Animais de comportamento mudam hábitos. Ter alguém com quem conversar ao longo do dia, mesmo que não seja um ser humano, pode controlar as redes do cérebro, melhorar o humor, fazer bem para o coração e até deixar o tutor mais em forma — afinal de contas, é preciso passear com o animal de estimação de vez em quando.
Um estudo da Universidade Michigan, nos Estados Unidos, descobriu que ter animais de sobrevivência pode melhorar, inclusive, a memória cognitiva. A pesquisa foi publicada no periódico Envelhecimento e Saúde em agosto de 2022.
O experimento, feito com dados de mais de 20 mil adultos acima dos 50 anos, aponta que a convivência por mais de cinco anos com o animal é suficiente para apresentar resultados positivos. Os participantes apreciam melhor memória tanto de curto quanto de longo prazo em comparação com pessoas sem animais de estimação.
O efeito só foi evidente em participantes com mais de 65 anos, que geralmente é quando os sintomas de acompanhamento começam a aparecer. Fatores de risco comuns para apresentar incluem inatividade física, isolamento, doença cardiovascular, depressão, ansiedade e estresse emocional.
O estudo não constata que o “efeito animal de rotina” de fato existe. Trata-se apenas de uma associação. Os pesquisadores sugerem a possibilidade de que pessoas com melhor funcionamento cognitivo sejam mais propensas a manter a companhia de animais de estimação por mais tempo.
Os resultados também podem ser explicados pela mobilidade solicitada pelos animais, principalmente cachorros — o movimento diário influencia na saúde do cérebro e na longevidade funcional do indivíduo. Levantamentos anteriores sugerem ainda que a presença de um animal na vida de um idoso, por exemplo, pode aliviar a solidão e aliviar o estresse emocional.
Apesar dos bons resultados, uma pesquisa de Michigan enfatiza que o impacto do bichinho na saúde não é imediato. Afinal, a depressão por solidão, por exemplo, não se desenvolve de uma vez e a amizade também não é construída em uma única sessão de carícias.
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