As duas ilhas caribenhas do multimilionário Jeffrey Epstein foram vendidas. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (4), pela NPR. O local ficou conhecido por ser onde o norte-americano praticava crimes sexuais. Ele foi acusado de construir um esquema de tráfico sexual e abuso de menores, mas morreu em 2019, antes mesmo de ser julgado. As ilhas foram compradas por US$ 60 milhões (aproximadamente R$ 297 milhões). O valor foi menos da metade do oferecido originalmente, US$ 125 milhões (cerca de R$ 619 milhões).
O comprador foi o investidor e fundador da Black Diamond Capital Management, Stephen Deckoff. De acordo com o Financial Times, ele planeja construir um resort de luxo no lugar. O hotel terá 25 quartos e tem previsão para ser aberto em 2025. Em comunicado, Deckoff disse que quer criar um destino condizente com a “graça natural e a beleza” da região.
As duas ilhas que aguardam a Epstein são chamadas de Little St James e Great James. Como o nome indica, a primeira é a menor e foi adquirida pelo milionário em 1998, com heliporto, três praias pra hóspedes e até um posto de gasolina. Já a segunda, ele comprou em 2016 e é menos desenvolvido. Em março de 2022, as ilhas foram colocadas à venda no mercado por um valor bem mais alto, mas a oferta precisou ser reduzida já que nenhum comprador demonstrou interesse.
De acordo com a NPR, o local fica próximo de St. Thomas, nas Ilhas Virgens Americanas. Vários jovens afirmaram em documentos judiciais que foram levados em um jato particular para lá antes de receberem ordens de praticar atos sexuais com Epstein e outros homens. Isso ocorreu principalmente em Little St. James, que chegou a receber o apelido de “Ilha do Pedófilo”.
Em um acordo de US$ 105 milhões (cerca de R$ 520 milhões) estabelecido no final do ano passado, o governo das Ilhas Virgens Americanas deverá receber metade dos lucros da venda de Little St. James. A quantia será destinada a estabelecer um fundo com a intenção de financiar serviços de apoio e aconselhamento para vítimas de abuso sexual e tráfico humano.
Lembre-se do caso
Em 2020, o Daily Mail teve acesso ao manuscrito de 139 páginas intituladas “The Billionaire’s Playboy Club”, no qual Virginia Roberts, que também usa o nome de casada, Giuffre, documentou o período em que foi escravizada sexualmente por Epstein e sua cúmplice, Gislaine Maxwell. As alegações fazem parte de documentos judiciais divulgados em que Maxwell tentou manter sigilo na Justiça.
Segundo Virginia, quando tinha de 17 para 18 anos, Maxwell teve inveja do rancho de Epstein, onde passou dois dias a sós com o príncipe Andrew – filho da rainha Elizabeth II –, que teria 41 anos na época. Em seu relato, a vítima deu detalhes de como era usada para entreter o duque de York, tendo que atender até mesmo aos fetiches bizarros do membro da realeza britânica. Epstein e Maxwell, por sua vez, conseguiram muito contentamento com os “trabalhos” da adolescente com o príncipe. “’Que bom, você fez muito bem’, me elogiou Jeffrey”escreveu ela.
Antes de enfrentar um julgamento pelo crime de tráfico sexual, Jeffrey Epstein foi encontrado morto na prisão aos 66 anos, em 2019. Por conta da morte, os casos foram arquivados. Contudo, o juiz permitiu a leitura de um comunicado impactante sobre a situação, nas vozes de mais de 20 vítimas do financista.
Ghislaine, por sua vez, recebeu seis emoções criminais, incluindo as de aliciar menores para tráfico sexual, tráfico sexual em si, e perjúrio. A comparação de Epstein declarou ser inocente no caso, mas foi presa em junho de 2020, sem direito à noiva. Em 2022, ela foi condenada a 20 anos de prisão. No mesmo ano, o príncipe Andrew perdeu seu título honorífico da realeza após ser processado pelo caso.
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