A população que recebe renda de até R$ 105 por pessoa tem aumentado na metrópole, uma realidade que também é do estado e do país. Desemprego agravou indicadores sociais, diz prefeitura. Aumenta o número de famílias em situação de extrema pobreza em Campinas Reprodução/EPTV O número de famílias de Campinas (SP) que vivem em situação de extrema pobreza e amargam uma renda mensal de até R$ 105 por pessoa subiu 30,7% em um ano, segundo dados do Cadastro Único. Foram, em média, 1,2 mil novas famílias inseridas nesta lista em todos os meses de 2022. O total chega a 62.882 na metrópole; um ano antes eram 48.083. Os dados foram levantados pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos a pedido do g1, que vê no desemprego o vilão do agravamento dos problemas sociais. A realidade de Campinas é a mesma do estado e do Brasil, segundo a titular da pasta, Vandecleya Moro. “Há um estudo nacional do IBGE que associa a questão do desemprego com o fator de agravamento dos indicadores sociais e o aumento das famílias em condições de extrema pobreza. O fenômeno não é só em Campinas, é nacional.”, explicou. Pobreza social bate recorde e atinge 64,6 milhões de brasileiros durante pandemia, diz estudo Renda Campinas começa a pagar benefício a famílias parentes; entender critérios Apesar do aumento na população, Campinas nunca teve tantas famílias nesta condição desde o início da série histórica do Cadastro Único do governo federal, em 2012. Os dados são do Cecad, que concentra consulta, seleção e administração de informações do CadÚnico do governo Federal. “Segundo dados do governo federal , o número de pessoas em situação de extrema pobreza entre dezembro de 2021 e dezembro de 2022 foi de 38%. No estado de São Paulo houve, no mesmo período, um crescimento de 40%. E em Campinas esse índice foi de 30,7%.”, completou a secretária. Gráfico mostra linhas da pobreza em Campinas desde 2012 dezembro de 2022 até Cecad/governo federal O gráfico do Cecad aponta, também, que o momento onde houve menor índice na cidade, dentro desta série histórica, foi em fevereiro de 2016, quando 20,2 mil famílias estavam na situação mais extrema. Nos dois últimos anos, ocorreram as altas mais expressivas no número de famílias em situação extrema, de pobreza e baixa renda. Segundo a Secretaria de Assistência Social de Campinas, houve uma migração de pessoas para o grupo mais vulnerável ao longo dos anos. Ao todo, a metrópole tem ao menos 126,8 mil cadastros de grupos familiares que dependem de programas sociais vinculados ao Cadastro Único. Como funciona a divisão de renda: Extrema pobreza: até R$ 105 por pessoa da família Pobreza: entre R$ 105,01 e R$ 210,00 por pessoa da família Baixa renda: entre R$ 210,01 e meio salário mínimo por pessoa da família Segundo a prefeitura, a cidade não possui medidores municipais específicos para apurar os motivos pontuais de aumento da vulnerabilidade social, mas procura viabilizar acesso a essas pessoas aos benefícios sociais da cidade, do estado e do governo federal – veja quais são no fim da reportagens. “A questão da superação da vulnerabilidade social envolve o acolhimento, o apoio à autonomia das famílias. E isso não só na Assistência, mas envolvendo outras áreas, como educação, saúde, saneamento básico, empregabilidade, dentre outros segmentos. Esse trabalho, além de ser em conjunto, também é muito complexo e exige um engajamento do poder público em suas várias estâncias.”, explicou Vandecleya. Onde estão essas famílias em Campinas? Sul: 28% – Região onde ficam bairros como Campo Belo, Jardim São Domingos, Jardim Fernanda, Jardim Nova América e Cidade Singer, por exemplo. Sudoeste: 23% – Região onde estão Jardim Campos Elíseos, Jardim Santa Lúcia, Jardim Paraíso de Viracopos e Vila União, por exemplo. Noroeste: 22% – Região que abrange Jardim Londres, Jardim Ipaussurama, Cidade Satélite Íris e Jardim Florence, por exemplo. Informações sobre como cadastrar uma família que precisa de ajuda podem ser registrados pelo telefone 156 da prefeitura ou diretamente em alguma unidade do Centro de Referência da Assistência Social, que faz o cadastro e encaminhamento das famílias. Campinas teve aumento de pessoas em situação de extrema pobreza Reprodução/EPTV A que programas sociais o Cadastro Único dá acesso? Programas Federais Auxílio Brasil Carteira do Idoso Casa Verde Amarela Tarifa Social de Energia Elétrica Sistema de Isenção de Taxa de Concursos Públicos BPC – Benefício de Prestação Continuada INSS – Benefícios Id-Jovem – Programa Identidade Jovem Isenção da Taxa de Inscrição da OAB / UNICAMP Auxílio Emergencial Programas Estaduais Viva Leite Ação Jovem Renda Cidadã SP-Acolhe Vale Gás Bolsa Trabalho Bolsa do povo educação Programas Municipais Renda Campinas Cartão Nutrir Tarifa Social de Água Outros programas Outros programas e ações de acolhimento que a metrópole oferecem são os serviços de proteção social básica em áreas de maior vulnerabilidade social por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e dos Distritos de Assistência Social (DAS); Feira Mulheres Empreendedoras; programa Mão Amiga, que qualifica profissionalmente pessoas em situação de rua; Juventude conectada; o Banco de alimentos e programas ambientais de alimentação. Há, ainda, o Programa de Ativação Econômica e Social (Paes), que estimula o desenvolvimento de atividades motivacionais na cidade e capacitação profissional dos moradores. VÍDEOS: confira outros destaques da região Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Fonte G1