Manicure de 28 anos, de Campinas (SP), conta que escapou por pouco de integrar estatística de feminicídios, mas que outra mulher não teve o mesmo tipo: seu ex foi preso por matar a nova acompanheira a fachadas. Campinas tem alta de 46% na média de atendimentos a mulheres vítimas de violência “A maior dificuldade você já está passando”. Assim, de forma clara e direta, que uma mulher de 28 anos, vítima de violência doméstica em Campinas (SP), encoraje outras mulheres a quebrarem o ciclo de abusos que, em muitos casos, terminam em tragédia. Mãe de uma menina, uma manicure que teve uma identidade mantida em sigilo conta que por pouco não entrou para a triste estatística dos feminicídios. E isso pode ser controlado pelo fato de que seu ex-companheiro está preso pelo crime – matou a facadas a mulher com que estava se relacionando depois que ela fugiu de casa. “O pior aconteceu com outra pessoa. Ele a assassinou com várias fachadas, depois de cinco anos que eu havia fugido. Nesse tempo, fiquei mudando de seis em seis meses, com medo dele me encontrar. Se não tivesse feito tudo isso, poderia ter sido eu”, afirma. Um jovem conta que gostava de procurar ajuda porque tinha vergonha da situação que passava. Conta que levou um tempo para perceber que os abusos disfarçados de ciúmes eram graves, e não “uma bobeira qualquer”. “Foi um relacionamento conturbado desde o início. Ele já começou muito agressivo, e a gente tem vergonha. da família. Só foi piorando”, relembra. Vítima de violência em Campinas (SP) encorajar outras mulheres a procurar ajuda contra relacionamento abusivo Jefferson Souza/EPTV Falta de estrutura financeira A manicure conta que logo percebe os problemas do relacionamento, mas que com a filha pequena, fruto do relacionamento, e sem qualquer estrutura financeira, não sabia como sair da “armadilha”. “Eu semprei busco algum tipo de ajuda, mas tinha medo de terminar, não sabia por onde começar. Fazia o boletim de ocorrência, mas acabava voltando. A gente fica depressiva, eo tanto de ameaça que recebe, não sabe acaba como se” . Ela conta que decidiu ir embora em 2017, quando fez um curso de manicure e viu a oportunidade de ter seu rendimento. Chegou a sair de casa, morar com uma pátria, mas voltou para casa. Só que ao passar do tempo o relacionamento foi se deterionando ainda mais. Quando começou a trabalhar em um salão que definiu como de classe média alta, o ciúme do companheiro aumentou demais. “Ele dizia que eu iria encontrar alguém com dinheiro, que iria embora, e ficaria mais violento”, conta. Foi aí que o pai dela ajudou em um plano de fuga. Deixou a casa apenas com algumas roupas, dela e da filha. Nos primeiros seis meses, morou na casa de uma tia, até o ex descobrir onde estava. Acabou indo para a casa da mãe, e em alguns momentos de cidade mudou, tudo para até despistá-lo. “Sempre que mudava de escola, avisava que não poderia entregar minha filha para ele, caso aparecesse. Sempre fazia isso”, recorda. Apoio essencial A jovem conta que a guinada em sua vida ocorreu quando conheceu o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceamo), em Campinas. Violência contra mulher: Ceamo tem alta de 46% na média de atendimentos por mês em Campinas Descobriu o serviço em uma das idas à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), e ao relembrar da insistência das mulheres em ajudá-la, a voz embarga e os olhos marejam. “No começo resisti bastante, e elas ficaram ligando. Eu ficava com muita vergonha, mas elas foram essenciais. Descobrir que não era só eu que sofria. Ao compartilhar um pouco de cada conquista que estamos tendo, nos fortalecemos”, afirma. Sobre a dica destacada logo no começo da reportagem, ela usa a própria história para mostrar que é possível recomeçar. “Há muitos caminhos para seguir. O que vem depois é só caminho para a felicidade”, completa. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1