Desde que foi anunciada, em novembro de 2021, a série “The Idol” era considerada uma das próximas grandes promessas da HBO. No entanto, nos bastidores da produção estrelada por The Weeknd e Lily-Rose Depp, o que se viu foi um verdadeiro caos. Nesta quarta-feira (1º), uma reportagem da revista Rolling Stone revelou que a atração estaria “romantizando o estupro”, com uma série de relatos de cenas chocantes.
13 testemunhas deram seus depoimentos e ex apresentaram como o projeto teria saído totalmente dos trilhos. Com cerca de 80% dos trabalhos concluídos, a série teve suas filmagens interrompidas em abril do ano passado e teve de ser gravada novamente do zero. A cineasta Amy Seimetz, que já dirigiu produções como “Atlanta” e “Vou Morrer Amanhã”, saiu do cargo de diretora, dando espaço para Sam Levinson, de “Euphoria” – que reescreveu e regravou toda a produção. Mas muitas coisas geram um clima de insegurança e incômodo por parte da equipe.
Romantização do estupro
A premissa original da série traz Lily-Rose como Jocelyn, uma estrela pop glamorosa e cheia de problemas, enquanto The Weeknd vive Tedros, o líder de um culto moderno e muito questionável. Segundo alguns relatos, a mudança na direção teria trocado o foco da trama sobre a luta de uma vítima da indústria predatória do entretenimento, para uma “história de amor degradante”considerado ofensivo por alguns que participaram do projeto.
Com isso, muitos interpretaram o que seria uma romantização do estupro. “Era como qualquer fantasia de violação que qualquer homem tóxico teria na série – e então, a mulher volta querendo mais porque isso melhora a música dela”conto um membro da produção. “Era uma série sobre uma mulher que estava se encontrando sexualmente, e virou uma série sobre um cara que consegue abusar dessa mulher e ela gosta disso”pontuada uma fonte.
Cenas chocantes
Os relatos questionaram cenas escritas por Levinson e que envolviam muita violência física e sexual entre os personagens de Depp e The Weeknd. No rascunho de um episódio, supostamente havia uma cena em que o astro daria um golpe no rosto da atriz, ela sorriria e pediria que ele agredisse mais, o que causaria uma ereção em Tedros. Essa cena, entretanto, nunca saiu do papel.
Em outra sequência supostamente proposta, Jocelyn carregaria um ovo dentro de sua vagina. Caso ela derrubasse ou quebrasse o ovo, o personagem de The Weeknd se recusaria a “estuprá-la”. A situação levaria o personagem de Lily-Rose a uma espiral, no qual ela imploraria para que ele a “estuprasse”, porque acreditava que essa era a chave para seu sucesso como cantora. Segundo a reportagem, a cena também nunca foi filmada porque a produção não encontrou uma maneira de gravar-la de forma realista, sem que Depp tivesse de realmente inserir o ovo em sua vagina.
“Era tipo: ‘O que é isso? O que eu estou lendo aqui?’. Era como um pornô de tortura sexual”, relatou uma testemunha. Apesar de a versão inicial de “The Idol” também incluir cenas de sexo e de nudez, fontes alegaram que Sam Levinson teria aumentado significativamente o conteúdo explícito – algo que já tem virado sua “marca”. “É quase um extremo tão grande que parece que não há uma mensagem. Não faz sentido. Eles só estão tentando ver quantas reações eles podem ter”disse outro membro da equipe.
Entretanto, dois integrantes da produção informaram que não se sabe o que vai ou não para o ar, já que os roteiros eram transformados diariamente e as gravações tinham sido constantemente gravadas e regravadas. Ao TMZ, outras fontes pontuaram que nenhum dos 13 preparados pela Rolling Stone teria assistido ao resultado final da série. De acordo com essas pessoas, seria “enganoso” dizer que as cenas chocantes seriam usadas pela atração da HBO.
Suposto incômodo sobre perspectiva feminina
Um relato de abril do ano passado também sugeriu que The Weeknd, que é produtor executivo da série, teria sido o responsável pela grande mudança no foco da atração. De acordo com o Deadline, o astro teria ficado “infeliz” de que a história estava focando muito na personagem de Depp. Uma outra fonte contorno à Rolling Stone que isso teria feito com que a parte do culto fosse reduzida na trama, deixando de lado as “lentes feministas” por qual a série estava sendo vista. “Era como se The Weeknd queria uma série que fosse toda sobre ele – Sam estava de acordo com isso”deixou uma fonte quanto à substituição de Amy por Levinson.
Porém, apesar de ser creditado como co-criador e roteirista, três insiders afirmaram que The Weeknd mal tocou nos roteiros durante as regravações da série. Dois integrantes da equipe ainda pontuaram como a agenda apertada do cantor – que também estava em turnê pelo mundo – dificultava que ele fosse o foco primário da trama.
Por outro lado, testemunhas que falaram ao TMZ sobre o assunto negaram a versão sobre o que diz respeito a The Weeknd. Segundo informantes, o astro não teria sentido que “The Idol” estava sendo feito com uma grande perspectiva feminina. O relato rebateu as outras testemunhas e defendeu que se há uma certeza, é que “toda a série é sobre uma mulher que quer controlar sua própria narrativa no showbiz”.
Lily-Rose Depp defende Sam Levinson
Procuradas, as equipes de Sam Levinson e The Weeknd não se manifestaram sobre o caso. Lily-Rose Depp, por sua vez, afirmou que Levinson é “o melhor diretor” com quem ela já trabalhou. Em um comunicado, um protagonista afirmou que nunca se sentiu “mais apoiado ou respeitada num espaço criativo”, deixando claro que teve “contribuições e opiniões mais valorizadas”.
Quanto à “The Idol”, ainda não se sabe quando a produção finalmente será disponibilizada aos espectadores. A expectativa inicial era que a série estreasse no segundo semestre do ano passado. Mas, até o momento, tudo o que se tem são alguns teasers divulgados e a promessa de que a atração vai ao ar ainda em 2023. , que agora corre risco de viver um grande fiasco. Assista ao trailer abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=dVaxPykC_es
Leia a reportagem na íntegra, clicando aqui.
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