Desde criança, o publicitário aposentado Aldo Braga (foto em destaque), de 78 anos, tem grande fixação por carrinhos. Foi essa paixão que fez o morador do Distrito Federal iniciar, há mais de 30 anos, um passatempo que muitos fãs de automobilismo têm: colecionar miniaturas.
Em sua casa, no Lago Norte, Aldo montou uma espécie de ateliê para guardar os mais de 500 exemplares de automóveis que ele mesmo compra e personaliza conforme o seu próprio gosto.
“Quando adquiro os carros, não importa se estão maltratados ou não, porque vou desmontar e restaurar”, conta Aldo Braga.
Natural de Belo Horizonte (MG), Braga é casado há 52 anos e tem três filhos. Ele conta que a paixão pelas miniaturas começou ainda na infância, quando ganhava carrinhos de presente. “Sempre fui muito curioso em relação a como as coisas funcionam. Quando eu pedia para ganhar um carrinho, dizia que queria que fosse igual ao de verdade”, diz.
“Fui crescendo e comecei a ter como passatempo o aeromodelismo. Eu fazia os projetos dos meus aviões, que voavam mesmo. O tempo foi passando, eu me casei, e comecei a colecionar e montar aviões de plástico. Tinha aviões com 300 peças, e eu procurava o kit com maior dificuldade para montar, porque gostava disso”, narra.
Publicitário, mudou-se para Brasília em 1990, ao ser convidado para fazer parte da equipe de comunicação do governo de Fernando Collor. Logo, Aldo e a esposa se apaixonaram pela capital do país.
“Quando chegamos em Brasília havia alguns camelôs na W3 e foi lá que começou a comprar miniaturas. Os modelos eram bem feitos, mas eu queria desmontar e dar detalhes. Tinha que dar meu toque no carrinho”, relata o aposentado.
As miniaturas que Aldo têm são na escala 1:18. Isso significa um tamanho 18 vezes menor que o dos carros originais, possuindo uma média de 25 cm de comprimento.
Veja imagens dos mini-veículos:
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Transformações
Uma das primeiras estrelas que Aldo fez foi em um carrinho funerário da década de 50. “Sempre achei muito interessante carros funerários.”
Para dar vida ao seu primeiro rabecão, o aposentado usou sucatas — o que mantém hoje organizado e catalogado. Pelas mãos dele, cápsulas vazias de comprimidos viraram viradas, e o tecido de um velho guarda-chuva se tornou uma cortina franjada que agora decora o automóvel.
Em sua coleção, o mais valioso é um Tucker Torpedo, de 1948. “Sou fanático pela história dele, pela história do criador. Foi fabricado em 1948 e é uma tecnologia que, para o ano, chama a atenção”, explica.
O morador do DF ainda guarda muitos carrinhos em caixas. Mas, quer em breve montar vitrines em sua casa para expor uma coleção. “Tem quatro carrinhos que, quando eu organizo as vitrines, quero colocar: ‘Onde tudo começou’. Esses foram os primeiros que compraram e eram os que meu filho brincava”, diz.
“Minha preferência é por carros mais antigos, porque eles têm um glamour. Antigamente, os carros tinham uma certa personalidade no design. Hoje, são muito semelhantes”, comenta.
Aldo não vende os exemplares, mas já aceitou encomendas para reformar carrinhos de amigos. E é com grande prazer que apresenta sua coleção. “Eu reconheço que meu trabalho é bem feito. É uma paixão”, finaliza.