Apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro romperam as barreiras de segurança montadas pelas Forças Armadas no domingo e tiveram acesso ao prédio do Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, segundo imagens veiculadas na mídia brasileira.
As imagens mostraram uma grande multidão na capital de Brasília subindo uma rampa que leva ao prédio do Congresso, onde chegaram à Sala Verde, localizada fora da Câmara dos Deputados, disse à CNN Brasil o presidente interino do Senado, Veneziano Vital do Rogo.
Outros veículos mostraram apoiadores de Bolsonaro entrando no STF e no palácio presidencial, onde a CNN Brasil mostrou a chegada da polícia antimotim e das Forças Armadas brasileiras
As violações ocorrem cerca de uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo retorno ao poder após um hiato de 12 anos ocorre depois que ele derrotou Bolsonaro no segundo turno em 30 de outubro.
Apoiadores de Bolsonaro – que deixou o Brasil antes da posse e atualmente está nos Estados Unidos – estão acampados na capital desde então. O ministro da Justiça, Flavio Dino, havia autorizado as Forças Armadas a montar as barreiras e guardar o prédio do Congresso no sábado devido à presença contínua de apoiadores de Bolsonaro.
Nenhuma casa do Congresso está atualmente em sessão. E embora o presidente Lula não esteja no prédio, uma equipe reunida para o presidente recém-eleito trabalhava dentro do palácio no momento em que os manifestantes entraram, informou a CNN Brasil. Funcionários do Palácio do Planalto aguardam a retirada da Aeronáutica do prédio, segundo a CNN Brasil.
Dino, que disse estar na sede do Ministério da Justiça, condenou a atuação dos apoiadores de Bolsonaro em nota no Twitter, dizendo: “Essa tentativa absurda de impor a vontade pela força não vai prevalecer”.
O secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres – e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro – classificou as cenas de “lamentáveis”, acrescentando que ordenou “medidas imediatas para restaurar a ordem no centro de Brasília”.
Gleisi Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores, chamou as violações de “um crime anunciado contra a democracia” e “contra a vontade das urnas”.