Cerca de 70 países e 14 organizações internacionais ofereceram ajuda à Turquia após o terremoto, disse o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan na terça-feira, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Israel e Rússia.
A situação da ajuda internacional na Síria é menos clara.
A Síria é governada por uma miríade de grupos díspares. Algumas das áreas da Síria mais afetadas pelo terremoto são controlado pelo governo do presidente Bashar al-Assadoutros por forças de oposição apoiadas pela Turquia e pelos Estados Unidos, rebeldes curdos e combatentes islâmicos sunitas.
Idlib, um dos últimos redutos da oposição na Síria, é controlada por Hayat Tahrir al Sham (HTS), um grupo sunita islâmico armado.
O governo de Assad, marginalizado internacionalmente e fortemente sancionado devido à sua repressão brutal de um levante que começou em 2011, conta com o Irã e a Rússia como seus aliados mais próximos – ambos párias globais.
O regime insiste que toda a ajuda ao país, incluindo ajuda destinada a áreas fora de seu controle, seja direcionada para a capital Damasco.
Isso não foi bem recebido por ativistas e observadores que temem que o regime possa prejudicar a ajuda oportuna a milhares de vítimas do terremoto em áreas controladas por rebeldes, a maioria mulheres e crianças, segundo a ONU.
Até agora, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Irã, Líbia, Egito, Argélia e Índia enviaram ajuda diretamente aos aeroportos controlados pelo regime. Outros, como o Afeganistão governado pelo Talibã, Arábia Saudita, Catar, Omã, China, Canadá e o Vaticano prometeram ajuda, embora não esteja claro se essa ajuda será enviada diretamente ao regime.
Na quarta-feira, Damasco disse que montou mais de cem abrigos equipados com suprimentos de ajuda para os afetados pelo terremoto em áreas controladas pelo governo, inclusive nas cidades de Aleppo, Hama, Homs, Tartus e Latakia, uma cidade costeira que tem o maior número de mortes por terremotos contabilizadas na Síria até agora, e mais de 100 prédios desabados.