Leniel Borel, pai de Henry Borel, se pronunciou nesta quarta-feira (17) sobre a liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que proibiu a exibição do “Linha Direta”, da TV Globo, sobre o caso do seu filho. Ao Notícias da TV, o engenheiro desabafou sobre a defesa de Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como Dr. Jairinho, acusado da morte do menino de 4 anos, ter conseguido impedir que o programa fosse ao ar nesta quinta-feira, 18 de maio .
Para Leniel, a defesa de Jairo tem recebido que os detalhes do caso sejam mostrados. “A defesa do Jairo é covarde! Tem medo da verdade e das robustas provas que serão compreendidas. Mas a verdade não faz curva e virá no tribunal”, disse. Segundo ele, a produção da atração comandada por Pedro Bial informou que a Globo não desistirá de transmitir o episódio.
“A Globo recorreu. Se não der amanhã, será exibido assim que for liberado”, contorno ele. O engenheiro afirmou ainda que espera que a decisão seja revertida em esferas mais altas da Justiça. A publicação também procurou a Globo para comentar o assunto, mas uma emissora afirmou que não fala sobre casos de julgamento.
Para o programa, a Globo ouviu todos os envolvidos, entre eles o advogado Cláudio Dalledone, que representa o próprio Jairinho, e o promotor Fábio Vieira. A atração também entrevistou Leniel, que agradeceu à produção pelo destaque ao caso nas redes sociais.
“A luta por justiça pelo nosso Henry Borel não pode parar! São dois anos lutando incansavelmente para provar o claro e obter o mínimo que um crime hediondo deveria ter. A depressão tenta me consumir, parar-me, diariamente, mas preciso levantar, lutar, gritar, pedir ajuda. Obter justiça não é fácil no Brasil. No episódio da Linha Direta da próxima quinta-feira (18/05), Pedro Bial vai relembrar o caso e pedir justiça pelo meu filhinho’, informado.
“Quero agradecer ao Pedro Bial, toda direção, redação, atores… Todos que se empenharam em produzir este programa com muito carinho. É muito difícil como pai ter que lutar todo dia para provar o claro. Gratidão eterna à imprensa brasileira que nos ajuda a pedir justiça na proporção da brutalidade, da monstruosidade que aqueles dois cometeram. Henry sofreu muito naquela madrugada de 08 de março de 2021 (…) é inadmissível qualquer tipo de impunidade após tantas provas noticiadas e comprovadas no processo”, escreveu ele.
Lembre-se do caso
Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, e padrasto do garoto, o ex-vereador Jairinho, são réus pela morte do menino de 4 anos. Segundo a polícia, o padrasto torturou a criança, e a mãe sabia disso, mas não fez nada para intervir.
O menino faleceu na madrugada do dia 8 de março de 2021. O laudo do Instituto Médico-Legal, divulgado em reportagem do jornal RJ2, ocorreu que o corpo do pequeno apresentou sinais de violência e óbito foi causado por hemorragia interna e laceração hepática, sofrida de uma ação contundente.
A perícia constatou ainda múltiplos hematomas no abdômen e membros superiores, infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, edemas no encéfalo, grande quantidade de sangue no abdômen, contusão no rim à direita, trauma com contusão pulmonar, laceração hepática (no fígado) e hemorragia retroperitoneal. Henry, que passou a noite na casa da mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e do padrasto, foi levado ao hospital pelos responsáveis, mas chegou ao local sem vida.
Segundo relatos divulgados pela revista Veja na época, o vereador teria um histórico de violência, com agressões ex-namoradas e os filhos delas. Alguns dos casos, inclusive, já haviam sido relatados à polícia. De acordo com a publicação, apesar de Jairinho parecer ser muito gentil e educado, os relatos e conversas sugeriram que o vereador teria um temperamento violento e quase “sádico” em sua vida privada.
Anteriormente, ele já havia sido denunciado por torturar uma menina de 4 anos entre 2011 e 2012, também filha de uma ex-companheira. Outros desses episódios teriam emocionado com uma ex-namorada que tinha um filho de 5 anos na época em que ela se relacionou com Jairinho, entre 2014 e 2016.
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