Sindicato da categoria denuncia falta de efetivo, sendo que dos 1.586 agentes destacados para as 22 bases no interior de SP e Baixada Santista, 343 ainda estão em formação; pasta nega e diz que trabalho será feito de forma concomitante com a Polícia Militar até 30 de abril. Escolta prisional deixa de ser atividade da Polícia Militar no estado de São Paulo a partir desta segunda-feira (17) SAP/Divulgação Após anunciar que 100% das escoltas de presos no interior e na Baixada Santista passaria a ser realizada por presos penais nesta segunda Na segunda-feira (17), a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou ao g1 que o serviço continua sendo realizado com apoio da Polícia Militar até o final de abril. Segundo a massa, ela “assume toda a atribuição” a partir de 1º de maio. O anúncio ocorre após sindicatos que representam a categoria, tanto no interior como na capital, denunciarem falta de estrutura e efetivo para a função. Dos 1.586 agentes destacados para as 22 bases da Polícia Penal, 343 ainda estariam em capacitação até o próximo dia 28. Por telefone, o diretor do Grupo Regional de Ações de Escolta e Vigilância Penitenciária da SAP, Crisler de Oliveira Borges, confirmou que a alteração no prazo leva em conta a necessidade de concluir a formação dos agentes. Na região Central, onde fica Campinas, são 65 que estão em treinamento até o dia 28 de abril. “É a complementação do curso de especialização dos agentes para atividade de escolta. Levando em consideração que a escolta é uma atividade de alta complexidade, em razão disso, essa assunção da totalidade ficou para a partir do mês que vem”, disse Borges. Além disso, um comunicado assinado pelo secretário da SAP, Marcello Streifinger, destinado aos coordenadores da Polícia Penal e ao qual o g1 teve acesso, destaca, por exemplo, a falta de contratação de seguros para as viaturas, e como a “missão e o calendário persistem “, ele pede que os motoristas sejam “exaustivamente instruídos em relação aos cuidados necessários à condução das viaturas”. Questionada sobre o comunicador e os problemas apontados pelos sindicatos, a SAP diz que as informações não procedem. “A Secretaria da Administração Penitenciária informa que, inicialmente, desta segunda-feira (17) a 30 de abril, os presos penais colheram as escoltas no interior do Estado concomitantemente com a Polícia Militar até 1º de maio, quando a SAP assumiu toda essa obtenção . Em caso de acidente com a viatura de escolta desta secretaria, está aberto Procedimento Apuratório a fim de averiguar os fatos e providenciar os reparos do veículo”, diz o texto. Temor por falta de estrutura Ao g1, o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), Fábio Jabá, destacou que a categoria “quer e muito assume” a escolta de presos, função exercida desde 2014 na capital e previsto para a função há décadas. Mas que há, sim, um temor pela falta de estrutura. “Começou hoje de forma mesclada, a Polícia Militar não saiu da escolta. E vamos ver se vai sair mesmo. Nós queremos e muito a escolta nossa, mas defendemos que cada unidade prisional tenha o seu polo, para facilitar e ser mais eficiente, ser As 22 bases são longas. Aqui em São Paulo são 28 unidades prisionais e com quase mil agentes”, diz. Segundo Jabá, a expectativa é que o governo possa ainda efetivar mais agentes aprovados no concurso de 2014 – pelo menos mais 700 -, para fortalecer a Polícia Penal. “Nós vamos dar conta, mas nosso medo é cair na exaustão, percorrer longas distâncias, e com falta de estrutura. Tem armas que ainda não chegaram. Queremos desenvolver o trabalho com qualidade”, afirma Jabá. Veículos da SAP fazem transporte de presos entre penitenciárias com escolta da PM no estado Marcello Carvalho/G1 90 mil escoltas por ano A Secretaria de Administração Penitenciária é responsável por 181 unidades prisionais no estado, sendo 153 delas no interior e no litoral. De acordo com a SAP, são realizadas, em média, 90 mil escoltas de presos por ano no estado de São Paulo, o que representa, em média, uma a cada 5 minutos. Ao todo, 22 bases da Polícia Penal distribuídas pelo interior paulista e litoral foram estruturadas e efetivamente recebidas para atuar nas escoltas. São elas: Assis Avaré Caraguatatuba Franca Guariba Hortolândia Itapetininga Itirapina Jundiaí Limeira Marília Mirandópolis Pacaembu Pirajuí Presidente Bernardes Registro Ribeirão Preto Riolândia São José do Rio Preto São Vicente Sorocaba Tremembé PMs liberados Ao divulgar que assumiria 100% da função, a SAP defendeu que ao estar à frente do serviço, “o efetivo da PM será redirecionado para as atividades exclusivas de policiamento preventivo e ostensivo, reforçando a presença policial e a segurança da população em todas as regiões do Estado”. Em nota, o Comando de Policiamento do Interior-2 (CPI-2), da região de Campinas, confirmou que os integrantes da SAP “estarão acompanhando, de forma simultânea, as escoltas realizadas pela Polícia Militar, a fim de se ambientarem na realização dessa missão”. Segundo o CPI-2, a SAP irá assumir as escoltas em maio, “podendo, por vezes, solicitar algum apoio da PMESP, até se estabilizarem no novo cumprimento desse senhor.” Ainda segundo a corporação, assim que os agentes da Polícia Penal assumem definitivamente todas as escoltas, os PMs que hoje operam nestas missões serão empregados na atividade fim da instituição – “Policiamento ostensivo e preventivo”. “Vale ressaltar que grande parte das escoltas de presos na região da CPI-2 é suprida com efetivo que não onera a execução do policiamento e que, com o emprego dos agentes penitenciários, também esse efetivamente será empregado em outras atividades de policiamento”, conclui uma nota. VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1