vinho caríssimas. Em 2018, um leilão sediado em Nova York consagrou o vinho Romanée-Conti 1945 como o mais caro do mundo até então: ele foi vendido pela “pechincha” de U$ 558 mil, o equivalente a R$ 2,6 milhões. Mas a boa notícia é que existem opções de qualidade e bem mais baratas, inclusive alternativas brasileiras. “O brasileiro precisa quebrar o paradigma que o Brasil não faz vinho bom. O Brasil, hoje, faz vinho de alta qualidade, o vinho brasileiro está ganhando prêmios internacionais nos concursos mais prestigiados do mundo inteiro”, afirma o empresário Maurício Orlov, da Arcano Vinícola, localizada em Franca (SP). Nesta reportagem, o g1 desmistifica algumas ideias sobre vinhos e dá dicas de como escolher uma boa garrafa por menos de R$ 100. O texto está dividido em sete apresentados, confira abaixo. Quais são os principais tipos de vinho? De onde vem a ideia de que o Brasil não produz bons vinhos? Quais fatores influenciam no preço do vinho? Vinho bom é vinho caro? Vinho envelhecido é melhor? Existem tipos de vinho certos para o inverno ou para o verão? Como escolher um vinho bom e barato? Há, pelo menos, 5 mil espécies de uva que, combinadas, garantem uma adesão de tipos de vinhos Júlia Reis/g1 Quais são os principais tipos de vinho? Segundo Orlov, existe uma comunidade de tipos de vinhos justamente porque existem diversos tipos de uvas. “No mundo, são conhecidos pelo menos 5 mil espécies de uvas diferentes. Ou seja, você pode fazer, pelo menos, cinco mil vinhos diferentes, isso se você não misturar uma com a outra”, explica o empresário. Mas, para resumir todas essas opções diferentes, temos cinco tipos principais de vinho: Vinho tinto, produzido por meio da fermentação do suco extraído de uvas tintas; Vinho rosé, produzido a partir de uvas tintas por diferentes estilos de vinificação; Vinho branco, produzido a partir de uvas brancas e também tintas, com método de produção distinto a do vinho tinto; Espumantes, tipo de vinho produzido com gás carbônico armazenado. Pode ser produzido tanto por uvas brancas quanto por uvas tintas (aqui se encaixa o champanhe); Vinho licoroso, que são aqueles que tiveram a fermentação interrompida antes do termo pela adição de aguardente vínica. Eles são caracterizados pela alta taxa de teor alcoólico – entre 19% e 22% – e alta quantidade de açúcar. Também pode ser produzido tanto por uvas brancas quanto por uvas tintas. Vinícola durante colheita da uva em Franca (SP) Reprodução/EPTV De onde vem a ideia de que o Brasil não produz bons vinhos? Como a uva não é uma fruta de clima tropical, existe essa ideia de que o Brasil não produz bons vinhos já que, geralmente, as frutas são colhidas de dezembro a janeiro, verão no hemisfério sul. No entanto, a produção no país já é bem antiga e se desenvolveu bastante nas últimas décadas. “O Brasil faz vinhos espumantes maravilhosos, de renome internacional, e vinhos brancos muito bons também”, afirma Orlov. Há cerca de duas décadas atrás, uma estratégia revolucionária para a produção brasileira. É a técnica de colheita de inverno. “Através do manejo, você leva essas frutas a foram colhidas no nosso inverno, de julho até o começo de setembro, quando os dias são de muita insolação, porque normalmente não chove, e noites frias, clima perfeito para a colheita das uvas”, explica o empresário de Franca. Essa técnica garantiu que o Brasil conseguisse, além de fazer bons vinhos espumantes e rosé, produzir bons vinhos tintos também. A partir disso, o país “entrou no mapa do mundo dos vinhos tintos de alta qualidade”, segundo Orlov. “Hoje, a gente faz vinhos incríveis, tanto branco, rosé, espumantes, quanto tintos que não deixam de fazer frente a vinho de nenhum lugar do mundo. Vinho brasileiro, hoje em dia, é excelente com todas as letras”, afirma. Garrafas de vinho expostas na adega Júlia Reis/g1 Quais fatores influenciam no preço do vinho? O preço do vinho varia bastante e o principal motivo é o quanto de trabalho ele exige do produtor. Vinhos mais “nobres” costumam levar mais tempo para processos prontos. “O ciclo, de quando você poda a videira quando você tem garrafas para vender aquela até videira que você podou, é de mais ou menos 900 dias para vinho fino, nobre. Então imagina, o tempo de feitio desse vinho de alta qualidade é de três anos”, explica o empresário Orlov. Geralmente essas bebidas passam por diversas etapas, que vão desde a plantação e colheita na vinícola até a fermentação alcoólica e malolática e o armazenamento em barrica. Tudo isso agrega no preço final do vinho. Outro fator que pode encarecer a bebida é a baixa produção. “Tem algumas uvas que você planta, cuida, e ela te dá uma quantidade de uvas para vinificação muito pequena”, explicou Orlov. Em contrapartida, há castas de uvas que deram uma produtividade maior. Ou seja: a questão do trabalho e da intensidade também podem interferir bastante no preço final do vinho. Mas isso não quer dizer que os vinhos mais baratos são piores. Vinho sendo servido em uma taça Pixabay Vinho bom é vinho caro? Não necessariamente. Vinhos mais caros geralmente possuem uma longevidade maior, por isso, eles exigem maior durabilidade e isso requer mais tempo e investimento para confeccioná-lo. Os vinhos mais baratos são vinhos mais simples, o que não significa que são vinhos ruínas: eles apenas não foram feitos para durar anos e anos na adega. “Em geral, esses vinhos são para consumo mais rápido. É um vinho que você não tem uma longa duração no feitio, eles entregam menos aromas e nuances organolépticas”, diz Orlov. Chamamos de propriedades organolépticas aquelas que podem ser facilmente percebidas pelos sentidos do corpo humano: olfato, visão, paladar e tato. No caso do vinho, são nuances que serão sentidas tanto pelo paladar quanto pelo olfato. “Temos boas opções de vinhos mais acessíveis por preços até R$ 100, boas opções de vinhos brasileiros, portugueses, chilenos e argentinos. Só que sempre são vinhos um pouco mais simples”, afirma o empresário. Barris de fermentação de vinho em fevereiro de 2023 Marcos Serra Lima/g1 Vinho envelhecido é melhor? Conforme explica o empresário, nem todo vinho foi feito para ser envelhecido. Os vinhos mais finos, feitos para esse propósito, são justamente os que costumam ser mais caros. “Tem vinhos italianos e franceses que levam com menos de 15 anos é um sacrilégio”, brinca Orlov. Ele explica que a bebida tem uma espécie de curva para medir a melhoria conforme o tempo desde o engarrafamento. Em dado momento, o vinho atinge seu ápice e depois ele começa a decair até “estragar”. Um vinho mais simples e, portanto, mais barato, não deve durar muitos anos. “Esses vinhos, normalmente, têm uma subida muito rápida, um ápice pequeno e depois um declínio”, explica o empresário. Com os vinhos mais elaborados, essa ascensão costuma ser um pouco mais lenta. Isso explica o porquê eles podem (e devem) ser guardados por vários anos. “Ele vai ganhar tempo de garrafa, vai fazer a troca de oxigênio em uma micro-oxigenação através da rolha, vai ganhar novas nuances”, explica Orlov. Existem espumantes de vinho certos para o inverno ou tipos para o verão? Para Orlov, vinho é, na verdade, uma bebida gastronômica e, por isso, existem indicações de pratos para harmonizar melhor com uma determinada garrafa. Isso porque, conforme ele explica, o vinho é considerado não apenas uma bebida alcoólica, mas um complemento alimentar. “Ele vai ajudar na sua digestão, fazer bem para o coração, para as veias, tem um monte de benefícios. Além de unir as pessoas e proporcionar momentos agradáveis”, afirma. Nesse sentido, o vinho branco costuma combinar melhor com frutos do mar. “Isso porque peixes e frutos do mar em geral têm um pouco de iodo, e o vinho tinto tem um composto chamado tanino que não combina muito com o iodo”, explica. O tanino é um componente presente nas cascas, sementes e engaço de uvas tintas, principalmente. Trata-se de uma defesa da planta, o sabor mais amargo afasta insetos e insetos. , este composto causa uma sensação de segurança na boca. É claro que todos são livres para escolherem a bebida que desejarem para acompanhar uma refeição, embora existam essas indicações de combinação. E não é difícil de lembrar: vinhos brancos costumam harmonizar melhor com carnes brancas e frutos do mar. Já o vinho tinto vai melhor com comidas mais pesadas, como massas ou, até mesmo, uma feijoada. “Feijoada com vinho Tannat ou Serrat é maravilhoso, é uma harmonização perfeita. Ele tem potência, adstringência e torna a experiência de comer uma feijoada melhor”, afirma Orlov. Já em relação ao clima, em tempos de calor, os vinhos tintos costumam acompanhar o prato principal. Já os brancos, rosé e espumantes gelados garantem uma sensação de refrescância. Mesmo com menor consumo no Brasil, os vinhos brancos também são indicados pelo empresário Freepik Como escolher um vinho bom e barato? Como as opções abaixo dos R$ 100 são de vinhos mais simples, a principal dica é escolher aqueles que não são de safras antigas, justamente pela curva que mede a relação de melhoria e tempo ser menor. “Se tratando de vinhos mais baratos, escolha vinhos mais ‘jovens’, seja branco, tinto ou rosê”, aconselha Orlov. O empresário afirma que, além dos vinhos produzidos no Sul do país, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde o clima é mais propício para o cultivo das uvas, a região Sudeste também oferece boas opções para o consumidor. No interior, destaca-se a região de Ribeirão Preto (SP) e Franca, bem como as produções da Serra da Mantiqueira e Jundiaí (SP). Outro fator importante é prestar atenção se o vinho é seco e suave, e Orlov ainda tem uma aposta especial. “O suave é aquele um pouquinho mais adocicado, que o brasileiro gosta também. Porém eu sugeriria que as pessoas prestassem atenção nos vinhos secos, seja branco ou tinto. Ele tem um pouco menos de dulçor, mas ele harmoniza um pouco melhor e faz mais bem para a saúde, porque tem um teor de açúcar menor que os demais”, diz. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Fonte G1

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