Nesta terça-feira (9), a delegada Sandra Mara concedeu mais detalhes sobre o caso de Nicolas Areias Gaspar, de 2 anos, que era considerado desaparecido em Santa Catarina, desde o dia 30 de abril. Durante coletiva de imprensa, uma delegada afirmou que a mãe da criança teria sido forçada a ‘doá-la’ devido à sua vulnerabilidade emocional.
“A mãe tem uma emocional muito grande e psicológica. Ela foi convencida por conta dessa psiquiatra ela. Ela é muito jovem, ficou grávida com 19, 20 anos”, declarou Sandra. Conforme documentos obtidos pelo g1, a mãe também está sendo investigada. De acordo com as autoridades, desde o nascimento da criança, os suspeitos Marcelo Valverde e Roberta Porfírio, tentaram aliciar a mãe. A interação entre eles se dava num grupo do Facebook para mães de primeira viagem.
Durante a coletiva, Sandra ainda falou sobre o pai do menino, mas morreu apenas da busca que sua equipe realizou na residência do homem não identificado. “A criança está somente registrada no nome da mãe. Mas foi apontado um possível pai para nós. Nós cumprimos mandado na casa dele também, de todas as pessoas que foram indicadas pela investigação”entendiu.
A investigação ainda irá apurar a declaração da mãe de Nicolas, que segue internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sobre ter sido vítima de ameaças e não ter se envolvido em qualquer troca financeira no momento da doação. Ela tentou suicídio após a entrega do bebê. “A mãe nega ter recebido vantagem, mas nós só teremos essa certeza com a quebra do sigilo bancário de todos os envolvidos”declarou a delegada.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Paulo Cezar Ramos de Oliveira, também presente na coletiva, informou que ainda não foi definido quando Nicolas voltará para Santa Catarina. “Essa criança está aguardando na dependência do Poder Judiciário de São Paulo, que vai determinar as medidas. A mais aguardada é que ela volta o mais rápido possível. Estamos acompanhando passo a passo”, sofreu Oliveira. Até o momento, o garoto de 2 anos segue em um abrigo da capital paulista.
Ainda de acordo com o g1, o Ministério Público de Santa Catarina ingressou com uma ação para que Nicolas Gaspar fosse transferido para, São José, na grande Florianópolis, onde residia. Já Marcelo Valverde e Roberta Porfírio tiveram prisão preventiva determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Entenda o caso
O desaparecimento de Nicolas Areias Gaspar havia sido reportado pela avó e tios maternos do menino, em um boletim de ocorrência registrado na última quinta-feira (4), na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital ( DPCami) de São José.
Na segunda (8), Roberta Porfírio e Marcelo Valverde foram presos em flagrante com o menino de 2 anos. Ontem (9), a Polícia Militar de São Paulo divulgou o vídeo do momento em que uma criança foi encontrada, durante uma abordagem no Tatuapé, na Zona Leste de SP.
Nicolas estava no banco de trás com a mulher, enquanto o homem dirigia o veículo. O delegado do 30º DP da capital paulista afirmou ao g1 que há suspeita do crime de adoção ilegal, bem como expressões de tráfico de pessoas. A investigação identificou, no dia em que a criança desapareceu em Florianópolis, que um carro branco com placas adulteradas saiu do estado em direção à capital paulista.
Bebê de 2 anos é encontrado pela polícia em São Paulo pic.twitter.com/z7RzxUi9R0
— Só Mídias (@MidiasSo) 9 de maio de 2023
A Polícia Civil disse ter sido comemorada, ainda, de que Marcelo e a esposa, chamada Juliana, estariam aliciando a mãe do bebê para entregar a criança, sem o procedimento legal. Segundo o artigo 242 do Código Penal, o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio é descrito como crime e a pena prevista é de dois a seis anos de reclusão. Marcelo e Roberta foram indiciados pelo crime de tráfico de pessoas e, até o momento, a defesa da dupla não se manifestou.
Após a repercussão, Juliano Gaspar, tio do pequeno, comemorou nas redes sociais quando Nicolas foi encontrado. Ele também agradeceu a Polícia Militar e disse que a família vai se manifestar “em breve”. “O importante é que ele está bem. São e salvo”concluído.
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