São Paulo – Foi do fuzil calibre 5.56 do tenente da Polícia Militar Ronald Quintino Correia Camacho que partiu o tiro que matou Felipe Silva de Lima, de 27 anos, em Paraisópolis, na zona sul da capital, durante agenda de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) , então candidato em São Paulo, em outubro de 2022.
A conclusão consta de relatório do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtido pelo Metrópoles, em que a promotoria solicita o arquivamento das questões. O pedido foi aceito pela Justiça na quinta-feira (19/1), por concordar que a morte teria sido resultado de ação de legítima defesa do PM.
Segundo a investigação, o autor do disparo foi identificado por meio das imagens das câmeras corporais, instaladas na farda dos PMs, e de exames da perícia.
“As imagens captaram o momento em que o policial Ronald efetuando um único tiro de fuzil que atinge Felipe”, escreveu o promotor Fabio Tosta Honer, responsável pelo pedido de arquivamento.
Para o promotor, os PMs foram agredidos primeiro e participaram do confronto. “O policial militar Ronald e os demais policiais usaram os meios necessários para repelir atual e agressão injusta, sem incorrer em excesso, tendo em vista que agiram dentro dos limites rígidos da lei”, escreveu.
o caso
O caso aconteceu no dia 17 de outubro de 2022. Por ocasião, Tarcísio estava na disputa eleitoral pelo governo de São Paulo e iria participar da inauguração de um Centro Universitário em Paraisópolis. Ele era escoltado por sua equipe de segurança e por policiais militares à paisana.
Segundo a investigação, uma viatura descaracterizada do 16º Batalhão da PM ficou estacionada em frente ao local. Outra viatura, do Comando da Polícia Militar, parou no estacionamento ao lado do evento.
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Às 11h04, dois homens em uma motocicleta XRE 300 desceram a rua devagar, sem capacete, e passaram a filmar a viatura e os presos, de acordo com o relatório. Um dos suspeitos teria um “volume na cintura”.
PM não tinha apoio
Os PMs conseguiram o local e solicitado apoio. “Nesse ínterim, (…) ouviram diversos tiros de arma de fogo, primeiro uma rajada, seguida de diversos tiros piscantes, parecendo disparados por arma do tipo fuzil”, relata o documento.
“Poucos minutos depois, chegou o apoio de policiais militares da área, da equipe do tenente Ronald”, afirma a promotoria. “Os policiais seguiram, repelindo os indivíduos, sendo que o tenente Ronald chegou a controlado um tiro com o fuzil que portava.”
O tiro acertou Felipe, que estava na garupa da moto, no peito. Com o suspeito, os policiais afirmam ter encontrado um coldre para arma de fogo, um celular e um carregador, calibre 9 mm, com oito cartuchos íntegros.
Aos investigadores, os PMs informaram que os indivíduos não “fizeram menção ao então candidato Tarcísio de Freitas ou à partido político” e que “não houve a participação no confronto de pessoas que fizeram parte da organização do evento ou da equipe do candidato”.
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