O total de consultas realizadas nos Centros de Saúde (CSs) chegou a 850.813 no último ano. O secretário diz que o número não deve ser comemorado e servir de alerta para os dependentes do SUS. Em quatro anos, Campinas (SP) aumentou em 56% o total de consultas médicas realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), apontam dados obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, junto à Secretaria de Saúde. Apesar do aumento, o tempo de espera segue sendo motivo de transtornos aos pacientes. De acordo com o levantamento, em 2018, foram realizadas 545.422 consultas na atenção primária, que contemplam os 67 Centros de Saúde (CSs). Já em 2022, esse número subiu para 850.813. LEIA TAMBÉM Tempo de espera para aparelho auditivo salta de 1 para 6 meses no HC da Unicamp Atendimentos no ambulatório de especialidades do HC da Unicamp sobem 29% em 3 anos e se aproximam de 400 mil consultas pós-Covid; a implantação do projeto-piloto da teletriagem; gestão das agendas dos médicos; e o credenciamento de instituições para cobrir as licenças de médicos. Secretário Municipal de Saúde, Lair Zambon ressalta, no entanto, que o número não é motivo de manifestação, e sim um alerta sobre a alta de dependentes da rede pública. “Esse número nós não devemos comemorar, na verdade, ele é fruto da demanda da pandemia e também pela vulnerabilidade social que as pessoas atingiram depois da pandemia. número desse porte porque organizamos em 2022 nosso RH, houve muita contratação, e institutos a telemedicina.” Centro de Saúde São José, em Campinas (SP) Fernanda Sunega/Prefeitura de Campinas Pacientes reclamam de demora O acréscimo de consultas, no entanto, nem sempre reflete em um tempo curto de espera pela resolução dos problemas dos pacientes. O aposentado Mauro Aparecido Ezequiel tem diabetes, dificuldade para enxergar e teve câncer de próstata. Ele faz acompanhamento com endocrinologista no Centro de Saúde Vila União e foi encaminhado para um neurologista, mas esperou oito meses por um atendimento e já aguardava há sete meses para realizar um exame. “Como a gente tem pressa, a saúde é da gente, então quem tem que correr é a gente mesmo, como estava demorando demais para marcar esse exame, fui lá na Policlínica 3 perguntar por que não tinha ligado, instruído para a enfermeira, daí ela procurou no meu prontuário, viu o nome do exame e disse: ‘esse exame vai demorar. Tenho pessoas que estão na fila há três anos, e ainda não foram chamada’. Tomei um susto.” Mauro Aparecido Ezequiel enfrenta dificuldades para fazer exames na rede pública de Campinas Reprodução/EPTV Com a indefinição, o aposentado afirma que precisa superar as dificuldades para realizar as tarefas do cotidiano. “Moro em um lugar pequeno e tenho dificuldades de locomoção para ir até a cidade, receber, porque sou aposentado. Aqui dentro, nas minhas coisas básicas, tive que aprender a conviver com isso. É muito tolerante. A gente só sabe da força que tem a partir do momento que você passa pelo sofrimento.” O que diz a prefeitura? Em nota, a prefeitura alegou que apenas o Ambulatório Médico de Especialidades (AME), gerenciado pelo governo estadual, realizou o exame que Ezequiel precisa fazer e confirmou que o tempo de espera é de quatro anos. Questionado sobre a espera pelas consultas de especialidades e exames mais elaborados, Zambon reconheceu o prazo maior, mas disse que Campinas planeja mitigar o problema através da telemedicina.” “Hoje nosso grande problema, como já estamos estruturando as unidades básicas, a média complexa como um tudo, e aí a gente pode colocar as consultas dos especialistas, realmente é um problema. Estamos com um projeto neste ano do ponto de vista de sanar esse déficit. Tenho a impressão que neste ano vamos amenizar muito, com atitudes do ponto de vista da telessaúde.” do estado, informou que não foi encontrada demanda pendente no nome do aposentado VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1
