O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (18/1), em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundialque o mundo não tem nenhum motivo para se preocupar com o Brasil em 2023 – seja em relação à economia ou aos ataques contra instituições democráticas, como os que ocorreram no dia 8 de janeiro, em Brasília.
“Não há razão para o mundo ter preocupação com o Brasil. Nem sob o ponto de vista da democracia, que vem respondendo aos ataques com a dose certa e legal”, disse Haddad em conversa com os jornalistas. “O mundo todo está sob vigilância eterna. Existe uma onda extremista no mundo. Isso precisa ser contido institucionalmente”, completou o ministro.
Questionado sobre os reforços dos ataques ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), Haddad afirmou que o governo deve se manter vigilante.
“Acredito que há possibilidade de surpresas porque são células que se organizam muito rapidamente com um princípio estabelecido pela narrativa do ex-presidente (Jair Bolsonaro), que despertou paixões irreconciliáveis com a democracia. Isso não é democracia”, disse.
OCDE e Mercosul
Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda se reuniu com o secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann. No ano passado, a entidade recomendou um protocolo para orientar o possível ingresso do Brasil. O novo governo brasileiro, no entanto, ainda não bateu o martelo sobre o assunto.
“O Brasil pleiteou a entrada na OCDE. Nós já participamos muito da OCDE. Temos vários técnicos que aprofundam esse tema. Essa aproximação é natural. Vamos ver com o Itamaraty e a presidência da República os próximos passos”, afirmou Haddad.
“Para essa agenda sobre G20, Mercosul, temos que fazer uma reunião específica com o presidente para ele dar a linha. Precisa desenhar uma política e os ministérios se alinharem à formação do presidente da República”, prosseguiu o ministro.
Sobre o Mercosul, Haddad destacou que a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Argentina, programada para este mês, será importante para tratar do bloco.
“A reinauguração do Mercosul começa com a visita (de Lula) à Argentina”, disse Haddad.
Balanço de Davos
Em seu último dia no Fórum Econômico Mundial, Fernando Haddad fez um balanço positivo de sua participação.
“O Brasil tem de ter representantes em todos os fóruns e aqui não é diferente. Sempre é importante ter alguém representando o Brasil porque você dissemina informações relevantes, perspectivas sóbrias sobre o que vai acontecer. Você acaba passando uma mensagem que atenua qualquer tipo de estresse infundado”, concluiu.