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Na próxima vez que você estiver procurando uma smart TV, rastreador de condicionamento físico ou outro dispositivo conectado, poderá ver uma nova etiqueta apoiada pelo governo dos EUA identificando alguns produtos como sendo particularmente protegidos contra hackers.
Na terça-feira, o governo Biden anunciou que está implementando um programa de rotulagem de segurança cibernética com o objetivo de ajudar os consumidores a escolher produtos de tecnologia confiáveis que são classificados como mais seguros do que a concorrência.
O programa busca reforçar a segurança cibernética do país em geral, orientando os americanos que podem estar no mercado de tecnologia doméstica inteligente ou vestíveis para produtos que atendam a um alto padrão de segurança cibernética, conforme definido pelo Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST).
A etiqueta aparecerá como um “logotipo de escudo distinto”, de acordo com a Casa Branca. Os produtos que atendem aos critérios do rótulo podem incluir tecnologia que exige senhas fortes e que fornece atualizações regulares de software para proteção contra as ameaças mais recentes, por exemplo.
Uma ampla gama de produtos pode ser coberta, disse o governo, incluindo geladeiras inteligentes, fornos de micro-ondas, termostatos, assistentes de voz domésticos e – eventualmente – roteadores WiFi, depois que o NIST terminar de projetar padrões de segurança cibernética para eles ainda este ano.
Durante anos, a segurança cibernética foi uma reflexão tardia em um mercado para os chamados dispositivos de “internet das coisas” (IoT) que prioriza custos baixos em detrimento da segurança, de acordo com especialistas em segurança. Um dos exemplos mais famosos de falhas de segurança da IoT ocorreu em 2016, quando hackers criminosos usaram um exército de computadores infectados, conhecido como botnet Mirai, para interromper o acesso aos sites do Twitter, PayPal e outros.
Os produtos certificados pelo novo programa podem vir com um código QR vinculado a um banco de dados nacional afirmando sua participação, acrescentou a administração em um comunicado.
O lançamento do programa ainda pode demorar até um ano. Mas o governo deu os primeiros passos para a implementação na terça-feira, quando a Comissão Federal de Comunicações solicitou uma marca registrada ligada ao esforço, conhecida como “US Cyber Trust Mark”.
A FCC, que regulamenta os dispositivos sem fio, também emitiu uma proposta formal que será aberta para comentários do público sobre como deve administrar o programa.
“Este novo programa de rotulagem ajudaria a fornecer aos americanos maiores garantias sobre a segurança cibernética dos produtos que usam e nos quais confiam em suas vidas cotidianas”, afirmou o governo em comunicado. “Também seria benéfico para as empresas, pois ajudaria a diferenciar produtos confiáveis no mercado.”
A proposta do governo vem dois anos depois que o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva pedindo um rótulo do tipo “estrela da energia” para produtos de tecnologia. Na época, o governo dos EUA ainda estava se recuperando de um ataque de ransomware incapacitante dias antes que havia forçou um desligamento temporário da Colonial Pipeline, uma das maiores operadoras de gasodutos do país.
A ordem executiva destacava como o governo poderia usar a rotulagem de produtos, combinada com o imenso poder de compra do governo federal, para moldar os mercados comerciais e elevar o nível das empresas que vendem tecnologia tanto para agências americanas quanto para consumidores comuns.
Empresas como Amazon, Best Buy, Cisco, Google, LG, Logitech, Samsung e outras se comprometeram a ajudar no esforço de rotulagem do governo, comprometendo-se a aumentar a segurança cibernética de seus produtos, informou a Casa Branca na terça-feira.