De ‘Berra Vaca’ a ‘Tomá na Banda’: conheça 5 dos blocos mais tradicionais do carnaval de rua de Campinas 🎉

Campinas e Região



G1 ouviu as histórias de origem, curiosidades e características dos grupos carnavalescos. Mais famosos deles, a City Banda anunciou o fim dos desfiles após 26 edições. Tradicionais beijoqueiras marcam presença no Tomá na Banda Naira Zitei/G1 O carnaval começa oficialmente nesta sexta-feira (17) em Campinas (SP). E para entrar de vez no clima da folia, o g1 foi atrás das histórias de origem, curiosidades e características de cinco dos principais blocos de rua da metrópole.🎉 Os cinco selecionados foram: “Nem sangue Nem areia”, “Tomá ​​na Banda” , “Berra Vaca”, “Bando de Corruíras” e “Bloco Unidos”. Mais famosos dos blocos, a Banda da Cidade naturalmente estaria na lista, mas os fundadores anunciaram o fim dos desfiles após 26 edições. Clique em cima dos nomes abaixo para conhecer mais sobre cada bloco: Nem sangue Nem areia Tomá na Banda Berra Vaca Bando de Corruíras Bloco Unidos ESPECIAIS DE CARNAVAL: Aprenda a tocar pandeiro Monte sua própria bateria ‘Nem sangue Nem areia’ Fotos da primeira fase do bloco Nem Sangue Nem areia com fundadores em 1946 Sinezio/Acervo pessoal Data de criação: primeira fase em 1946; retomada em 2009. Curiosidade: o nome “Nem sangue nem areia” foi inspirado na famosa produção de Hollywood da década de 40 “Sangue e Areia”, estrelada por Tyrone Power, tratando de uma história de toureiro. Na mesma época o bairro Vila Industrial abrigava curtumes e matadouros e era comum se observar boiadas pelas ruas da região. Além disso, os moradores eram chamados de “bucheiros”, termo utilizado na época por conta do curtume. Unindo as características do bairro e a paródia do filme, surge o nome Nem sangue Nem areia. História: na primeira fase do Nem sangue Nem areia, o grande entusiasta do bloco foi o Osvaldo Butcher, também conhecido como Bochão; ele e reuniu os amigos Sinézio Jorge (Zucão), Antônio Rua (Tulé) e Manoel dos Santos (Mané) e pediram o bloco na Vila Industrial. Tudo era feito pelos próprios moradores e para os moradores, não era a intenção se tornar um dos maiores da metrópole. Em 1976 foi seu último desfile. Em 2008, em uma conversa de bar entre amigos, em sua maioria jornalistas, produtores culturais e artistas; surge a ideia de retomar o bloco tradicional, que logo em 2009 mudou as ruas de Campinas e segue até então. “Tem uma coincidência muito interessante na história do bloco, nós começamos o bloco na Rua 24 de Maio com a [rua] Barão de Monte Mor, mas meu pai foi mudar de casa, e acabou mudando para Rua João Teodoro, na Vila Industrial também; e lá na João Teodoro foi feito o último desfile da forma antiga, saiu dali, da oficina do meu pai. E depois foi retomado por esse grupo de jornalistas [maioria], na Rua Francisco Teodoro.” , explica Sinezio, filho de Zucão, um dos fundadores do bloco. Personagem “figurão”: Mané era considerado o animador, uma espécie de palhaço que se fantasiava e era “chifrado” pelos bois da tourada do Nem sangue Nem areia. Onde: sempre na Vila Industrial com concentração na Francisco Teodoro Quando: todo ano no domingo antes do carnaval, ou seja, pré-carnaval de Campinas, esse ano a bloco saiu na rua no último dia 12 de fevereiro. Estilo de música: cada ano o bloco escolhe um tema e os jurados e diretoria escolhem um samba enredo e outros sambas que irão manter o bloco. Estilo de fantasia: são utilizados principalmente bonecos de bois, fazendo referência ao nome e também a história do bairro Vila Industrial. Bloco Nem sangue Nem areia após a retomada em 2009 Pedro Amatuzzi Voltar para a lista de blocos ‘Tomá na Banda’ Data de criação: o bloco nasceu no carnaval de 1985 só deixou de ser realizado em 2021 e 2022, durante o auge da pandemia da COVID-19 História: Camilo Chagas fundou o bloco junto a um grupo de amigos que frequentavam o Ilustrada, bar que ele administrou até o seu fechamento em 1995, no bairro Cambuí, em Campinas. “Na época em que surgiu o Tomá, eu e mais 10 pessoas saímos do Ilustrada e começamos a andar pelas ruas do Centro. Quando vimos, tinha mais de 200 entre mendigos e boêmios”, disse o fundador em entrevista ao g1 em 2014. Chagas morreu no ano seguinte, aos 63 anos. A nutricionista Maria Ester Januário, ex-esposa de Chagas e atual organizadora do bloco, conta que, no início, Chagas ia de amigos a donos de botecos pedindo patrocínio para camisetas do Tomá que, segundo ela, era um projeto muito incipiente e ingênuo, mas que foi crescendo e contando com a participação de muitas pessoas no decorrer dos anos. Curiosidade: Aos 38 anos, o Tomá na Banda já tem seus descendentes. “A gente tem pessoas que acompanham ano a ano, cada um com a sua história, sua bagagem, pessoas que se conheceram, casaram e hoje estão os filhos, os netos. […] nos bastidores, tem muita gente que nem está mais no brasil ou nem mora mais em Campinas, mas que mandam mensagem com essa graça de ter tido histórias no bloco Tomá na Banda”, conta Maria Ester. Foliões do bloco na Avenida Francisco Glicério, Campinas , em 1988 Arquivo / Tomá na Banda Personagem “figurão”: o fundador Camilo Chagas organizou todas as edições do bloco em vida. Uma semana antes de seu último carnaval, na edição de 30 anos do Tomá na Banda, em 2015, Chagas estava internado na UTI, mas teria tentado a equipe médica sobre sua alta. Maria Ester revela: “Ele conseguiu conversar com a equipe médica, conversou com os familiares pra conseguir uma cadeira adaptada e foi com cuidador. Foi uma organização, mas ele não deixou de participar do bloco”. Onde: tradicionalmente, o bloco desfilava no Centro de Convivência, próximo ao local onde funcionava o bar Ilustrada, no Cambuí. Em 2023, o bloco será realizado no Largo do Rosário Quando : todos os sábados de carnaval. Neste ano, no dia 18 de fevereiro Estilo de música: a prioridade são as marchinhas carnavalescas. O bloco tem músicos tocando na rua, sem trio elétrico Estilo de fantasia: as fantasias são livres e democráticas, de acordo com a organização. Há premiação para a melhor fantasia do bloco Carnaval 2023: o tema do bloco neste ano é “Carnaval do Rei”, em homenagem ao Rei Pelé. “O Pelé trouxe muita alegria, muita felicidade como jogador, então não há não Barsil e no mundo quem não se deliciou, se divertiu assistindo o Pelé jogar. É essa a pegada que a gente quer levar pra avenida no carnaval. Essa felicidade, essa alegria”, explica a organizadora. Foliões seguem no Bloco Tomá na Banda em Campinas Arthur Menicucci/g1 Voltar para a lista de blocos ‘Berra Vaca’ Foliões durante o desfile de pré-carnaval de 2023, em Barão Geraldo, Campinas (SP) Laura Gonçalves Data de criação: 23 de setembro de 1999 História: a ideia de montar o bloco de carnaval surgiu de Inácio Azevedo e outros amigos em uma tarde que tocavam marchinhas de carnaval. infância e a adolescência, decidiu fazer o projeto, agregando outros artistas e também o grupo de dança “Saia Rodada”, dirigido por Tião Carvalho. Ao longo dos anos, o bloco, que havia surgido no distrito de Barão Geraldo, em Campinas, foi agregando diversas pessoas, inclusive de outras regiões da metrópole. Curiosidade: o nome do bloco surgiu em alusão à lenda mais popular de Barão, a história do “Boi Falô”. “As atrações somos nós mesmo! Berrando e amando junto com todos. Nossa festa há muito tempo transcendeu as nossas expectativas, hoje tem muita gente. O pessoal sempre pergunta do nosso ‘desfile’… mas, desfile quem faz são as ‘top models’, o exército [risos]. A gente só sai nas ruas pra brincar, cantar, dançar, se específico! Junto a quem quiser, quem vier!”, declara Inácio, um dos organizadores do Berra Vaca. “Vaca Elétrica” ​​que carrega os equipamentos de som do bloco maior do distrito de Barão Geraldo, Campinas (SP) Inácio Azevedo Personagem “figurão”: Tião Carvalho, professor, que canta, toca, dança e compõe anima o bloco desde as primeiras saídas, juntamente com o seu “Batalhão Maranhense”. “O Tião é um arquivo vivo de músicas antigas e atuais, a companhia dele sempre foi preciosa, ele é um mestre da cultura brasileira.” – relata Inácio. Onde: concentração na Praça Ângelo Carlini (Sibipiruna), na Rua Júlia Leite de Barros, 148, na Vila Santa Isabel em Barão Geraldo. Quando: todas as sextas e terças-feiras de carnaval. Neste ano, o “Abre Alas” ocorre no dia 17 de fevereiro, a partir das 17h, na Praça Durval Pattaro e no dia 21 de fevereiro, às 21h. Estilo de música: marchinhas, sambas e frevos. O grupo reforça que apoiam a diversidade e que os eventos são sempre ecléticos Estilo de fantasia: o bloco inc entiva todos os tipos de fantasias, valorizando a tradição, com criatividade, liberdade, alegria e irreverência. Já a “VacaElétrica” ​​segue um figurino padrão, com o carrinho enfeitado com muitas plantas tropicais. Carnaval 2023: o bloco comemora neste ano a volta do carnaval após a pandemia e também faz homenagem aos mais de 700 mil mortos por Covid-19. Voltar para a lista de blocos ‘Bando de Corruíras’ Data de criação: a fundação foi num dia de Reis, 6 de janeiro de 1999. História: o bloco surgiu em uma conversa numa mesa do City Bar, em Campinas. Os sete presentes votam na denominação, nas cores e no tema da primeira apresentação do bloco. No Bar havia chamadas para a City Banda e os amigos reunidos resolveram contribuir na prática com o carnaval. Na mesa os integrantes discutiram sobre como o carnaval de rua havia decaído, quase acabado. “Talvez fruto dos longos anos de fechamento político do País, desestimulando e censurando as manifestações culturais e populares. E como a experiência do ano anterior da City Banda havia sido muito estimulante, divertida e convidativa”, conto Raquel Conti, uma das organizadoras. Primeira Carnaval de rua do Bloco Corruíras, em 1999. Acervo Pessoal Curiosidade: o grupo de amigos iniciou o projeto em busca de vivenciar o Carnaval de rua e auxiliar na prática da continuidade do espírito carnavalesco na cidade, pensamento que denominou o nome Corruíra. tem como característica ser urbano, que habita as praças e jardins, por isso a escolha dos fundadores por este termo. Edição de Carnaval mais especial: o ano 2000 foi um marco para o bloco, o tema foi reciclável. com produtos reutilizáveis, cabeça elaborada com marmitas de alumínio e tampinhas coloridas de frascos plásticos, de shampoo, detergente, etc. va de um samba enredo, 40 integrantes e o título de campeão. Também marcante para o grupo, a edição Movidos a Biodiesel em 2009, levou um ônibus em tamanho natural, confeccionado com tubos de PVC e lonas estampadas. O Busão do Corruíra, que em dados momentos não levava um Corruíra dentro, porque os outros foliões lotavam e carregavam o “veículo”. Busão do Corruíra no Carnaval de 2009. Acervo Pessoal Onde: o bloco costuma sair na Praça Carlos Gomes, localizado no Centro de Campinas (SP). Junto ao Cordão do Felix, criação do Bando de Corruíras e do Bloco Unidos. Quando: neste ano o Bloco saiu na rua no último dia 11 de fevereiro. Estilo de música: Samba. Estilo de fantasia: a fantasia sempre acompanha o tema do ano. Carnaval 2023: neste ano o enredo foi “Um Corruíra Só Não Faz Carnaval! Vem De Bando!”. Bando do Corruíra em 2023. Acervo Pessoal. Voltar para a lista de blocos ‘Bloco Unidos’ Data de criação: no carnaval de 1996 História: o surto de dengue de 1996 em Campinas foi uma inspiração para os amigos Marcos Rodrigues Alves e Fernando Canguçu, que acompanharam a Banda da Cidade vestidos com fantasias de mosquito da dengue que eles mesmos criaram. No ano seguinte, mais pessoas participaram da roupa preta e enrolada em tubos de conduíte amarelo, e assim surgiram os Unidos do Conduíte. A partir de então, todos os anos um novo tema daria o nome para o bloco: Unidos do Titanic, Unidos do Milênio, Unidos do Auauo, Unidos da Paulicéia, entre outros. “Um momento inusitado foi o encontro do bloco com um casamento na igreja do Cambuí em frente ao Clube Regatas e a gente gritou para uma noiva que não deveria casar e sim, sair com a gente. No ano seguinte a prefeitura mudou o circuito da City Banda para virar na rua Guilherme da Silva, evitando passar perto da igreja.”, conta Fernando Canguçu. Onde: o bloco costuma sair na Praça Carlos Gomes, localizada no Centro de Campinas. Quando: neste ano o bloco saiu na rua no último dia 11 de fevereiro. Estilo de música: samba Estilo de fantasia: a fantasia sempre acompanha o tema do ano. Voltar para a lista de blocos *Sob supervisão de Hélio Carvalho VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

Fonte G1

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