Gabriela de Araújo Rodrigues, de 27 anos, está internada desde 24 de janeiro e deixou UTI na segunda após cirurgia para colocar oito pinos na coluna. Na 1ª entrevista desde o acidente, ela disse ao g1 que correu por impulso ao ouvir estalo de árvore e relata dificuldades na recuperação. Gabriela de Araújo Rodrigues ficou ferida após ser atingida por árvore no Taquaral Arquivo Pessoal “Uma fase dolorosa, mas que vai passar […] e a esperança de que tudo dará certo”. Internada há uma semana no Hospital Mário Gatti, em Campinas (SP), a engenheira ambiental Gabriela de Araújo Rodrigues, de 27 anos, é sobrevivente da tragédia ocorrida em 24 de janeiro na Lagoa do Taquaral. Ela ficou gravemente ferida após ser atingida pelo mesmo eucalipto de 20 metros que caiu e provocou a morte de Isabela Tiburcio Fermino, de 7, na principal área pública de lazer da cidade. ela contorno ao g1 pela primeira vez, na tarde desta terça-feira (31), sobre o que lembra do acidente, o desafio da recuperação e fato de descoberta a aprovação em um concurso público enquanto estava nos primeiros dias de hospitalização. Veja, no fim desta reportagem, posicionamento da prefeitura sobre o caso. Árvore caiu na Lagoa do Taquaral, em Campinas Valéria Hein/CBN Campinas Piquenique e corrida por impulso O acidente com Gabriela ocorreu quando ela estava na terceira volta pelo parque com o namorado, e aproveitou o fato de que o tempo estava aberto. Antes, ela havia cogitado ir embora, mas estendeu o passeio que não tem o hábito de realizar em dias úteis e se surpreendeu com a beleza do piquenique organizado pela família de Isabela, que estava no local para comemorar o aniversário de uma prima. Gabriela e a mãe deixaram Campinas (SP) para morar em Sumaré (SP) desde 2009, enquanto Isabela residia com os pais em Hortolândia (SP). Segundo ela, nada de diferente havia se percebido. “Eu olhei, e falei: ‘Olha, que bonitinho!” Então eu ouvi um estalo e percebi as pessoas correndo. Por impulso começou a correr, não entendi o que estava sentindo. Só entendi quando senti os galhos em cima de mim. Não perca consciência em momento algum. Os galhos me puxaram, não ficaram embaixo. Minha coluna torceu, da parte do quadril para baixo não sentia nada, minha coluna estava comprimida. Graças a Deus fui resgatada rápida”, explicou sobre o dia do acidente. no rim. Ela está em estado estável, deixou a UTI na segunda-feira e sabe que precisará de fisioterapia durante uma recuperação gradativa. Ela não perdeu os movimentos dos membros, mas menciona que neste momento houve uma “perda de força motora”, que a equipe médica destaca ser provisória. “Fiz a cirurgia de coluna, tive que colocar oito parafusos para descomprimir e alinhar. Depois disso eu tive que fazer uma reparatória porque um dos parafusos não tinha ficado certinho no lugar […] No início foram movimentos só nas pontinhas dos dedos, depois formigamento, hoje está melhor consigo alguns movimentos. Acredito que essa semana já saia do hospital”. Gabriela contorno ainda que precisou, neste período de internação no Hospital Mário Gatti, colocar um dreno por conta de fortalecer pulmonar. A recuperação é demorada. “Sinto medo do que aconteceu, me dá ansiedade, não sei se precisarei de um acompanhamento psicológico para lidar com isso porque a cena muitas vezes vem na minha mente. Hoje estou me sentindo muito grata, nasci de novo”, falou. Aprovação em concurso Durante o período de internação, Gabriela recebeu a notícia de que foi aprovada em um concurso público de Hortolândia para atuar na Saúde, com foco na área de zoonoses. A mãe, Neusa Rodrigues, foi quem levou os documentos necessários para assegurar a vaga da filha no novo trabalho. “Era algo que eu almejava [aprovação no concurso público] Um dia de cada vez. Agora é ter paciência para a recuperação que não é tão rápida. Grata por estar saindo dessa situação mais difícil e animada para voltar para casa e começar a fisioterapia e voltar a andar como antes”, destacou. A prova do concurso foi realizada por ela em agosto de 2022. O caso do acidente no Taquaral é investigado pelo Além disso, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também abriu um procedimento para acompanhamento e pediu um som para um órgão interno técnico sobre as condições das árvores do parque. LEIA MAIS Polícia busca imagens gravadas sobre acidente no parque Em 1ª fala após filha morreu atingida por árvore, pai cobra fiscalização no Taquaral e se emociona: ‘Viveu 7 anos e influenciou multidão com amor’ Criança que morreu após ser atingida por árvore no Taquaral era filha de pastor evangélico e estava em festa de aniversário da prima MP abre apuração sobre morte de criança na Lagoa do Taquaral, em Campinas, e pede laudo sobre todas as árvores do parque Campinas mantém parques e bosques fechados ao m enos até 3 de fevereiro, e programa reabertura de praças O que diz a prefeitura? Em nota, a prefeitura defendeu que toma medidas para evitar acidentes, explicou a assistência médica à jovem e destacou que o tratamento após ainda alta será definido. Veja abaixo íntegra. “Os laudos técnicos do Instituto Biológico e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) é que vão revelar o motivo da queda. Visivelmente, a planta estava triste. A Prefeitura sempre toma as medidas necessárias para evitar acidentes. Mesmo antes do acidente, o Departamento de Parques e Jardins (DPJ) realizou a poda preventiva de árvores. Outra medida adotada foi o fechamento dos parques e bosques até que o solo seque, já que a grande causa de queda de árvores neste período é o excesso de água no solo. O Hospital Municipal Dr. Mário Gatti presta toda a assistência médico-hospitalar necessária ao paciente. O tratamento a ser seguido após deixar a unidade será definido na programação da alta hospitalar, quando a equipe médica fizer o encaminhamento necessário.” Chuvas castigaram a cidade Campinas vive uma situação de destruição por conta dos fortes temporais da semana retrasada, sobretudo no dia 19, quando choveu 125 mm – a terceira maior chuva da história da cidade. A Defesa Civil registrou ao menos 200 quedas de árvores, pontes caíram e famílias ficaram desabrigadas naquele temporal. O governo municipal decretou situação de emergência. A Pedreira do Chapadão, outro espaço de lazer do município, foi interditada um dia antes do acidente no Taquaral por conta do risco de desmoronamento de pedras causadas pela chuva. Morte por queda de árvore em dezembro Em dezembro, uma árvore caiu em cima de um carro e matou o técnico em eletrônica Guilherme da Silva de Oliveira Santos. Em 23 de janeiro, o g1 obteve com obtido o resultado da análise, que apresentou a presença de quatro fungos no vegetal, mas descartou a existência de doenças. A principal hipótese do IAC é que a queda foi causada pelo excesso de chuva. O caso ocorreu na manhã de 28 de dezembro durante uma forte chuva. O técnico em eletrônica de 36 anos passava pela Rua General Marcondes Salgado quando foi atingido e morreu. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região o Veja mais notícias da região no g1 Campinas.
Fonte G1