Então comandante de Operações da PM-DF, Jorge Eduardo Naime pediu folga e foi dispensado na véspera das invasões aos Três Poderes. Segundo documentos obtidos pela coluna, Naime solicitou as folgas para entre 3 e 8 de janeiro (domingo). Portanto, o último dia de dispensa policial foi justamente na ocasião dos atos antidemocráticos.
Segundo o sistema interno da PM, as folgas foram solicitadas no dia 3 (terça-feira) e concedidas no dia 5. O pleito de Naime foi aceito pelo gabinete do então comandante-geral, Fábio Augusto, exonerado e preso suspeito de omissão. As folgas foram um título de “dispensa recompensa”. O pedido e a concessão das folgas ao comandante de Operações ocorreram em meio às ameaças golpistas. Veja abaixo a tramitação na PM-DF:
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Na cúpula do governo federal, a coincidência das ausências de Naime e do ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que estava nos EUA, chamaram a atenção. Assim como o ex-comandante-geral Fábio Augusto, Torres está preso. Já Naime é alvo de apuração na corregedoria da PM por suspeita de retardar as tropas e, assim, permitir uma fuga de invasores.
Mesmo de folga, Naime foi chamada de emergência e acabou ocorrendo no dia das invasões. O policial nega que tenha feito corpo mole e garante que agiu com a técnica e o rigor previsto em lei. Leia aqui a íntegra da posição de Naime.