Washington
CNN
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A Microsoft pagará US$ 20 milhões para resolver as acusações do governo dos EUA de que a gigante da tecnologia violou a privacidade de crianças coletando ilegalmente suas informações pessoais por meio de seu serviço de jogos Xbox Live.
De acordo com a Federal Trade Commission, a Microsoft infringiu a lei ao não informar aos pais sobre toda a gama de informações que coletou de crianças menores de 13 anos.
Essa informação, disse a FTC em um processo aberto na segunda-feira, incluía o fato de que as crianças podem compartilhar imagens de si mesmas em seus perfis de conta, bem como gravações de vídeo e áudio de si mesmas, seus nomes reais e registros de suas atividades na plataforma.
A Microsoft também supostamente manteve por anos as informações pessoais de milhões de pessoas, incluindo crianças, que começaram a criar contas no Xbox Live, mas nunca concluíram o processo de inscrição.
“Mesmo quando um usuário indicou que tinha menos de 13 anos, ele também foi solicitado, até o final de 2021, a fornecer informações pessoais adicionais, incluindo um número de telefone, e a concordar com o contrato de serviço e a política de publicidade da Microsoft, que até 2019 incluía uma caixa pré-marcada permitindo que a Microsoft envie mensagens promocionais e compartilhe dados de usuários com anunciantes”, disse a FTC em um comunicado. liberar.
A Microsoft não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As configurações dos pais dão aos adultos algum controle sobre o que as contas de seus filhos mostram a outros usuários. Por exemplo, as configurações padrão do Xbox Live restringem com quem as crianças podem interagir no serviço, disse a FTC. Mas outras configurações padrão, alegou a agência, permitem que as crianças acessem jogos e aplicativos de terceiros com o mínimo de atrito.
A Microsoft falhou em divulgar suficientemente aos pais quais informações a empresa estava coletando de crianças e como estava sendo usada, disse a FTC, alegando violações da Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças (COPPA).
Ao concordar em resolver as reivindicações, a Microsoft se comprometeu com várias medidas adicionais além da penalidade financeira.
A Microsoft concordou em excluir qualquer informação pessoal que coletar de crianças se elas não concluírem o processo de registro da conta. Também concordou em informar aos editores de jogos terceirizados quando um usuário pode ser uma criança, notificando efetivamente os editores terceirizados para cumprir a COPPA ao lidar com as informações do usuário.
O acordo ocorre no momento em que a FTC contesta a aquisição da gigante de videogames Activision-Blizzard pela Microsoft por US$ 69 bilhões, um acordo proposto que transformaria a Microsoft na terceira maior editora de jogos do mundo e lhe daria o controle sobre franquias populares como “Call of Duty” e “World of Warcraft.”
Funcionários dos EUA e do Reino Unido alegaram que a aquisição da Microsoft poderia dar a ela controle anticompetitivo sobre a indústria de jogos, sendo capaz de reter títulos de plataformas rivais, particularmente no nascente setor de jogos em nuvem. Para resolver as preocupações, a Microsoft fechou acordos de licenciamento com outras empresas para garantir que seus clientes continuem a ter acesso aos jogos da Activision após o fechamento do acordo.
Essas concessões convenceram a União Europeia a aprovar o acordo, mas o litígio para bloquear o acordo envolvendo reguladores dos EUA e do Reino Unido continua em andamento.