Aumento de pessoas que iniciaram tratamento via SUS da metrópole começou a ser observado no meio de 2020. Nefrologista explica a influência da Covid e dá dicas de como prevenir doenças renais. Paciente em sessão de hemodiálise Odair Leal/Secom A média de novos pacientes incluídos no sistema da rede pública de Campinas (SP) para iniciar sessões de hemodiálise teve aumento de 50% nos últimos quatro anos. Especialistas avaliam que a alta está relacionada, entre outros fatores, à pandemia da Covid-19. Veja abaixo a explicação e como evitar doenças renais. O balanço foi divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde ao g1, em alusão ao Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira (9). VEJA TAMBÉM Campinas recebe ação de conscientização sobre o Dia Mundial do Rim Segundo a pasta, de 2018 até junho de 2020, havia, em média, 16 novas inscrições por mês de pacientes inseridos no sistema para hemodiálise. Já do meio de 2020 até dezembro de 2022, esse número subiu e se manteve constante em 24. Atualmente, ainda de acordo com a secretaria, há 274 pessoas em atendimento de hemodiálise pelo Sistema Único de Saúde (SUS) da metrópole. Pandemia x doenças renais Para o médico nefrologista Eric Aragão, o aumento está relacionado com a pandemia, mas não somente como consequência direta da Covid-19. “Posso te dizer que, do meu ponto de vista, temos aumento pós-pandemia. Está relacionado com a Covid? Acho que não [diretamente] só com a Covid. Temos pacientes com hipertensão e diabetes que permaneceram sem acompanhamento médico regular. Muitos dos pacientes que já desenvolveram doença renal crônica avançada permaneceram um período interconsultas maior. “Não necessariamente apenas pelo fator direto Covid, que causou muitos pacientes pós-infecção que evoluíram para doença renal crônica, mas também pelo fato de falta de consultas, dificuldade de acesso ao médico. Estava todo mundo focado no tratamento da Covid, e isso descompensando hipertensão, diabetes e evolução da doença renal.” Além disso, segundo Aragão, os casos de hipertensão e diabetes, comorbidades que favorecem o surgimento de doenças renais, também aumentaram nos últimos anos. “Hipertensão e diabetes são comorbidades que só aumentam. A população vive mais, a gente tem o envelhecimento do rim a partir dos 30 anos de idade, então a gente vai vendo que a incidência da doença renal crônica aumenta com o passar da idade. Além de a gente ter um aumento das comorbidades que estão muito associadas aos fatores de risco da doença renal crônica, a gente tem uma população cada vez que vive mais.” Campinas recebe ação de conscientização sobre o Dia Mundial do Rim Como cuidar do meu rim? A pedido do g1, o nefrologista listou dicas de prevenção contra as doenças renais crônicas. Veja algumas delas: Realizar atividade física; não fazer uso de remédios sem acompanhamento médico, principalmente anti-inflamatórios; para quem tem hipertensão ou diabetes, mantenha um bom controle clínico; não fumar, porque o tabagismo pode causar uma redução no fluxo sanguíneo para o rim; manter a hidratação, sem excesso e sem redução (2 litros ou 2,5 litros); controlar o uso do sal. “O rim é altruísta. Ele segura e sofre calado, sofre para segurar o problema da pressão, sofre para segurar o problema da diabetes e só quando ele está com menos de 10%, 15% de funcionamento, ele começa a dar sinais de que não está legal. Ter uma avaliação anual, procure um médico é a melhor prevenção que a gente pode ter”, completa o especialista. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1