Maíra Mezzacappa também pinta outros animais utilizando técnicas e materiais diversos. Pintura de uma maria-leque-do-sudeste acasalando está entre as preferidas da artista Maíra Mezzacappa Seja no papel ou na madeira, usando lápis de cor, tinta acrílica, aquarela e técnicas diversas, nas mãos da bióloga, artista e ilustradora Maíra Gonzales Mezzacappa , de 33 anos, a natureza se transforma em arte. A relação com a fauna e a flora começou tão cedo quanto a paixão pelos desenhos. “Desde que me lembro, meu passatempo preferido sempre foi desenhar! Passava horas desenhando com minha irmã quando éramos crianças. Ao mesmo tempo, sempre tive bastante contato na infância com a natureza, em grande parte por causa das minhas duas avós. Uma delas tinha um rancho com vários animais e plantas e outro um quintal grande também cheio de flora”, conta. Ainda jovem, Maíra fez cursos de desenho e pintura para técnicas e conhecimentos aprimorados e, quando chegou a hora de escolher a faculdade, a dúvida era exatamente entre artes plásticas e ciências biológicas. A piracicabana acabou cursando biologia na USP, mas não queria muito conseguir unir a arte com o trabalho científico. A artista também interpretou mamíferos Maíra Mezzacappa “Durante o curso de Ciências Biológicas, em 2011, um professor de botânica ministrou uma semana de ilustração científica. Foi aí que percebi que poderia juntar meu amor pela natureza com a arte. Depois desse mini curso, comecei a produzir ilustrações para trabalhos científicos da faculdade. Atualmente tenho tido pouca demanda para ilustrações científicas, mas a temática da natureza passou a guiar todas as minhas criações a partir de então”, relembra. Ela conta ainda que ser bióloga, de um modo geral, permitiu um olhar e um maravilhamento com relação à natureza que procura transparecer nas artes. A pintura de uma caninana também está entre as preferidas da artista Maíra Mezzacappa Ser bióloga foi extremamente importante para os trabalhos de ilustração científica, pois é preciso um conhecimento básico sobre o que será ilustrado para poder retratar as estruturas, anatomias ou processos da forma mais exata possível Tie-sangue foi uma das aves encomendadas Maíra Mezzacappa As pinturas Atualmente a artista mora na capital paulista e retrata diversos animais. “Não tenho uma preferência fixa por nenhum grupo de animais ou seres vivos. Já tive uma fase de ser apaixonada por insetos (ainda sou), em outras épocas o meu interesse migra para outros grupos”, comenta Maíra. No entanto, as pinturas de aves em acrílico sob bolachas de madeira estão entre os maiores sucessos da artista. “Fiz algumas montagens com fotos de aves coloridas que achei que dariam um efeito interessante na madeira e postei no Instagram, informando que queria criar algo naquele estilo e, se alguém tivesse interesse de encomendar, que entrasse em contato. Uma amiga gostou muito da escolha das aves que eu tinha feito e encomendou algumas artes. A partir daí outras encomendas esperam a aparecer, e a grande maioria era de aves. Mas já fiz outros animais pintados em madeira também”. Nas redes sociais, Maíra compartilha os trabalhos atrelados à informação científica sobre as espécies. Percebo que essa estratégia agrada uma boa parcela do público que me acompanha”. Artista conseguiu pintar duas aves utilizando maquiagem Maíra Mezzacappa Pintura com maquiagem recentemente em uma viagem de férias à Portugal a artista se superou utilizando maquiagem para pintar duas aves. “As artes com maquiagem foram um improviso! Eu estava viajando com meu marido em Portugal e comecei a prestar atenção nos passarinhos locais, pesquisar sobre eles, e quando ouvi o canto do pintassilgo e vi sua aparência, senti uma necessidade urgente de desenhá-lo. Só que eu não tinha levado nenhum material de arte na bagagem, tinha apenas uma caneta esferográfica e o papel onde tinha impresso o voucher da passagem aérea. Sentiu e desenhei no verso desse papel, mas o pintassilgo é um passarinho colorido, e o desenho a caneta não iria transparecer toda a sua beleza. Então lembrei que tinha um acessórios de maquiagem que tinha cores próximas com as que eu precisaria, e com o pincelzinho de sombra mesmo (aqueles de esponjinha) consegui pintar o desenho”, explica. Maíra confessa que de tempos em tempos sente a necessidade de mudar e explorar outros materiais e técnicas. “Às vezes essa mudança pode ser motivada por alguma arte que eu vejo e que me chama atenção, outras por ter acesso a novos materiais, e outras, como nesse caso da maquiagem, por puro acaso e consequência das circunstâncias”, finaliza.
Fonte G1