Procuradora designada para caso das joias é casada com vereador bolsonarista, mas pode não assumir; entenda

Campinas e Região



Gabriela Saraiva de Azevedo Hossri havia pedido baixado para outra cidade antes da designação, e mudança já saiu em Diário Oficial. Marido dela, Nelson Hossri é parlamentar em Campinas. Vereador de Campinas, Nelson Hossri é casado com a procuradora da República Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo Hossri Reprodução/Instagram Casada com um vereador de Campinas (SP) apoiador de Jair Bolsonaro (PL), a procuradora da República Gabriela Saraiva de Azevedo Hossri foi designada , na semana passada, para a investigação do caso das joias de R$ 16,5 milhões que o governo do ex-presidente tentou trazer ilegalmente ao Brasil. Apesar disso, ela pode não assumir a apuração. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O g1 apurou no Ministério Público Federal (MPF) que Gabriela Hossri, que é da Procuradoria de Guarulhos (SP), já havia pedido, em janeiro, remoção (transferência) para Osasco. A mudança para a cidade vizinha foi publicada em Diário Oficial da União em 7 de março. LEIA TAMBÉM: Colar, brincos, relógio e anel: veja imagens das joias de luxo que o governo Bolsonaro tentou trazer para o Brasil Servidora que atuava no Planalto relata à PF tentativa de reaver joias; depoimento Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil joias com diamantes avaliadas em R$ 16,5 milhões para Michelle Como a procuradora está em férias, a tendência é que mude de procuradoria quando voltar. Ou seja, antes de assumir de fato as considerar. O MPF confirmou, na quinta-feira (9), que já começou a analisar toda a documentação enviada pela Receita Federal sobre as joias. Um procurador substituído cuida dos procedimentos. O g1 tentou contato com o vereador e com um assessor dele para ouvir também a procuradora. A reportagem será atualizada quando houver retorno. Amplo defensor de Bolsonaro durante a gestão do ex-presidente, Nelson Hossri já postou fotos e vídeos com o ex-presidente e com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Nelson Hossri apoiou Bolsonaro durante a gestão e nas eleições presidenciais de 2022 Reprodução/EPTV Mais reservada nas redes, a procuradora da República mantém um perfil no Twitter com apenas um post desde 2019. Em 15 de junho daquele ano, respondeu a um tweet do senador Sérgio Moro (União Brasil) – quando ele ainda era ministro de Bolsonaro – sobre uma operação que erradicou plantações de maconha na fronteira. A resposta da procuradora foi com emojis: 👏🏻👏🏻👏🏻 A procuradora foi aprovada no concurso público para Procuradora da República (nome dado à promotora de Justiça que na justiça federal) em 2012. No posto, atua, sobretudo, em cuidado e processos na área criminal. Gabriela Hossri começou a atuar no Ministério Público Federal de Altamira (PA), depois passou pelas Procuradorias da República nos municípios de Viçosa (MG), Passos (MG) e Pouso Alegre (MG) e desde outubro de 2020 atua no 5º ofício da Procuradoria da República de Guarulhos. Nelson Hossri, vereador de Campinas, e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro Reprodução/Instagram As joias milionárias No âmbito da Polícia Federal (PF), aguardo é que os depoimentos comecem nesta semana. Em outubro de 2021, uma comitiva do governo Bolsonaro, liderada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, voltava de uma viagem oficial à Arábia Saudita. Ao passar pela alfândega do aeroporto de Guarulhos, um assessor de Albuquerque, que havia optado pela fila do “nada a declarar”, foi parado por agentes da Receita. Os fiscais descobriram que o assessor carregava joias na mochila. Os itens são avaliados em R$ 16,5 milhões. Exclusivo: Jornal Nacional tem acesso ao depósito onde estão as joias que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o Brasil JN Albuquerque disse que eram um presente do governo saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Para entrar legalmente com as joias no país, a comitiva deveria ter declarado os itens e pago imposto. Ou então, deveria ter listado os itens como um presente de Estado. Nessa hipótese, as joias ficariam com a União, e não com a família Bolsonaro. Como nada disso foi feito, as joias ficaram retidas na Receita. O governo Bolsonaro tentou diversas vezes retirar os itens de lá, sem pagar o que era devido. Entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2016 fixou que joias recebidas como presente por presidentes não são acervo pessoal, e sim patrimônio do Estado brasileiro. VÍDEOS: destaques da região de Campinas Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *