Presidente da Associação Brasileira de Paramotor comenta sobre características do equipamento que era utilizado pelo técnico de enfermagem Reginaldo Aparecido de França, que faleceu após queda em Paulínia. Reginaldo Aparecido de França faleceu ao cair com paramotor em Paulínia Reprodução/Redes sociais Equipamento utilizado por Reginaldo Aparecido de França, de 39 anos, que morreu após sofrer uma queda nesta quarta-feira (25), em Paulínia (SP), o paramotor consiste em um conjunto de motor e asa flexível muito utilizado para voos contemplativos. E é essa motorização que o diferencia do parapente, que depende da velocidade do vento para voar. No paramotor, a velocidade necessária para o voo é gerada pela força do motor que o piloto leva às costas. E enquanto em um parapente se requer uma certa altura para poder voar, com o paramotor é possível decolar de terrenos planos. Segundo o irmão de França, o técnico de enfermagem era piloto experiente de paramotor, montava os próprios equipamentos e tinha uma espécie de oficina em casa. Ele caiu enquanto sobrevoava a região da prefeitura de Paulínia (SP) e do Teatro Municipal. Quem pode voar? Piloto de paramotor desde 2010 e presidente da Associação Brasileira de Paramotor (ABPM), Claudio Tonhetta, 64 anos, de Sumaré (SP), explicou ao g1 que qualquer pessoa acima de 18 anos, sem qualquer restrição de saúde, pode praticar a modalidade, desde que realize os treinamentos e adquira os equipamentos, que são individualizados – motor e asa dependentes do peso do piloto. Entre os associados da ABPM, o curso para pilotagem prevê cinco aulas teóricas pelo sistema de ensino a distância (EAD), e depois uma prova prática para que a pessoa comprove que absorveu o conteúdo. “Há lições desde o comportamento do equipamento até meteorologia, uma vez que dependemos de condições climáticas programadas para voar”, pontua. Segundo o instrutor, a recomendação aos alunos associados à ABPM é que durante o primeiro ano façam voos acompanhados, pois há demonstrações durante as estações. Além disso, em caso de voos em outras cidades, é indicado que os pilotos procurem instrutores do local para ter apoio. LEIA MAIS Piloto montava os equipamentos próprios e era experiente, diga família e amigo Reginaldo de França morreu após queda em Paulínia VÍDEO: piloto registrou voo pouco antes da queda Teste antes de comprar Como há necessidade de que o equipamento seja individual, Tonhetta orienta que os interessados na modalidade procurem primeiro realizar voos duplos, para verificar se realmente querem seguir com a prática, uma vez que a compra de motor, asa (parapente) e reserva (paraquedas) sai na casa dos R$ 40 mil. “São equipamentos que possuem uma vida útil longa, o que mais estraga é a asa, mas recomendamos seguir as orientações do manual do fabricante, realizando checagens e manutenções. O custo total é igual ao de uma moto média”, compara Tonhetta. Além dos equipamentos principais, o piloto deve possuir rádio para comunicação, calçado reforçado para momentos do pouso e vestimenta adequado (que não limitem os movimentos). Para voos em áreas próximas a corpos d’água, como lagos, rios e mar, a ABPM recomenda o uso de colete salva-vidas. Aulas e voos Até receber o certificado de pilotagem do paramotor, o aluno enfrenta de 32 a 36 horas de treinamento em solo, aprende a decolar com ajuda de um veículo que iça o parapente e realiza, no mínimo, 18 voos em que precisa cumprir lições certa. “Para cada voo ele tem uma lição a ser feita, e vamos aumentar as dificuldades aos poucos. No primeiro, por conta do estresse da decolagem, é um voo livre depois, para o aluno relaxar. Em geral, de 20 a 30 minutos. Mas depois ele vai evoluir, aprende a fazer pouso sem motor”, conta. Um dos últimos testes é um voo de 50km. Na região de Campinas, há o Ninho dos Condores, em Nova Odessa (SP), que possui uma área habilitada junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para que os pilotos possam voar em segurança. O trecho tem 20 km de comprimento, 10km de largura e 300 metros de altura – há um alerta para outras aeronaves que ali estão parapentes e paramotor. Altitude No geral, explica Tonhetta, a Anac estipula a subir que os equipamentos podem chegar de acordo com a área do voo. No caso de Nova Odessa, o limite é de 300 metros, porque acima disso (mil pés), já é área da aviação civil. “A grande vantagem do paramotor é que se voar a 10 metros de altura vai ser ótimo, se voar 180 metros, melhor, uma vez que foge da faixa de voo dos helicópteros, em áreas onde há esse trânsito. Mas é possível voar muito alto . O recorde brasileiro é acima de 5 mil metros”, destaca. Piloto de paramotor morre após queda em Paulínia Quem era a vítima Nascido em Valinhos, França era técnico em enfermagem e serviço na rede básica de saúde de Campinas desde 2015, diz a prefeitura. O piloto morava com uma família no distrito de Barão Geraldo. A administração municipal informou que ele trabalhou nos centros de saúde Floresta e Santa Odila, e a Secretaria de Saúde lamentou a morte dele por meio de nota. Antes de atuar na rede básica, França trabalhou no Hospital de Clínicas da Unicamp, mas o tempo de vínculo não foi confirmado. Ele deixou esposa e dois filhos, um casal de 8 e 12 anos. Segundo a prefeitura, ele estava em férias. O corpo de França será sepultado no Cemitério Municipal de Vinhedo. Reginaldo Aparecido de França faleceu ao cair de paramotor em Paulínia Reprodução/Instagram VÍDEOS: destaques da região de Campinas Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1