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Três senadores dos EUA estão pressionando a Meta, controladora do Facebook, a Alphabet, controladora do Google, e o Twitter sobre se suas demissões podem ter prejudicado a capacidade das empresas de combater a disseminação de informações erradas antes das eleições de 2024.
Em uma carta às empresas datada de terça-feira, os legisladores alertaram que os cortes de pessoal relatados na moderação de conteúdo e outras equipes podem tornar mais difícil para as empresas cumprir seus compromissos com a integridade eleitoral.
“Isso é particularmente preocupante, dado o uso emergente de inteligência artificial para enganar os eleitores”, escreveram a senadora democrata de Minnesota, Amy Klobuchar, a senadora democrata de Vermont, Peter Welch, e o senador democrata de Illinois, Dick Durbin, de acordo com uma cópia da carta analisada pela CNN.
Desde a compra do Twitter em outubro, Elon Musk reduziu o número de funcionários em mais de 80%, em alguns casos eliminando equipes inteiras.
A Alphabet anunciou planos para cortar cerca de 12.000 funcionários em áreas e regiões de produtos no início deste ano. E a Meta disse anteriormente que eliminaria cerca de 21.000 empregos em duas rodadas de demissões, atingindo equipes dedicadas a políticas, experiência do usuário e bem-estar, entre outros.
“Continuamos focados no avanço de nossos esforços de integridade líderes do setor e continuamos a investir em equipes e tecnologias para proteger nossa comunidade – incluindo nossos esforços para se preparar para eleições em todo o mundo”, disse Andy Stone, porta-voz da Meta, em comunicado ao CNN sobre a carta.
A Alphabet e o Twitter não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
A retração nessas empresas coincidiu com uma retração mais ampla da indústria diante dos ventos econômicos contrários. Colegas como Microsoft e Amazon também reduziram suas forças de trabalho, enquanto outras anunciaram congelamentos de contratações.
Mas as empresas de mídia social estão sob maior escrutínio agora, em parte devido ao seu papel de facilitar o processo eleitoral nos EUA.
A carta de terça-feira perguntava ao CEO da Meta, Mark Zuckerberg, ao CEO da Alphabet, Sundar Pichai, e à CEO do Twitter, Linda Yaccarino, como cada empresa está se preparando para as eleições de 2024 e sobre a desinformação em torno das campanhas.
Para ilustrar suas preocupações, os legisladores apontaram mudanças recentes no YouTube, de propriedade da Alphabet, para permitir o compartilhamento de falsas alegações de que a eleição presidencial de 2020 foi roubada, junto com o que eles descreveram como “desafios” de moderação de conteúdo no Twitter desde as demissões.
A carta, que busca respostas até 10 de julho, também pergunta se as empresas podem contratar mais funcionários ou contratados para moderação de conteúdo antes da eleição e como as plataformas podem estar se preparando especificamente para o aumento de deepfakes gerados por IA na política.
Já candidatos como o governador da Flórida, Ron DeSantis, parecem ter usado imagens falsas geradas por IA para atacar seus oponentes, levantando questões sobre os riscos que a inteligência artificial pode representar para a democracia.