As primeiras notícias sobre a criação de uma moeda comum entre Brasil e Argentina datam do início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas isso em 2003. Ou seja, há 20 anos, no começo do primeiro mandato do petista. O caso foi amplamente noticiado.
Na ocasião, o vice-chanceler e ex-presidente do Banco Central (BC) argentino Martín Redrado havia confirmado a intenção de desenvolver estudos para a criação de um “instituto comum recebido”. Ele, em última instância, “seria responsável pela coordenação da moeda comum do Mercosul”. Não se tem notícias de trabalhos que foram produzidos deste então, porém.
Redrado enfatizou: “Temos várias ideias e resolvemos colocar-las preto no branco e iniciar um processo de discussão ativa de como implementar esse mecanismo. A moeda única é o final do caminho”, disse o ex-chanceler ao deixar o Palácio do Planalto, onde estava reunido com Lula.
Redrado também explicou que o objetivo da medida era fazer com que as duas moedas – peso e real – caminhassem juntas até que fosse possível adotar uma única para respaldar, em princípio, as trocas comerciais. “O que estamos pensando é que peso e real devem mover-se na mesma direção”, disse o ex-chanceler argentino. Redrado, na ocasião, chamou a moeda de “patacón do Mercosul”. Patacón é uma iguaria típica da Colômbia, feita com bananas verdes fritas.