Jornaleiro compartilha paixão por literatura com frases em poste e cole curtidas na vida real: ‘Terapia’

Campinas e Região



Jorge Takeshi Shiroma, de 69 anos, é dono de uma banca de jornal localizada no bairro Botafogo, em Campinas (SP), e faz os cartazes há pelo menos 12 anos. Banco de jornal na região central de Campinas (SP) conta com frases externas e chama atenção de pedestre Dayene Gonçalves/g1 Em um mundo cada vez mais digital, atraia atenção para um poema pregado no poste tem um certo ar de nostalgia. Mas é dessa forma, com papel e caneta, que Jorge Takeshi Shiroma, de 69 anos, um admirador da literatura, compartilha a paixão com quem passa por seu local de trabalho na região central de Campinas (SP). Dono de uma banca de jornal, cada vez mais raras pelas ruas da metrópole, o jornaleiro aproveita o posto ao lado do estabelecimento, localizado na esquina entre as ruas Dr. Delfino Cintra e Comendador Luiz José Pereira de Queiroz, para registrar conhecimento e colecionar ” curtidas” na vida real. Ao g1, Seu Jorge relata como começou a escrever os trechos, que chamam a atenção de moradores e pessoas que passam pela região. “Eu gosto de literatura, seja poesia ou prosa, leio de tudo e passo o dia inteirinho lendo, principalmente depois que comprei a banca, há cerca de 15 anos. É uma terapia pra mim”, conta. Uma das frases escritas pelo jornaleiro Jorge Dayene Gonçalves/g1 Quando começou a fazer os cartazes, o jornaleiro relata que era apenas algo esporádico, quando lia algo que realmente o impressionava, mas os fregueses exigiam a cobrar. “O pessoal passou por aqui e perguntava ‘cadê a frase?’, então passei a escrever sempre. Muitas pessoas comentam, tiram foto, vem perguntar se sou eu quem escreve mesmo. No começo eu não assumia, tinha vergonha, mas depois passei a falar”, conta Takeshi, aos risos. Jorge Takeshi Shiroma, de 69 anos, é jornaleiro há 15 anos e amante da literatura Dayene Gonçalves/g1 O motivo inicial O jornaleiro relembra, emocionado, como começou a escrever os cartazes, há cerca de 12 anos, após se indignar com uma atitude cruel de um transeunte. “Essa história de escrever as frases começou aqui na rua, tinha duas pombas famosas que ficavam por aqui e todo mundo gostava delas, alimentava… Um dia, um homem matou as duas a chutes. Então eu escrevi o primeiro cartaz”, conta . Com folha sulfite e marcadores permanentes, Seu Jorge utilizou a frase de Che Guevara para transmitir o que estava sentindo. “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter uma primavera inteira”, dizia o primeiro cartaz. Próximas páginas Mesmo já aposentado, Takeshi não pretende parar de trabalhar tão cedo pois gosta de “ocupar a cabeça”. “Sou solteiro, chego em casa e não tem ninguém pra me esperar, então tenho que trabalhar, né? Eu trabalho que é pra não ficar sem fazer nada”, brinca. Quanto às frases, Jorge segue colecionando ideias em uma pasta cheia de recortes, algumas mais especiais que outras. “Pretendo continuar escrevendo, sempre deixei as frases preparadas, algumas são mais especiais porque chamam mais atenção, mas tudo aqui na pastinha. Eu sou da idade da pedra, não uso nada dessas tecnologias, fica tudo aqui”, finaliza. Seu Jorge mostra sua pasta de recortes, em Campinas (SP) Dayene Gonçalves/g1 * Sob supervisão de Fernando Evans VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *