Pacientes do Distrito Federal que lutam contra deficiências nutricionais e dependem das medicações da Central de Nutrição Domiciliar (CNUD) do GDF relatam dificuldades para receber os remédios. Os usuários precisam agendar a ida para buscar os suplementos, mas nos últimos tempos, deixar o local com o medicamento tem sido uma batalha exaustiva.
O educador físico Cristiano Falermo, 35, contou que deixou o CNUD, na sexta-feira (18/11), sem a medicação da filha de cinco anos. O morador de Sobradinho contorno ao Metrópoles que esperou duas horas no local, mas nenhum nutricionista apareceu para liberar o remédio.
“O remédio só pode ser entregue por um nutricionista que nunca está no local. A recepcionista pede que a gente espere o profissional chegar, mas ele não chega. Isso acontece todas as vezes que vou buscar o remédio da minha filha”, comenta Cristiano.
Segundo o educador, a falta de medicação de uso continua atrapalhando o desenvolvimento muscular da filha que sofre de deficiência nutricional. Cristiano precisa buscar os remédios, pelo menos, sete vezes ao ano e tem passado por problemas.
“Nós só podemos ter acesso aos medicamentos e produtos com a liberação de um desses profissionais da nutrição e está cada vez mais difícil, porque eles nunca estão no local”, lamenta. Cristiano chegou a fazer uma reclamação na ouvidoria.
A empresária Fernanda Andrade, 46, também teve problemas para buscar os suplementos na Central de Nutrição Domiciliar. A mulher relata que já chegou a esperar mais de quatro horas no local, mas nenhum profissional apareceu para liberar a medicação.
“É estranho porque nós sempre temos o dia certo para voltar e buscar o remédio, mas nunca tem profissional lá. Algumas vezes pedi que um recepcionista telefonasse para o nutricionista, mas ela disse que ele não atendeu. O pior é saber que o remédio está lá, mas simplesmente não podemos receber”, conto Fernanda.
A moradora do Itapoã sofre de deficiência nutricional e precisa de suplementos de uso contínuo. A mulher conta que sofre de muitas dores se ficar sem tomar a medicação por mais de dois dias.
O que diz a saúde
A Secretaria de Saúde informa que, atualmente, possui cinco nutricionistas na Central de Nutrição da SES/DF, cumprindo 120 horas semanais, além de seis técnicos em nutrição, que são os responsáveis pela dispensação de produtos ao público.
Em nota, a pasta afirmou que a gerência da unidade está monitorando todas as reclamações dos usuários. “Depender da necessidade, pode reorganizar o fluxo de atendimento”, finaliza.