Publicações no Twitter podem ajudar a prever a evolução de epidemias, aponta pesquisa da Unicamp

Campinas e Região



Pesquisadores do Instituto de Economia identificam relação entre palavras contidas em tweets e casos e mortes por Covid-19 no Brasil. Ao todo, foram analisados ​​mais de 510 mil posts. Twitter pode ser usado para mapear e controlar epidemias emergentes, aponta pesquisa da Unicamp Dado Ruvic/ Reuters Uma pesquisa conduzida no Instituto de Economia (IE) da Unicamp, em parceria com a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, identificou a relação entre palavras contidas em tweets e evolução de casos e mortes provocadas pela Covid-19 no Brasil. As postagens nas redes sociais poderiam, inclusive, ajudar a prever e controlar outras epidemias emergentes, segundo os pesquisadores. Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente no Jornal da Unicamp. Coordenador do estudo, o professor Alexandre Gori Maia explica que a ideia era explicar como o comportamento das pessoas influencia a dinâmica da pandemia. Ao todo, foram analisados ​​mais de 510 mil tweets, publicados em novembro de 2020, em 3.599 municípios brasileiros. “Nós procuramos menções que encorajamos as relações mais fortes com os casos de Covid um mês depois. Pegamos primeiro quais eram os temas mais debatidos no Twitter no mês e, depois, nós fizemos o que comunidade de análise de sensibilidade, relacionando cada um desses temas aos casos de Covid um mês depois”, detalha. Temas e palavras-chave eventualmente, foram selecionados cinco temas que apresentaram correlações mais fortes com a pandemia: a Covid-19; intervenções não farmacológicas, como o uso de máscara e isolamento social; opiniões relacionadas à saúde; opiniões políticas; e discussões sobre a vacina. A partir da definição dos temas, o grupo passou a monitorar a incidência de palavras-chave para traduzir a relação entre os termos e a disseminação do vírus. Entre as 14 palavras-chave utilizadas no estudo, estavam “quarentena”, “isolamento”, “máscara”, “vacinação”, “CoronaVac” e “comunismo”. “Quando havia um debate muito forte numa determinada localidade sobre Covid, isso expressava a percepção de risco das pessoas em relação ao avanço da pandemia. ‘Ah, eu descobri que meu primo está com Covid e vou comentar no Twitter’. A partir dessa , nós identificamos que houve um avanço da pandemia um mês depois”, explica. Maia destaca que a principal vantagem do uso das redes sociais para acompanhamento de epidemias é a possibilidade de acesso em tempo real às informações. A partir das complicações da população no dia a dia, seria possível prever o avanço da pandemia em determinada localidade. “Nós discutimos que quanto maior o uso, as discussões relacionadas aos temas de vacina, havia um número menor de casos de Covid um mês depois. Essas discussões estavam refletindo como evidência dos comportamentos de saúde das pessoas”, destaca o pesquisador. O professor Alexandre Gori Maia, coordenador do estudo Antonio Scarpinetti/Unicamp Aplicações futuras O pesquisador destaca que, no futuro, o mapeamento de epidemias pelas redes sociais poderia ser utilizado para a perfeição de modelos epidemiológicos. “O número de casos registrados no hospital ou testículos positivos pode ser complementar [os tweets]para passar uma informação mais precisa e identificar com uma antecedência maiores possíveis focos”, afirma. “Por exemplo, se eu identificar muitos comentários de discussão sobre Covid ou sobre aversão às medidas de isolamento social numa determinada localidade, isso permitiria que o agente tentasse entender o que está temporariamente ali. […] Eu não eu não precisaria, por exemplo, fazer uma política com uma intervenção muito ampla. Eu focalizaria e pouparia recursos”, diz Maia. Maia ressalta que a análise dos dados também poderia ser utilizada em situações nas quais os testes não estão disponíveis em tempo real, ou quando não há testes em massa, para acompanhar o exemplo das pessoas e do comportamento em relação à epidemia, que pode resultar em maior ou menor número de casos no futuro. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

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