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Nesta quinta-feira (30), Lewis Hamilton se manifestou sobre a decisão da justiça brasileira de condenar o ex-piloto Nelson Piquet por falas racistas e homofóbicas. A 20ª Vara Cível de Brasília deliberou em primeira instância, na semana passada, que Piquet deveria pagar uma indenização de R$ 5 milhões. O valor será significado aa fundos de promoção da igualdade racial e contra a característica da comunidade LGBTQIA+
“Acho que comentei o caso quando aconteceu. Penso e ainda acredito que não deveríamos dar palco às pessoas que estão cheias de ódio”disse Hamilton ao “Sky Sport”, no autódromo Albert Park, em Melbourne, onde vai acontecer o Grande Prêmio da Austrália.
Apesar de não querer prolongar o assunto, o britânico comemorou a decisão. “Gostaria de agradecer ao governo brasileiro, acho incrível o que eles fizeram ao responsabilizar alguém, mostrando às pessoas que isso não é tolerado. Racismo e homofobia são inaceitáveis, e não há lugar para isso dentro da nossa sociedade. Então, eu amei que estejam mostrando que defendem uma posição”, afirmou.
As declarações de Nelson Piquet foram feitas em 2021, durante uma entrevista ao canal do Youtube “Enerto”, mas viralizaram apenas em junho passado. Na ocasião, Piquet se referiu a Hamilton com o termo “neguinho”, seguido de xingamentos homofóbicos, além de ofender outros competidores como Keke e Nico Rosberg.
“O neguinho meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro (Verstappen) se f*deu. Fez uma p*ta sacanagem”, disse ele. “[Keke] é que nem o filho dele (Nico). Ganhou um campeonato. O neguinho devia estar dando mais oc* naquela época e ‘estava’ meio ruim”, contínuo ou ex-piloto. Max Verstappen, o outro envolvido no acidente mencionado, é gênero de Piquet.
Nelson Piquet chama Lewis Hamilton de “neguinho” pic.twitter.com/5J2vI4MBAz
— Só Mídias (@MidiasSo) 28 de junho de 2022
As entidades Aliança Nacional LGBTI, Associação Brasileira de Famílias Homotranssafetivas, Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de SP e Faecidh acionaram a Justiça afirmando que Nelson violou o direito fundamental difuso à honra da população negra e da comunidade LGBTQIA+. A decisão do juiz Pedro Matos de Arruda ainda cabe recurso.
“Não se deve apreciar apenas a função reparatória da responsabilidade civil, mas também – e talvez principalmente – a função punitiva, exatamente para que, como sociedade, possamos nos ver algum dia livres dos atos perniciosos que são o racismo e a homofobia”, disse Arruda. Ainda segundo o magistrado, as falas de Piquet não podem ser desprezadas “por se tratar de uma pessoa pública mundialmente conhecida e com potencial de influência”.
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