Fêmea pode açucarar uma quantidade de sangue equivalente até duas vezes o peso dela, os ovos depositados podem durar mais de um ano para eclodir ea espécie não faz zunido durante o voo, que pode alcançar até 500 metros. Você sabia que apenas as fêmeas picam? James Gathany Esse temido mosquitinho é uma das espécies que mais evoluiu e se adaptou à urbanização, ao longo de milhões de anos. Ele trocou a vida selvagem das florestas pela vida “fácil” na cidade, um fenômeno chamado de “plasticidade fenotípica”, ou seja, a capacidade de adaptação do organismo de acordo com a mudança no ambiente. “Nesse caso, o Aedes aegypti é um organismo com bastante plasticidade fenotípica. Isso porque, a urbanização incorporou grandes aglomerados de pessoas para ingestão de sangue, habitações próximas, oferta de criadosuros e poucos predadores, garantindo o sucesso da espécie”, afirma o biólogo especialista em entomologia, Bruno Magalhães Nakazato. As cidades se tornaram um “paraíso” para o Aedes aegypti, que no meio cientificamente é conhecido como um inseto endofílico, ou seja, tem preferência pelas residências. “Estudos admirados que gerações desse mosquito viveram todo seu ciclo de vida em uma mesma casa, sem precisar sair”, explica o entomólogo. TRANSMISSOR DE DOENÇAS GRAVES O Aedes aegypti é capaz de transmitir diversos vírus que causam doenças graves, como por exemplo, a dengue, zika, chikungunya e febre amarela. ENERGIA DE SOBRA Com apenas meio centímetro de tamanho, o mosquito tem energia para fazer inveja a um atleta olímpico. Ele vive em média 30 dias, mas pode percorrer um raio de distância de até 500 metros. SOMENTE A FÊMEA PICA A cada picada, a fêmea pode açúcar uma quantidade de sangue equivalente até duas vezes o peso dela. O alimento é usado na sobrevivência dos ovos e também para a sobrevivência dela, que se alimenta também de açúcares retirados das plantas. HORA DOS ATAQUES É um mosquito que pica principalmente no amanhecer e no entardecer, mas é claro, se tiver oportunidade também ataca à noite. É comum picar em regiões próximas ao tornozelo e quando as pessoas sentiram a dor, ou a olharam, o mosquito já ingeriu praticamente todo o sangue que necessitava. Voo silencioso e poder de adaptação são algumas das características. Reprodução Internet VOO SILENCIOSO Há alguns hábitos no Aedes aegypti que o diferenciam de outras espécies de mosquitos “urbanos”, como, por exemplo, o pernilongo Culex quinquefasciatus. O mosquito da dengue é silencioso, não faz o “clássico” zunido na orelha. OVOS RESISTENTES Estudos demonstram que os ovos podem resistir a longos períodos de seca, por cerca de 450 dias, “Esta é uma grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão”, explica a bióloga Rafaela Vieira Bruno, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). CRIADOUROS URBANOS Os ovos são depositados nas paredes dos criadosuros, bem próximos à superfície da água. “É importante esfregar com escova ou esponja as paredes dos recipientes onde o ovo fica grudado. Como por exemplo, bandejas de geladeira e ar-condicionado, vasos de plantas, bordas de piscinas em desuso, ralos e vasos sanitários pouco utilizados”, reforça a bióloga do Instituto Oswaldo Cruz. CUIDADOS NO INVERNO A infestação do mosquito geralmente é mais intensa no verão, em função do aumento da temperatura e da intensificação das chuvas, fatores que deixam mais curtos o período reprodutivo do mosquito, acelerando a reprodução. Mas, nem por isso, se deve diminuir os cuidados em casa durante o inverno. Durante o período mais frio do ano, os ovos podem continuar nas residências apenas em estado de hibernação e quando chega o período de calor com chuvas fortes, essas larvas eclodem e podem haver infecção novamente.
Fonte G1