Hong Kong
CNN
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Um dos principais banqueiros de tecnologia da China, que desapareceu em fevereiro, está sob custódia do principal órgão anticorrupção do país desde seu desaparecimento e teve sua detenção estendida, de acordo com uma reportagem da mídia estatal.
O Economic Observer, uma publicação financeira bem conceituada, informou que Bao Fan – fundador e CEO do China Renaissance, um banco de investimentos de luxo listado em Hong Kong – foi levado em 7 de fevereiro por funcionários da Comissão Central de Inspeção Disciplinar (CCDI). em uma investigação sobre suspeita de suborno corporativo.
Ele disse, citando uma fonte não identificada, que sua detenção foi estendida em 7 de maio por três meses.
O misterioso desaparecimento de Bao causou calafrios nos mercados financeiros e no setor de tecnologia da China. As ações da China Renaissance caíram mais de 20% até serem suspensas no início de abril. A empresa também atrasou a divulgação de seus resultados anuais, porque seus auditores não conseguiram entrar em contato com Bao.
A China Renaissance, que foi responsável por uma série de grandes negócios de tecnologia chinesa desde que foi fundada em 2005, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da CNN.
O CCDI é o principal órgão anticorrupção do Partido Comunista e é responsável por investigar a corrupção.
A China Renaissance havia revelado anteriormente apenas que Bao estava “cooperando em uma investigação” realizada por certas autoridades do país. Mas não deu outros detalhes.
Bao é conhecido como um negociador veterano que trabalhou em estreita colaboração com as principais empresas de tecnologia da China. Ele ajudou a intermediar a fusão de 2015 entre dois dos principais serviços de entrega de alimentos do país, Meituan e Dianping. Hoje, a plataforma de “super aplicativo” da empresa combinada é onipresente na China.
Seu desaparecimento em fevereiro coincidiu com uma ampla repressão anticorrupção lançada pelo Partido Comunista no setor financeiro, que envolveu mais de uma dúzia de altos executivos das maiores instituições financeiras da China.
Analistas acreditam que a repressão é uma nova onda da atual campanha anticorrupção do líder Xi Jinping, por meio da qual acredita-se que ele esteja consolidando ainda mais seu poder em meio a desafios internos e externos.
As agências específicas que lidam com o caso de Bao incluem o escritório de cooperação internacional da CCDI e as autoridades municipais anticorrupção de Pequim, disse o Economic Observer.
A detenção de Bao estava relacionada a outro caso envolvendo Cong Lin, um ex-executivo de sua empresa, que já havia trabalhado para o maior banco estatal da China por mais de duas décadas, acrescentou o jornal.
Cong Lin, que se tornou presidente da China Renaissance em julho de 2020, já ocupou vários cargos executivos no Banco Industrial e Comercial da China, de acordo com registros de empresas públicas.
Cong foi detido pelas autoridades anticorrupção desde setembro por questões relacionadas ao seu mandato no ICBC Financial Leasing, disse o Economic Observer. Os detalhes da detenção de Cong foram relatados anteriormente por vários meios de comunicação chineses.