Guilherme Amado

Produtores de série da HBO processam Pedro Cardoso por calúnia

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O ator Pedro Cardoso é alvo de um processo de calúnia, injúria e difamação movido pelos sócios da produtora Dueto, contratada para produzir a série “Área de serviço”, criada por Cardoso e pela atriz Graziella Moretto, sua mulher, produzida pela HBO.

A produtora Monique Gardenberg e seu sócio, o produtor americano Jeffrey Allan Neale, donos da Dueto, decidiram processar Cardoso após o ator publicar, ao longo de 2022, nas redes sociais uma série de mensagens acusando o produtor de “estelionato autoral” e de ter “roubado” a série.

O caso começou a tramitar na Justiça de São Paulo em junho do ano passado, mas teve a competência declinada para a Justiça do Rio de Janeiro em dezembro.

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Em janeiro de 2018, Cardoso contratou a Dueto para produzir a série. O projeto foi comprado pela HBO em outubro daquele ano e sua pré-produção, da elaboração de roteiro às contratações artísticas, de responsabilidade integral de Cardoso e Moretto, durou dois anos.

Em maio de 2021, entretanto, a HBO, que tinha os direitos da obra após a compra, desejava um novo contrato para a Dueto produzir a parte audiovisual da série. O acordo, que excluiu juridicamente Cardoso e Moretto da produção, atribuiu à produtora a responsabilidade de produzir e dirigir os trabalhos artísticos e técnicos necessários para a materialização da obra.

Gardenberg e Neale alegaram que a HBO, baseada em sua política de contratos, só firmava parcerias com produtores, e que Cardoso e Moretto, por serem também atores da série, só poderiam ter contratos com a produtora e não com a HBO.

O novo contrato incluiu Cardoso e Moretto, criadores de “Área de serviço”, apenas a protagonistas da série. Insatisfeito, o ator acordou com Gardenberg, que foi nomeado pela HBO como diretora-geral do projeto, de fazer a coprodução com ela. Cardoso, contudo, segundo trocas de e-mail que constam no processo, não aceitava não ter poderes “absolutos” sobre sua série.

Em outubro de 2021, Cardoso admitiu à Dueto um contrato em que seria ele o “autor absoluto” da série e “detentor absoluto de poder de decisão sobre todos os aspectos artísticos relacionados à realização da obra”. A minuta de proposta de contrato pelo ator, contudo, quebrava uma série de acordos firmados entre a HBO e a produtora.

Gardenberg e Neale alegam no processo que submetiam as decisões ao ator “limitava e prejudicava” o desenvolvimento da “Área de serviço” porque a HBO “confiou” à produtora o trabalho de produção da série.

Com uma falta de entendimento, Pedro Cardoso passou a publicar nas redes sociais tolerante contra os produtores e chegou a mandar e-mails para a equipe de produção, em cópia para HBO, com ofensas a Gardenberg e Neale. O clima pesado nos sets de gravação da série, e as brigas do ator com a produtora, fizeram com que um grupo de atores pedisse desligamento da série.

A conduta de Cardoso, segundo os sócios da Dueto afirmam no processo, fez com que ele fosse afastado pela própria HBO da direção e participação de “Área de Serviço”. Nos meses seguintes, as emoções de “roubo” e “estelionato autoral” contra a Dueto aumentaram, levando, assim, o caso à Justiça.

A série, na época em que Gardenberg atribuiu a Justiça, estava em fase de pós-produção e sua exibição, ou não, ainda seria definida pela HBO. A HBO, portanto, decidiu, em outubro de 2022, cancelar a “Área de Serviço”.

Procurados, Gardenberg e Cardoso não responderam às tentativas de contato da reportagem. O espaço está aberto para manifestações.

Fonte Metropoles

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