Trabalho foi suspenso por tempo indeterminado após Corpo de Bombeiros atuar 15 dias nas bucas por Guilherme de Jesus, de 21 anos, sem sucesso. Corporação diz que pode voltar a procurar por carro e jovem caso fatos novos personalizados. Guilherme Henrique de Jesus dirigiu o Gol preto que caiu no Rio Mogi Guaçu e está desaparecido desde segunda-feira (2) Reprodução/EPTV A suspensão por tempo indeterminado das buscas por Guilherme Henrique de Jesus, de 21 anos, que caiu com um carro no Rio Mogi Guaçu (SP), foi determinado 15 dias após trabalhos em condições adversas às equipes do Corpo de Bombeiros, como nível nível alto do rio, a forte correnteza e os riscos para mergulho. Foram varridos 30 milhas do rio desde a margem da Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340) onde, por motivos a serem apurados, o Gol seguido por Guilherme entrou no canteiro central e na sequência caiu dentro do rio Mogi Guaçu na tarde de 2 de janeiro. Entre dor e resignação, pai comenta a suspensão das buscas por filho que desapareceu no Rio Mogi Guaçu Entenda como funciona o sonar usado em busca por carro com jovem que caiu no Rio Mogi Guaçu utilizando três embarcações diferentes, teve apoio do helicóptero Águia, da PM, e contorno com técnicas de pesca magnética (com uso de um imã). Durante o trabalho houve inclusive a utilização de um sonar emprestado pelo Instituto Oceanográfico da USP para mapear o leito do rio, no qual “não foi identificada nenhuma estrutura que pudesse ser de um veículo”. Segundo a corporação, as buscas poderão ser retomadas caso haja incidentes, fatos novos ou informações relevantes acerca da localização do veículo e de seu condutor. Dificuldades das bucas Ao g1, o major Maxwel Isidoro da Silva, comandante interino do 7º Grupamento de Bombeiros, explicou que as condições do rio e do clima durante os 15 dias de buscas por vezes comprometia até mesmo a segurança da equipe, motivo pelo qual em alguns momentos os trabalhos foram suspensos. “Cabe ressaltar que a ocorrência se deu durante o período de chuvas intensas e o nível do Rio Mogi Guaçu ficou até 4 metros acima do nível normal em algumas ocasiões, bem como a velocidade da correnteza alcançou patamares que compromentem a segurança para realização de mergulhos de segurança pública e, em alguns dias, até mesmo a segurança para colocação das embarcações na água, condições que dificultaram bastante as buscas”, informou. Bombeiros fazem buscas por carro e motorista que caiu no Rio Mogi Guaçu, em Mogi Guaçu Reprodução/EPTV ‘O que poderia ser feito, foi feito’ “É difícil aceitar a interrupção, mas o que poderia ser feito, foi feito. Não tenho o que contestar o Corpo de Bombeiros”. Dividido entre dor e resignação, Robson Vanderlei de Jesus, de 41 anos, sofreu a suspensão por tempo indeterminado das buscas pelo filho, Guilherme Henrique de Jesus, de 21 anos. O jovem que cresceu em Poços de Caldas e prestou serviço em uma loja do pai, em Campinas (SP), viajava em direção à metrópole após as festas de fim de ano quando o Gol que conduzia entrava no canteiro central e desaparecia no rio. “Ele passou as festas em Poços e era uma viagem normal. Dormiu bem, acordou bem, não tinha pressa”, recorda Robson. O empresário disse que acompanhou os trabalhos de busca de perto e reconhece as dificuldades de localização nas condições atuais do rio. “Com o volume atual não tem o que fazer. Fizeram a varredura com o sonar, percorreram 20 milhas. O mais provável [de encontrar] seria assim que o rio baixar”, diz. “Nossa vontade seria encontrar, ter uma resposta, que seja a pior, para poder encerrar esse ciclo, se despedir e tentar seguir a vida. Infelizmente não é a realidade. Mas estou me preparando até para a possibilidade de não encontrar, se essa for a vontade de Deus”, lamenta o pai. ‘Viveu intensamente’ Ao falar sobre o filho, Robson permitiu-se dar sorriso à voz embargada pela tristeza da notícia que acabara de receber: a suspensão das buscas. Foi pai jovem, e mesmo divorciado, diz ter tido o prazer de ter Guilherme em sua companhia durante a vida. “Crescemos juntos”, afirmou. Segundo Robson, Guilherme cresceu em Poços de Caldas e somente no último ano passou a viver em Campinas (SP), onde ficou em um de seus negócios, como atendente em uma agência de viagem. Nesse período, conviveu mais intensamente com a mãe, que mora na cidade. Na cidade mineira ganhou dois irmãos por parte de pai, uma adolescente de 14 anos e um menino de 8. “Nos dias que antecederam [o acidente] ele se fechou com eles, fez coisas que habitualmente não faziam. Eles eram próximos, mas foi diferente”, recorda. Ao tentar encontrar respostas para os porquês que um desaparecimento como esses deixa na família, o pai diz acreditar que o filho “parecia saber que sua passagem seria rápida”. “A gente não sabe se começa a enxergar essas coisas para confortar. Guilherme viveu o que poderia ter vivido. Não se apegou aos estudos ou aos parentes, mas gostou de viajar. Tinha acabado de voltar de Ilhéus. Foi sozinho, mas ele fazia amizade fácil. Viveu com itensidade”, resumiu Robson. Dentro dessa visão de que instintivamente o jovem preparava uma despedida, o pai conta que Guilherme conseguiu estar próximo de todos da família no final do ano. “É uma família grande, em lugares diferentes, o Guilherme conseguiu falar, ver todo mundo”. O acidente A Polícia Militar Rodoviária informou que o veículo transitava pela Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340) quando, por motivos a serem apurados, entrou no canteiro central e na sequência caiu dentro do rio Mogi Guaçu. O acidente ocorreu na altura do km 169. Já a Renovias, motorista que administra o trecho, disse que o acidente aconteceu após o veículo colidir com uma placa de sinalização. As causas ainda são investigadas. Carro caiu no Rio Mogi Guaçu, em Mogi Guaçu Vanderlei Duarte/EPTV VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1