MP questiona Rede Mário Gatti sobre terceirizações de serviços em UPAs e hospitais de Campinas

Campinas e Região



O promotor dá prazo de 20 dias para que a autarquia apresente justificativas sobre os contratos. Rede diz que prestará esclarecimentos e alegará melhorias no atendimento; lembre-se de acordos. Pacientes à espera de atendimento na UPA Anchieta, em abril Reprodução/EPTV O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) invejou um ofício à Rede Mário Gatti onde fez questionamentos sobre terceirizações na prestação de serviços em três unidades de pronto atendimento (UPAs) em Campinas (SP), além dos hospitais Mário Gatti e Ouro Verde. Veja abaixo o que dizem a autarquia e empresas contratadas, e relembre os acordos A apuração é conduzida pelo promotor de Justiça Daniel Zulian e tem como foco os contratos firmados desde o ano passado entre a autarquia e a Associação Beneficente Cisne, que passou a ser responsável pelo fornecimento de recursos humanos nas UPAs Anchieta, Campo Grande e São José; eo acordo entre a rede eo Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam) para manter profissionais de diversas funções nas UPAs e nos dois hospitais que atendem pelo SUS Municipal. “Estou solicitando à Rede Mário Gatti, no prazo de 20 dias, esclarecimentos acerca da justificativa para a terceirização dos reservatórios de serviço”, afirmou Zulian ao mencionar que o pedido foi formalizado nesta terça-feira (9) e ele reivindicou cópias dos contratos entre rede e entidades. Ao g1, o promotor explicou ainda que pediu esclarecimentos sobre de “reclamações sobre aumento na demora para atendimento” nas UPAs, segundo pacientes. Inicialmente, ele abriu uma apuração sobre a unidade no distrito do Campo Grande, mas depois incluiu verificações sobre as outras duas. A gestão das três UPAS e dos hospitais permanecem com a Rede Mário Gatti, que integra a administração indireta de Campinas e responde pelos serviços de urgência e emergência. Relatos de problemas Em 24 de abril, a EPTV, afiliada da TV Globo, flagrou o caso da auxiliar de conservação Eliana Santos, que precisou aguardar 12 horas para conseguir realizar um procedimento na UPA Anchieta justamente no primeiro dia de transição da responsabilidade pelos recursos humanos . Naquele dia, o cenário verificado pela reportagem nas unidades Campo Grande e São José também foi de queixas. Na ocasião, a Associação Cisne alegou que assumiu uma demanda reprimida durante a transição do serviço na UPA Anchieta, e destacou que um paciente que esperou metade do dia no local foi atendido. Em relação às outras duas, a entidade mencionou demanda elevada por causa do pós-feriado. Já a Rede Mário Gatti frisou que o tempo foi influenciado naquela semana por sazonalidade de doenças respiratórias, e defendeu que os contratos para prestações de serviços visam garantir melhorias no atendimento à população ao corrigir déficits em recursos humanos das unidades. A contratação terceirizada de recursos humanos é alvo de críticas do Conselho Municipal de Saúde. Área do Hospital Mário Gatti, em Campinas Carlos Bassan / PMC LEIA MAIS Campinas data 2022 com três terceirizações de trabalhador da saúde e estuda levar modelo para mais uma UPA neste ano Dados mostram redução de médicos no SUS Municipal de Campinas; entenda o que mudou e reflexos Pacientes criticam demora para atendimento em UPAs com terceirizações em Campinas; mulher espera 12h na Anchieta Os contratos Cada contrato da Rede Mário Gatti com a Associação Cisne tem duração de dois anos. Em 2022, a autarquia fez acordos relativos às UPAs São José e Campo Grande, e neste ano para a Anchieta. Anchieta – R$ 32,7 milhões São José – R$ 27,6 milhões Campo Grande – R$ 28,1 milhões Já o acordo que também contempla os hospitais Mário Gatti e Ouro Verde é de R$ 171,4 milhões, por dois anos, para garantir profissionais de diversas áreas para recompor e ampliar o quadro de pessoal. O que diz a Rede Mário Gatti? Em nota, a Rede Mário Gatti destacou que todas as informações solicitadas pelo MP-SP serão encaminhadas dentro do prazo estabelecido. Sobre o tempo de espera dos pacientes nas UPAs, a autarquia alegou que a percepção dos gestores dela é de que “tem ocorrido redução significativa” após mudanças implementadas nas unidades. “Na UPA Campo Grande, por exemplo, o tempo de espera [para casos não urgentes] caiu cerca de 50%, passando de 2h40 [em janeiro de 2022] parágrafo 1h13 [em junho do mesmo ano]. Em 2021, este prazo pode chegar a 8 horas. A unidade também não tinha pediatra e nem assistente social nos fins de semana e agora conta com esse atendimento”, diz nota da assessoria ao mencionar que o mesmo levantamento será feito nas outras unidades, a partir dos períodos apontados pelo promotor. Ao tratar sobre o acordo com o Cejam, a rede alegou que o contrato foi feito por meio de licitação para preencher postos de trabalho de profissionais que estão se apondo ou com contratos temporários, de forma a evitar risco de desassistência aos pacientes. “Os postos de trabalho são para os hospitais Ouro Verde e Mário Gatti e UPAs, nas áreas de enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, farmacêutica clínica para serviço de controle de infecção hospitalar e técnico de imobilização de gesso”, destaca texto. O que dizem Cisne e Cejam ?A reportagem entrou em contato com a assessoria da Associação Cisne e do Cejam, mas as entidades não se manifestaram até a publicação desta reportagem. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas.

Fonte G1

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