Campinas avalia contralaudo que reduz extrações de árvores no Bosque dos Jequitibás e manejo deve ser feito no 2º semestre

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Técnicos dizem que, com adoção de medidas, 36 plantas podem ser mantidas no espaço fechado desde janeiro. Prefeitura diz que fará análise e espera aval do Condephaat para trabalho; entenda. Bosque dos Jequitibás, em Campinas, segue fechado Reprodução/EPTV A Secretaria de Serviços Públicos em Campinas (SP) confirmou que irá analisar o contralaudo da Comissão de Arborização da Câmara de Vereadores sobre o Bosque dos Jequitibás onde está indicado a preservação de 36 árvores e exemplares arbóreos que, segundo o Departamento de Parques e Jardins (DPJ), da prefeitura, devem ser eliminados porque estão “condenados”. Além disso, a pasta indicou que os trabalhos de manejo devem ser a partir do 2º semestre e a etapa é requisito para a reabertura da área. O espaço está fechado desde 24 de janeiro, data em que um eucalipto caiu na Lagoa do Taquaral e provocou a morte de uma menina de 7 anos. Na ocasião, uma jovem de 27 também ficou gravemente ferida e precisou ficar dez dias internada para procedimentos hospitalares, antes de ser liberada. Após a tragédia, a prefeitura protegeu todos os parques e bosques para ações de visitação, podas e extrações de plantas com o objetivo de evitar novos acidentes. Desde aquele dado, 18 estruturas já permaneceram a receber o público, mas sete permaneceram fechadas. Com do Bosque, seis devem ser entregues até o fim da primeira quinzena de junho, segundo a exceção Secretaria de Serviços Públicos. Confira no fim desta reportagem as áreas abertas e fechadas na cidade Divergência Em março, o DPJ indicou necessidade de herança de 111 plantas no Bosque, entre elas, 108 árvores e mais três exemplares arbóreos, divididos entre espécies “condenadas” e mortas. O contralaudo da comissão, porém, defende que a adoção de algumas medidas pelo poder público pode preservar, deste total, 36 espécies que estão neste grupo: 33 árvores e três exemplares. “A Secretaria Municipal de Serviços Públicos recebeu o relatório e irá analisar”, diz nota da assessoria sem mencionar, contudo, quando deve ter uma resposta se aceita ou não conforme as indicações da comissão. O contralaudo, entretanto, conversou sobre a necessidade de remoção de 28 espécies mortas. “Esta forma, sugere-se a preservação de exemplares com a instalação auxiliar de suportes, placas de educação ambiental e, para segurança, estimativas a cada três anos, ou, a qualquer tempo, se observadas quaisquer alterações individuais inesperadas”, diz trecho da análise da comissão. Em março, um grupo de engenheiros florestais, professores, pesquisadores e técnicos de entidades já levantou questionamentos sobre a remoção de todas as árvores citadas pela administração. O laudo do DPJ, diz a prefeitura, também é assinado por engenheiros agrônomos e florestais, e biólogos. “Todos eles se acomodaram junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia a chamada Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), sem a qual o laudo não tem nenhuma validade”, informa o texto. Quando reabre? Embora o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) já tenha autorizado a remoção das 108 árvores do Bosque dos Jequitibás, em 23 de março, a prefeitura diz que precisa esperar aval do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico de São Paulo (Condephaat) porque o bosque é patrimônio estadual e foi tombado em 1970. Na ocasião, a comissão da Câmara emitiu uma nota de repúdio contra a liberação. A administração municipal informou que enviou um documento com e-mails ao Condephaat em 30 de março, mencionou uma visita ao conselho em 26 de abril por integrantes da Secretaria de Cultura e Turismo e equipe do Condepacc, e afirmou que o contato mais recente ocorreu em 25 de maio. “Foi informado à secretaria que este processo estaria nas mãos do conselheiro relator, significando que deve entrar na pauta do conselho até o final de junho. Foi feito contato novamente com a coordenadora que está fora do Brasil, em missão pela Secretaria de Cultura do Estado , e seu retorno se dará na próxima semana, quando novo contato para entender os processos”, diz nota. Já a Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo reiterou que os manejos arbóreos no Bosque dos Jequitibás precisam de autorização prévia do Condephaat, mas alegou, sem indicar detalhes, que documentos solicitados à prefeitura não foram enviados ao Condephaat. A reportagem questionou a assessoria sobre a lista, mas não houve resposta até esta publicação. “Os prazos de análise destes procedimentos seguem os fluxos usuais das análises de intervenção em patrimônio histórico e autorização pelo Condephaat”, diz texto da assessoria da pasta. LEIA TAMBÉM Após 4 meses fechada, Pedreira do Chapadão, em Campinas, tem reabertura marcada para sábado Tragédia no Taquaral: IC pede apoio da Unicamp e previsão finalizar laudo esperado pela polícia em 2 meses Laudo do estado relaciona queda de figueira no Bosque à interferência de gradil e calçada no crescimento da raiz da árvore Vídeo de 2015 mostra diretor da Prefeitura de Campinas alertando sobre risco de queda de eucaliptos Árvores caídas no Bosque dos Jequitibás após temporal no início do ano Arquivo pessoal Outras medidas Ainda de acordo com o contralaudo, o Bosque necessita de um plano de manejo, com medidas como: Fechamento da chamada “trilha da figueira”, que liga a Grande Figueira na entrada do Bosque ao Museu de História Natural, e restauração da área com plantio de mudas de árvores nativas; Eliminação das espécies exóticas na área interna do parque, dentre elas, Melia azedarach, Caryota urens, Hovenia dulcis, Ligustrum lucidum, Leucaena leucocephala, Mangifera indica, Eryobotria japonica, Syngonium podophyllum; Realizar o manejo programado de lianas e demais trepadeiras que afetam a estrutura e o funcionamento do dossel; Planejamento, implantação e manutenção da arborização urbana no entorno do parque, priorizando as espécies nativas de ocorrência local, de modo a minimizar os impactos do isolamento do fragmento na matriz urbana; Desenvolver e praticar atividades educativas permanentes, como estratégia na orientação de visitantes tanto de escolas, como do público em geral; Desenvolver um programa de identificação e coleta da flora arbórea em Trilhas Ecológicas nos parques de Campinas visando a conservação de espécies raras e ameaçadas de extinção, bem como com potencial de uso na arborização urbana e recuperação de áreas degradadas; Instalação de deck elevado nas proximidades de árvores como o jequitibá (sustentado por cabeamentos) e figueira, de maneira a destacar a importância desses exemplares aproximar-os da obstrução e impedir vandalismo e destruição/compactação do sítio, no entorno das raízes desses exemplares, criando locais de contemplação, estar e confraternização; Instalação de dispositivos artísticos de suporte nas árvores a serem preservadas, em conjunto com placas de educação ambiental destacando a importância desses exemplares na dinâmica florestal, na disponibilidade de recursos para abelhas nativas e fauna, classe sucessional e patrimônio do conforto térmico e sombreamento exercido pelo dossel florestal. Morte de morador em 2022 O laudo usado pela Secretaria de Serviços Públicos foi produzido após a morte de um técnico em eletrônica atingido por uma figueira branca de 35 metros que caiu durante um temporal em 28 de dezembro de 2022. Documentos obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à Informação mostra que, nos últimos cinco anos, a prefeitura só realizou laudo técnico sobre árvores do Bosque após o acidente. Imagem mostra carro atingido por figueira gigante em Campinas Lucílio Ferreira Junior Espaços abertos Parque das Águas Pedreira do Chapadão (Praça Ulysses Guimarães) Bosque dos Italianos Bosque São José Lago do Café Parque dos Guarantãs Lagoa do Taquaral (Parque Portugal) Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim Lagoa do Jambeiro (Praça José Ferreira de Toledo) Parque Ecológico Benevenutto Tilli Praça da Juventude Alessandro Monare Parque Linear do Capivari (Parque Linear José Mingone) Bosque Ferdinando Tilli Bosque dos Cambarás Parque Dom Bosco Bosque da Mata Bosque Santa Bárbara Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão Espaços fechados Bosque dos Jequitibás Bosque Ythzak Rabin Bosque Chico Mendes Bosque Augusto Ruschi Bosque dos Alemães (Praça João Lech Júnior Parque Luciano Valle Bosque dos Artistas VÍDEOS: confira mais destaques da região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

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