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O Supremo Tribunal do Brasil deve investigar o suposto envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro nos ataques de 8 de janeiro a prédios do governo na capital Brasília.
A decisão do tribunal segue um pedido do Ministério Público do Brasil, vários membros do qual divulgaram um comunicado na sexta-feira descrevendo os eventos daquele dia – quando os apoiadores de Bolsonaro invadiram e destruíram prédios do governo para protestar contra a eleição de seu rival Luiz Inácio Lula da Silva – como “ atos antidemocráticos”.
“Ao postar um vídeo em 10 de janeiro (dois dias após o ataque) questionando a legalidade das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro fez uma incitação pública à prática de crimes”, diz o comunicado.
Na terça-feira, Bolsonaro compartilhou um vídeo no Facebook de uma mulher questionando a vitória de Lula da Silva, que derrotou Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro. O vídeo foi excluído algumas horas depois.
Os promotores dizem que, embora o vídeo tenha sido postado após os ataques, há uma “conexão” entre o conteúdo do vídeo de Bolsonaro e a violência em Brasília.
O Supremo Tribunal Federal disse na sexta-feira que aceitou o pedido do Ministério Público para investigar o suposto envolvimento de Bolsonaro.
Também aprovou o pedido do promotor de pedir à Meta para preservar o vídeo que ele postou no Facebook e investigar seu impacto.
Até agora, o ex-presidente brasileiro de extrema-direita não esteve diretamente ligado ou envolvido na investigação dos eventos de 8 de janeiro.
Separadamente do pedido do procurador e sem se referir a nenhuma acusação em particular, o advogado de Bolsonaro, Frederick Wasser, disse na sexta-feira que o ex-presidente sempre “rejeitou todos os atos ilegais e criminosos… e sempre foi um defensor da Constituição e da democracia”.
“O presidente Bolsonaro repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público cometidos pelos infiltrados no protesto. Ele nunca teve ligação ou participação nesses movimentos sociais espontâneos feitos pelo povo”, disse o filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, em nota nesta sexta-feira.